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Psicóloga fala sobre alianças entre pets e seus tutores

Por outro lado, outras pessoas ainda degradam e ferem animais sem qualquer motivo

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O número de famílias que optam por ter um pet, na maioria das vezes cães, e tratá-los como “filhos de quatro patas” tem aumentado significativamente a cada ano. Conforme pesquisa realizada pelo IBGE e apresentada em 2015, no Brasil, o número de famílias que criam cachorros já é maior do que o de famílias que têm crianças. De cada 100 famílias no País, 44 criam cães, enquanto só 36 têm crianças. A pesquisa ainda mostra que em 2014 já existiam 52 milhões de cães, contra 45 milhões de crianças de até 14 anos o que se assemelha a dados de países como o Japão e os Estados Unidos.

A redução nos índices de natalidade e o aumento da presença de animais que fazem parte da família formam um cenário comum a países mais ricos, onde as mulheres possuem trabalhos bem remunerados e preferem ter um número menor de filhos para desfrutar maior liberdade. Por outro lado, em países menos desenvolvidos, com menos recursos econômicos, onde as mulheres tendem a ser pouco profissionalizadas e se sentem menos sujeitas por um trabalho de responsabilidade, os índices de maternidade continuam sendo altos.

Para se ter uma ideia na mudança de comportamento do brasileiro com relação a seus amigos de quatro patas, em 2015, o setor de produtos para pets faturou cerca de R$18 bilhões no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). 

O fato de tratar bem o animal de estimação é algo saudável, mas é preciso avaliar até que ponto é salutar tratá-los como pessoas. A psicóloga Carla Slongo explicou o que leva hoje muitas pessoas a se dedicarem a animais e preferirem, inclusive, não ter filhos. “Há diversas hipóteses para explicar este fenômeno chamado pelos especialistas de antropomorfismo ou humanização dos animais de estimação. As hipóteses variam desde alterações na constituição familiar, mudanças e influências culturais, constituição do sujeito, passando pela carência, desilusões e dificuldade de se relacionar do indivíduo. São estes alguns dos fatores que levam à substituição do contato pessoal para o contato animal”, observou. Carla frisou que os animais não são vilões da história. “Só devem ocupar o espaço que penso ser adequado na vida, usar de bom senso, nos ajuda a balizar as relações com gente ou com animais. Corremos o risco de negligenciar as necessidades naturais dos animais quando os humanizamos”, destacou.

 

EXPLORAÇÃO DE UM PRODUTO

Por outro lado, muitas pessoas veem animais como objetos para procriação ou serviços. Para a psicóloga, essa postura pode vir de uma cultura passada, criação do indivíduo e outros aspectos. “Sem dúvida o fator cultural e de necessidade deve ser considerado nestas relações, o mercado pet atualmente movimenta boa parte da economia, e muitos viram um nicho de mercado, a dificuldade está em compreender como pessoas podem se beneficiar de animais tão 'fofinhos'. Quem gosta de bichinhos de estimação, ao passar em um pet, gostaria de levar todos para casa, porém aquele que vende enxerga valores e não devem ser condenados por isto, pois seu vínculo com os animais é outro que me remete a seguinte frase: 'não dê nome aos bois'. Porque o nome dá identidade ao animal e esta identidade gera vínculo, dificultando o desapego”, avaliou.

 

PERVERSIDADE

Mesmo com o crescimento dos laços entre os pets e seus tutores, o número de situações de maus-tratos aos animais ainda é muito expressivo. As denúncias nem sempre são tão altas, contudo, o que ocorre nem sempre é denunciado. Pessoas que queimam animais, abandonam, rinhas de cães, de galos, entre outros casos são comuns. “O único caminho que leva a este comportamento é o da perversidade. São os perversos que maltratam os animais, pois são incapazes do processo empático, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, seja este um animal ou gente, ou seja, o que está fazendo com um animal possivelmente faria com uma pessoa”, enfatizou.

 

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