“Por sua morte, a morte viu o fim. Do sangue derramado a vida renasceu! Meu coração me diz: ‘O amor me amou e se entregou por mim’. Jesus ressuscitou, a vida triunfou: Jesus ressuscitou!” Com esse canto, podemos professar a fé na ressurreição de Jesus, da qual dão testemunho o Novo Testamento, especialmente os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. E a Igreja, na noite santa da ressurreição do Senhor – isto é, durante a Vigília Pascal, proclamou, em suas comunidades, o feliz anúncio: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui (sepultado)! Ressuscitou!” (Lc 24, 5-6).
A morte de Jesus deixou os discípulos, por um pouco de tempo, desorientados e sem esperança, pois, como afirma o Apóstolo Paulo, sem a ressurreição de Jesus a nossa pregação é vazia, a nossa fé é uma ilusão e ainda estamos mortos nos nossos pecados. “Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos” (1Cor 15,20). E, vivo, manifestou-se por primeiro a uma mulher e fez dela Apóstola dos Apóstolos. Jesus chamou-a pelo nome: “Maria!”. E ela o reconheceu: “Mestre!”. E a alegria inundou sua vida. Deixou junto ao sepulcro os perfumes que levara para ungir “um morto” e saiu correndo para anunciar aquele que vive: “Vi o Senhor” (Jo 20,17-18). Como diz o querido Papa Francisco: “A revolução da sua vida – a de Maria Madalena –, a revolução destinada a transformar a existência de cada homem e mulher, começa com um nome que ressoa no jardim do sepulcro vazio”.
Cremos, pois, que a ressurreição de Jesus não foi, como a de Lázaro, apenas um retomar a vida cotidiana com seus seguidores. Não! Jesus ressuscitado não morrerá jamais! Ele “foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai”.
“A vida renasceu”, um novo jeito de viver é possível! A ressurreição de Jesus recria a nossa esperança: esperança de passar das tristezas às alegrias, como testemunham Maria Madalena e as inúmeras mulheres, defensoras da vida no dia a dia; esperança de sonhar novamente com um outro jeito de viver em sociedade, na qual políticas públicas tenham em vista o bem de todos os cidadãos e não o favorecimento de uns poucos, sacrificando as multidões; esperança de ver crescer sempre mais as atitudes de pessoas e grupos que, vencendo a necessidade desenfreada de comprar e possuir, levam uma vida mais simples e cuidam do meio ambiente, o nosso planeta, a casa comum; esperança de que passemos de “condições de vida menos humanas para condições mais humanas”.
Sim! “A vida triunfou: Jesus ressuscitou!”
+ Edmar Peron
Bispo de Paranaguá