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Infraestrutura

Porto de Paranaguá realiza o maior embarque de granel da história

Além do volume da carga – 90 mil toneladas de farelo de soja em uma única embarcação, o navio é o maior graneleiro já recebido pelo porto paranaense, com 254 metros (Foto: Arquivo Marine Traffic/Peter Ward)

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O farelo brasileiro terá como destino a Holanda. Operação deve durar quatro dias

O Porto de Paranaguá vai movimentar, nesta semana, a maior quantidade de grãos para exportação da história. O navio chinês Lan Hua Hai chegou na noite de segunda-feira, 27, ao porto paranaense e vai receber 90 mil toneladas de farelo de soja –  o equivalente a mais de 2,5 mil carretas carregadas. A previsão é que a operação dure quatro dias.

Com 254 metros de comprimento e 43 de boca (largura), este é o maior navio graneleiro já recebido no Corredor de Exportação, com tamanho superior a dois campos de futebol, como o do Estádio do Maracanã.

“A escolha de Paranaguá para uma movimentação deste porte comprova que temos capacidade e agilidade de escoamento. Não se trata apenas de receber o navio e ter estrutura de cais, mas também toda a parte de armazéns, esteiras de transporte, chegada organizada dos caminhões e qualidade na classificação dos produtos”, destaca o presidente dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

MODELO

 A opção pelos Portos do Paraná leva em conta, também, o modelo do Corredor de Exportação. O sistema em pool, único no Brasil, permite que um mesmo navio receba mercadorias de diferentes produtores. A carga que vai encher os sete porões do Lan Hua Hai sairá de quatro terminais: Cotriguaçu, Coamo, Cargill e do Silo Público.

O farelo brasileiro terá como destino a Holanda e foi comprado de empresas e cooperativas de produtores como a Cargill, ADM, Coamo, Cocamar, Agrária e Comigo.

Para o gerente da Cargill em Paranaguá, André Maragliano, as atuais regras de atracação do Porto de Paranaguá, principalmente para o farelo, fazem com que os exportadores consigam prioridade na atracação e essa seria uma das vantagens de realizar esta operação no terminal paranaense.

“A prioridade de atracação no Corredor de Exportação para esse tipo de navio, esse regramento, diminuiu muito o tempo de espera em porto, esse é um grande atrativo. Além disso, os investimentos feitos nos últimos anos, principalmente com a dragagem dos berços, e novos shiploaders também dão conforto ao cliente e segurança em trazer uma operação desse porte para Paranaguá”, afirma.

Outro ponto positivo, segundo ele, é conseguir atender, em uma única escala, um lote que em um navio comum (Panamax) seria preciso fazer pelo menos duas escalas para atender o volume. “Isso também reduz custo e atende as necessidades do comprador”, conclui.

Gráfico elaborado pela APPA explica grandiosidade do embarque a granel que será feito no navio chinês Lan Hua Hai (Arte: APPA)

VOLUME

Em média, os navios que chegam para carregar granéis sólidos no Porto de Paranaguá medem entre 199 e 229 metros de comprimento. Esses, em geral, recebem pouco mais de 60 mil toneladas de carga (soja, milho ou farelo) por escala.

De acordo com o diretor de operações, Luiz Teixeira, o Lan Hua Hai vai movimentar 50% mais que o volume embarcado normalmente nos três berços exclusivos para grãos do Corredor de Exportação. “Temos equipamentos eficientes que permitem alcançar toda a dimensão dos porões, dispensando o uso de equipamentos a bordo, que atrasariam ou inviabilizariam o carregamento”, conta.

No Corredor, são seis shiploaders (carregadores de navio) com capacidade nominal de 1.500 toneladas/hora. O complexo conta ainda com um terminal público – com um silo vertical (100 mil toneladas) e quatro horizontais (com capacidade total de 60 mil toneladas) – e oito terminais, entre privados e arrendados, interligados, com capacidade global de 1,025 milhão de toneladas.

VANTAGENS

Segundo Gilmar Francener, chefe da Divisão de Silo dos Portos do Paraná, navios com grande capacidade de carga permitem um ganho operacional. Um navio de 90.000 toneladas substitui a atracação de dois navios menores e, com isso, o embarque é feito em menor tempo.

“A redução dos tempos operacionais, com redução das manobras de entrada e saída, reflete no preço do frete. Menores custos significam maior competitividade e tornam o negócio mais vantajoso. Além disso, o mercado tem confiança na qualidade da carga embarcada”, conta.

ANTERIORES

Os maiores carregamentos de grãos para exportação, até agora, haviam sido dos navios Nord Cetus, que em outubro de 2013 carregou 84.755,730 toneladas, e Jubilant Devotion que em março de 2018 carregou 84.732,612 toneladas. Ambos têm 245 metros e carregaram farelo de soja no Porto de Paranaguá.

 

*Da Assessoria de Comunicação da APPA.

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