Imersos nas alegrias deste período chamado “Tempo da Páscoa”, celebramos o Domingo da Ascensão de Jesus aos Céus. Este mistério é testemunhado pela Bíblia e pela Igreja. No Evangelho segundo Lucas, lê-se que o Senhor Jesus, enquanto abençoava os seus discípulos, “afastou-se deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram. Em seguida, voltaram para Jerusalém com grande alegria” (Lc 24, 51-52).
Também os Atos dos Apóstolos ensinam que Jesus, após sua morte, mostrou-se vivo aos seus discípulos. Ressuscitou! E, tendo-os encarregado de, “no poder do Espírito Santo”, darem continuidade à sua missão, “foi levado ao céu, à vista deles” (At 1,1-11). E as comunidades cristãs, por sua vez, desde o início, professam sua fé dizendo que Jesus Cristo “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos” (Creio).
Esta solenidade da Ascensão do Senhor nos ajuda a viver com os pés no chão da história e o coração voltado para o alto, pois Cristo “subiu aos Céus não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade” (Prefácio). Diante disso, cabe-nos a pergunta: Como podemos caminhar, isto é, viver cada dia à luz dessa grande festa? Na alegria, na cidade e na bênção.
Alegria. O encontro com Jesus Ressuscitado enche de alegria o coração das pessoas de cada época. “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Todos os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Papa Francisco).
Cidade. Os discípulos, fiéis ao mandato de Jesus, retornam para a Cidade. Retornaram com alegria. A cidade – e, mais ainda, o complexo mundo urbanizado – é o lugar onde devemos dar testemunho de Cristo: testemunhar a vitória da vida sobre a morte; testemunhar que as pessoas são mais importantes do que os projetos econômicos e de desenvolvimento; testemunhar que o respeito e o diálogo podem vencer a intolerância e a ganância; testemunhar, diante da pobreza, da violência e da morte, que a paz é possível. Enfim, testemunhar que somos homens e mulheres de esperança, a qual não nos deixa de braços cruzados, mas nos impulsiona a agir, individual e coletivamente. “Não deixemos que nos roubem a esperança”, diz o Papa.
Bênção. Abençoar é desejar o bem a todas as pessoas: saúde, bem-estar, alegria. Viver abençoando é aprender, cada dia, a esvaziar o coração daquelas atitudes que corroem as relações entre os cidadãos: agressividade, medo, hostilidade, indiferença. Não é possível abençoar e, ao mesmo tempo, condenar, rejeitar, odiar.