Quando ligamos a TV e vemos propagandas anunciando que “AGRO é TECH, AGRO é POP” podemos pensar que este AGRO anunciado é aquele que coloca a comida na nossa mesa. Devemos então separar as duas vertentes desta economia. A primeira (ligada ao anúncio da TV) é aquela que exporta os produtos agropecuários (soja, algodão, celulose, carne bovina e de frango) gerando um saldo na balança comercial em 2018 de US$ 58,3 bilhões, segundo a Agência Brasil em 2 de janeiro de 2019. A segunda refere-se ao pequeno agricultor que planta a alface, a mandioca, o arroz e o feijão que vão para a nossa mesa. Esta segunda não está na propaganda televisiva, mas merece total atenção da sociedade.
Os grandes centros urbanos cada vez mais ganham “pequenos produtores” adeptos da agroecologia. Este tema ganhou espaço após ser muito discutido na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ECO 92, no Rio de Janeiro e tem como principal objetivo a produção limpa de alimentos saudáveis como alternativa à enxurrada de agrotóxicos a que somos submetidos na alimentação em larga escala.
Há na sociedade um movimento de valorização da permacultura que pode ser explicada como o sistema agrícola que valoriza e utiliza os padrões e características observados em ecossistemas naturais. Desta maneira conseguimos estabelecer uma verdadeira conexão com o “saudável” e com um padrão de riqueza nutricional que estávamos nos afastando. Não podemos mais nos render à toxicidade alimentar na qual nos embebedamos nas últimas décadas em que o sistema de trabalho estabelecido nos forçou a buscarmos o fastfood e o junkfood ricos em calorias e de baixa qualidade nutritiva.
Uma experiência sensacional para vermos na prática esta questão da Ecologia Urbana, Permacultura e Eco pedagogia pode ser vivida no Projeto Terraço Verde em Curitiba. Lá temos um jardim agroecológico com mais de 100 espécies em um terraço de um prédio funcionando também como um empreendimento social atuando como laboratório e vitrine de tecnologias sustentáveis.
Acessem o site www.terracoverde.eco.br e participem das oficinas. Vale muito a pena!
Por Raphael Rolim