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Polícia

Paranaguá foi alvo de apreensões de três toneladas de cocaína nos últimos 20 dias

Mais de 800 quilos de cocaína foram apreendidos em contêiner no porto na sexta-feira, 29

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Polícias Federal, Rodoviária Federal e Civil e Receita Federal apreenderam o entorpecente em cinco ações no porto e em vias de acesso da cidade

Nos últimos 20 dias, cinco ações da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Receita Federal e Polícia Civil no Porto de Paranaguá e em vias de acesso da cidade resultaram na apreensão de mais de três toneladas de cocaína que seriam exportadas para a Europa. O fato coloca o Porto de Paranaguá na rota do tráfico internacional de drogas. Segundo as autoridades, as sucessivas apreensões demonstram uma resposta do Estado contra o tráfico de drogas, com operações de inteligência e prisão dos envolvidos que seguirão ocorrendo continuamente em Paranaguá, no Paraná e em todo o País.

A primeira grande apreensão de cocaína ocorreu no dia 10 de junho, quando a Receita Federal apreendeu 390 quilos da droga dentro de um contêiner no porto. A estrutura estava carregada com compensados e tinha como destino a Holanda. A segunda apreensão, também executada pela Receita, foi no dia seguinte, com 881 quilos do entorpecente escondidos no braço mecânico de uma retroescavadeira, que estava sendo exportada para a Bélgica. A terceira operação foi diferente, fora do Porto de Paranaguá, em São José dos Pinhais, no dia 22 de junho, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrou dentro de uma van, carregada com pães, 872 quilos de cocaína que, segundo o motorista, seriam entregues em Paranaguá. 

As ações mais recentes de apreensão do entorpecente ocorreram já no final de junho. No dia 23, uma ação de inteligência da Polícia Federal (PF), que contou com o apoio de equipes da Polícia Civil de Paranaguá, apreendeu 150 quilos de cocaína que estavam no fundo falso da caçamba de um utilitário, que foi abordado na Avenida Ayrton Senna, o motorista do veículo foi preso. A operação mais recente foi na sexta-feira, 29, quando a Receita Federal flagrou 857 quilos de cocaína em um contêiner carregado com sacas de feijão, o qual tinha como destino o porto espanhol de Algeciras. 

ATUAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal em Paranaguá, Gilson Micoski Luz, após a apreensão, a Polícia Federal levanta todo o material apreendido pela Receita Federal, bem como pela PRF ou Polícia Civil, iniciando investigações através de inquérito policial. “Chama a atenção essa quantidade de droga apreendida. Há um trabalho constante contra o crime organizado”, comenta. “A Receita Federal está com equipamentos para averiguar todos os materiais e a tendência é trabalhar cada vez mais ativamente. Tudo que se relaciona a essa apreensão de hoje e outras será investigado. A cadeia de distribuição será investigada e vamos chegar aos criminosos”, ressalta o delegado da PF. 

O QUE DIZ A RECEITA FEDERAL

Carregamentos de droga apreendida seriam exportados para três países da Europa: Espanha, Holanda e Bélgica

“O Porto de Paranaguá faz parte da rota do tráfico internacional assim como vários portos do País”, afirma o delegado-adjunto da Alfândega da Receita Federal de Paranaguá, o auditor-fiscal Luciano do Carmo Andreoli, destacando que o Brasil entrou na rota do tráfico internacional recentemente, porém a Receita, a PF e as autoridades já estão atuando firmemente com um alto número de apreensões nos últimos anos em portos de todo o Brasil.

“O trabalho de apreensão é muito importante, pois é o nome do Brasil que está em jogo na exportação. Para que o produto brasileiro não sofra represálias nos portos estrangeiros que recebem produtos do Brasil. Uma carga recebida fora do País com contaminação de drogas acaba colocando em dúvida a fiscalização do porto de origem. Se chegasse muita carga no exterior do Porto de Paranaguá com drogas, com certeza, as cargas do Brasil exportadas por aqui teriam problemas”, comenta.

COMO A DROGA É COLOCADA EM CONTÊINERES

Droga sendo apreendida após ter sido introduzida ilegalmente em contêiner

O delegado-adjunto da Receita Federal falou sobre o método mais usual para colocar a cocaína no contêiner, ressaltando que isso é feito, comumente, momentos antes do embarque. “Isto porque todos os contêineres que entram no porto são escaneados. Há um risco grande de a carga de droga ser detectada se colocada antes da entrada no terminal alfandegário. Já é possível detectar a droga na passada pelo scanner. Fazemos então, além disso, um trabalho de inteligência que vai atrás deste movimento que é feito ocultamente, principalmente durante a noite, com abertura do contêiner e colocação da droga em malas próximo à porta do contêiner”, explica Andreoli.

“Concedemos recursos de trabalho para a investigação criminal dos criminosos responsáveis. A parte criminal é da Polícia Federal. A questão das prisões é algo que demanda mais tempo, demorando de seis meses a um ano para chegar no grupo que fez a inserção da droga”, ressalta o auditor-fiscal. Segundo Andreoli, após realizada a apreensão, a droga é encaminhada à PF, que realiza a investigação criminal do caso. “Repassamos as informações obtidas do caso à Polícia Federal, abrangendo questões de origem do contêiner, de onde ele veio e para onde vai, a empresa responsável e se ela teria ou não alguma participação, enfim, todos os envolvidos nesta movimentação”, complementa. 

O delegado-adjunto da Receita Federal ressalta que a atuação será contínua contra o tráfico de drogas em Paranaguá e em terminais de todo o País. “Sentimos que houve um movimento criminoso forte na região, de grupos e facções criminosas vindas de presídios. Para que não haja um domínio destes grupos, é importante que haja este combate ao tráfico, pois com ele a violência vem junto”, acrescenta. “O combate tem que ser firme pela Receita Federal, atuando mesmo em fins de semana e feriados, quando ocorrem várias apreensões de drogas”, finaliza.
 

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