Nem só de protetor solar, alimentação leve e muita hidratação se faz uma lista de cuidados essenciais para o período de verão. A saúde dos olhos pede uma atenção especial, principalmente em se tratando de crianças, idosos e usuários de lentes de contato. Os surtos de conjuntivite, também muito comuns neste período, também podem ser contornados com cuidados simples. O alerta é da oftalmologista Tania Schaefer.
Entre os usuários de lentes de contato o principal cuidado é com a higiene. Cerca de 50% das complicações causadas pelas lentes estão relacionadas aos cuidados com a limpeza, desinfecção e conservação. Quando o usuário não segue uma rotina adequada de limpeza ou não faz uso dos produtos indicados pelo oftalmologista, partículas do meio ambiente, produtos cosméticos, como protetores solares e substâncias agressivas como areia, podem aderir às lentes reduzindo o conforto, além de diminuir a vida útil delas.
"Embora o uso de lentes de contato seja bastante seguro, fazê-lo de forma inadequada e sem a orientação de um oftalmologista, pode acarretar problemas oculares sérios, incluindo infecções e lesões irreversíveis da visão", alerta Tania Schaefer.
BALADAS
Em ambientes de balada, todo cuidado também é pouco. Caso caia alguma substância nos olhos, como espuma, confete ou areia, a orientação mais importante, é não tocar nas lentes com as mãos sujas. O usuário deve lavar as mãos e retirar as lentes de contato o mais rápido possível. Deve também lavar os olhos com água corrente caso não tenha água mineral a sua disposição, sempre desprezando o primeiro jato de água, por que nele estão as bactérias e acantamoebas estagnadas. Usar colírios à base de lágrimas artificiais e procurar o médico oftalmologista se as medidas iniciais não surtirem efeito.
Maquiagem
E na hora de se arrumar para uma festa, procure colocar as lentes antes de aplicar maquiagem para evitar contaminação e retire a lente antes de retirar a maquiagem. "E se surgirem sinais de irritação ou infecção, retire as lentes e verifique se há resíduos. Não demore a procurar um oftalmologista se perceber que a irritação não melhora", diz a médica.
Piscina e mar
No caso da piscina e do mar os cuidados devem ser maiores. O uso de cloro e outros produtos químicos para manutenção da qualidade da água pode trazer desconforto e ardência. O mar também é um ambiente propenso à contaminação. "Quando possível orientamos a evitar entrada em ambientes aquáticos. Mas se for inevitável, orientamos para usar as lentes de contato de descarte diário, para o caso de paciente usuário de lentes de contato gelatinosas", orienta a Dra. Tania Schaefer.
Idosos e crianças
Para os idosos a maior recomendação é o uso de óculos de sol de boa qualidade. "A visão do idoso é mais sensível ao brilho e às mudanças bruscas de luz ambiente, podendo ofuscar a visão e aumentar o risco de queda", lembra a médica. A dica, portanto, é usar óculos com lentes mais escuras, associados a lentes corretivas (de grau) se for o caso. As crianças também são muito sensíveis e devem também usar a proteção de óculos, bonés e visores.
Conjuntivite
Olhos vermelhos, coceira, lacrimejamento, inchaço e secreção são sintomas típicos de conjuntivite, uma inflamação da membrana que reveste grande parte do nosso olho. A água de piscina e do mar contaminadas pode facilitar o contágio, mas como existem diferentes tipos de conjuntivite e assim, um oftalmologista deve ser sempre consultado, a fim de se estabelecer um diagnóstico correto e um tratamento adequado a cada tipo de conjuntivite.
As conjuntivites alérgicas geralmente ocorrem nos dois olhos e afetam pessoas predispostas a alergias, ou seja, que tenham bronquite, rinite e atopias (que significam um conjunto de afecções alérgicas, caracterizadas por influência hereditária). Os sintomas são coceira, olhos vermelhos e inchados e secreção mucosa. Este tipo de conjuntivite não é contagioso e as causas da alergia devem ser identificadas e prontamente afastadas.
As conjuntivites infecciosas são geralmente causadas por vírus e bactérias. A contaminação se dá principalmente pelo contato direto, como pelas mãos ou até mesmo em piscinas e na água do mar. Os sintomas podem variar de acordo com o agente causador. Embora seja uma doença de fácil tratamento, se não tratadas adequadamente podem até deixar sequelas como cicatrizes na córnea, que diminuem a visão das pessoas. Os sintomas clássicos são olhos vermelhos, coceira e lacrimejamento, secreção mucosa ou até mesmo purulenta.
Alguns hábitos como lavar as mãos sempre, não coçar os olhos, não dividir objetos pessoais como maquiagens e óculos ajudam a prevenir a infecção por estes micro-organismos. O oftalmologista deve ser sempre consultado para estabelecer um diagnóstico correto e um tratamento e acompanhamento adequados a cada tipo de conjuntivite.