Desde segunda-feira, 28, alguns caminhões, aos poucos, começaram a descer a serra para reabastecer os municípios do litoral com combustível, gás de cozinha e alimentos. Segundo informações do Governo do Estado do Paraná, cerca de 1.600 agentes de segurança pública estão atuando para garantir a passagem de caminhoneiros que decidiram deixar a paralisação.
Em 10 dias de greve, a população sentiu os desfalques de diversos produtos nas prateleiras dos supermercados, em especial nos setores de carne, hortifrúti e panificação. Além disso, as ruas mais movimentadas da cidade ficaram vazias, já que os motoristas tiveram que economizar combustível. A área portuária, sempre bastante movimentada, também ficou vazia por mais de uma semana. Muitos restaurantes e bares, por falta de produtos e também de gás de cozinha para a produção do cardápio, tiveram que interromper os serviços.
Moradores correram até os postos para conseguir combustível
As aulas nas escolas municipais foram suspensas, assim como nas universidades de Paranaguá. Os hospitais só receberam oxigênio, materiais e demais insumos essenciais aos pacientes por meio de escolta policial. O setor de transportes também sofreu alterações. Tanto os horários da Viação Rocio, como da Associação dos Barqueiros do Litoral do Paraná (Abaline) e da Viação Graciosa foram alterados para economia de combustível.
ESTRADAS
Os pontos de manifestação no Paraná, segundo o Governo do Estado, têm diminuído aos poucos. Na quarta-feira, 30, havia registros de 169 mobilizações nas rodovias estaduais. Já nas federais o registro era de 80 pontos de obstrução, contra 109 identificados anteriormente pelas forças de segurança pública.
Botijões de gás rapidamente se esgotaram nos estabelecimentos
COMBUSTÍVEL
Na quarta-feira, 30, o Governo do Estado do Paraná divulgou que mais 399 carretas de combustível, contendo cerca de 11,9 milhões de litros de derivados de petróleo, foram liberadas para abastecer parte do 2.400 postos de todo o Paraná. Na terça-feira, 29, outros 178 haviam sido liberados.
INDÚSTRIAS
De acordo com a Fiep, a greve dos caminhoneiros já causou um prejuízo de aproximadamente R$ 3 bilhões para as indústrias do Paraná e o abastecimento só voltará ao normal em cerca de 15 dias. Cerca de 90% das indústrias do Paraná, que são micro, pequenas e médias, terão dificuldades para cumprir a folha de pagamento neste final de mês e honrar outros compromissos como pagamento de impostos e duplicatas.
O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, destacou a integração de todo o setor produtivo, do Governo do Estado, da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e do Exército Brasileiro na busca da solução do impasse. Ele ressaltou, ainda, que a imprensa teve papel importante nas ações, mostrando a realidade da população e os impactos que as manifestações têm causado. “Todas essas forças cooperadas estão sendo fundamentais para garantir o sucesso da operação e a segurança naqueles locais onde havia manifestações que não estavam ligadas às reivindicações trazidas”, disse.