Alguns apóstolos estavam juntos. Pedro, e com ele, Tomé, Natanael, João e seu irmão Tiago e outros dois. Tinham retornado à sua vida cotidiana, na Galileia, junto ao mar de Genesaré ou de Tiberíades. Estavam ainda abatidos, desmotivados, golpeados em sua esperança. Foi duro demais para eles tudo o que aconteceu com seu Mestre, Jesus: traição-prisão, flagelação-coroação de espinhos, condenação-morte de cruz. E, por fim, o sepultamento, fechado por uma grande pedra e com guardas vigiando o sepulcro.“Nossa esperança morreu”, sentiam eles. Mas não foi assim! Deus os surpreendeu: Jesus ressuscitou! Ele está vivo! É o Senhor! Àqueles que tinham feito a triste e desoladora experiência da morte estava reservado algo novo: o encontro com o Senhor, o Crucificado ressuscitado. O encontroo mais importante para a vida deles.
Acolhendo a iniciativa de Pedro todos foram pescar. Era o que sabiam fazer. Mas, o árduo e longo trabalho dos experientes pescadores deu em nada, as redes estavam vazias. Era noite. O sol, porém, começou a raiar! Jesus foi ao seu encontro, manifestou-se a eles justamente à margem do mar, depois de uma pesca mal sucedida. E lhes pediu: “Vocês têm algo para comer?” Mas eles nada tinham, apesar de todo o trabalho. Jesus, então, mandou-os pescar novamente. E eles, obedecendo à sua palavra, lançaram as redes. A pesca foi abundante! Diante do que aconteceu eles reconheceram: “É o Senhor!” Ele está no meio de nós! O coração dos discípulos ardeu e uma certeza lhes invadiu o coração, “sabiam que era o Senhor”. Finalmente, a luz venceu a escuridão!
Essa é a Palavra – João 21,1-14 – anunciada em nossas comunidades, reunidas para o 3.º Domingo da Páscoa. Ela renova a esperançados que hoje estamos marcados por decepções, tristezas, sem falar das durezas do cotidiano, tais como o desemprego, a fome, a solidão, e, às vezes, da falta de um sentido para lutar e continuar a viver. É preciso, pois, redescobrir a importância do estar juntos, reunidos; não basta estar conectados. Quando estamos reunidos o Senhor se revela vivo no meio de nós. Ele nos ajuda a reencontrar o caminho, dá sentido às nossas lutas e ilumina as nossas noites.
Recuperar a reunião da família (mesmo que seja apenas uma vez por semana), do grupo de estudos bíblicos, das pessoas do trabalho, do diretório acadêmico, da associação de moradores, do grupo folclórico… Enfim, em um mundo no qual, para sobreviver, cada pessoa parece ter que lutar sozinha, somos chamados a redescobrir a importância do coletivo, da força que vem da união. Para os que creem, quando estamos unidos, o Senhor está no meio de nós! Ele é a nossa esperança
Aqui em Aparecida-SP, reunido com os outros Bispos do Brasil, testemunho a alegria da nossa união fraterna e rezo por você que lê esse texto.
+ Edmar Peron
Bispo de Paranagu
