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Túmulos de ilustres parnanguaras contam parte da história da cidade

Riqueza na arquitetura e estado de abandono chamam a atenção

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O cemitério Nossa Senhora do Carmo é um dos mais antigos do Brasil. Construído no início do século XIX, abriga atualmente cerca de 100 túmulos históricos, construídos há mais de um século, possuindo detalhes arquitetônicos que despertam a atenção dos visitantes.

Alguns mausoléus apresentam estilo das construções da época como janelas góticas e adornos de ferro cheios de detalhes que, na época, eram importados da Europa. Esculturas de anjos são as mais comuns nos túmulos erguidos no século XIX. De acordo com os historiadores que publicaram artigos sobre esse tema, antes desse período, as pessoas eram enterradas em torno das igrejas, por isso as características dos primeiros túmulos remetem aos símbolos sacros, como imagens de anjos e cruz.

O administrador do Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, Fabiano Gutierres, ressalta que existe um projeto de restauro.

"Na Câmara de Vereadores existe um projeto sendo elaborado junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para restaurar esses túmulos antigos. É uma forma de resgatar a memória da cidade, pois o nosso cemitério está entre os quatro mais antigos do Brasil. Muitos pesquisadores e historiadores vêm até aqui fazer pesquisas”, explica.

 


Fabiano Gutierres ao lado do mausoléu do Dr. Caetano Munhoz da Rocha. Jazigo que necessita de restauro

 

De acordo com Gutierres, um dos túmulos mais visitados é o do médico Dr. Leocádio Correia, falecido em 18 de maio de 1886.

“Vêm pessoas de todas as partes do Brasil e até de outros países,  para visitar o túmulo deste ilustre parnanguara. Tanto é que seu jazigo é o mais conservado entre todos de sua época”, aponta.

Dos túmulos históricos que se encontram no campo santo, ganham destaque o do rico comerciante alemão Mathias Böhn, o qual fixou residência em Paranaguá, falecendo em dezembro de 1907. Outros jazigos de personalidades que podem ser encontrados no local são: professor Randolfo Arzua,  do contabilista Alberto Gomes Veiga, do comerciante Prisciliano Correia, Adalberto Xisto e outros.

A sepultura do comerciante que chegou a ser vice-presidente da província do Paraná, Manuel Antônio Guimarães, o Barão e Visconde de Nácar, possui uma coroa. O símbolo indica a monarquia, perpetuando para a posteridade o título nobiliárquico que recebeu de D. Pedro II.

 

ABANDONO

Muitos destes túmulos chamam a atenção também pelo estado de abandono mesclado com a riqueza de detalhes em sua arquitetura. A maioria deles em função do tempo não possui mais familiares, mas são visitados pelos pesquisadores e historiadores.

“É justamente por causa dessa importância histórica que aguardamos o projeto de restauro desses jazigos que fazem parte da nossa história”, reforça o administrador.

 


Jazigo do comerciante alemão Mathias Böhn chama atenção dos visitantes

 

Os túmulos das personalidades que um dia atuaram na sociedade parnanguara contribuindo para o desenvolvimento da cidade representam o último capítulo de suas brilhantes vidas. As lápides quase apagadas mostram o passado e muitas histórias que ainda permanecem vivas,  sem o ponto final.   

 

 

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