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Especial Porto de Paranaguá

Entrevista: José Richa Filho citou os avanços previstos para o Porto de Paranaguá

“Estamos pensando os nossos portos para as próximas décadas”, afirma o secretário de Infraestrutura (Foto: Jorge Woll – DER-PR)

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O Porto de Paranaguá recebeu diversos investimentos nos últimos anos, alguns são visíveis apenas para quem trabalha na área portuária, já outros podem ser observados com mais facilidade pela população da cidade. No entanto, dois deles são considerados como dos mais esperados pelos moradores em Paranaguá: a construção do viaduto no km 5 e a revitalização da Avenida Bento Rocha, onde os moradores na região convivem intensamente com a atividade portuária. 

Esses e outros temas foram abordados pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, nesta entrevista especial de aniversário do Porto de Paranaguá. Uma das novidades anunciadas é sobre a Nova Ferrovia, um projeto, segundo o secretário, ousado, mas de demanda garantida e que vai potencializar o modal ferroviário ampliando a capacidade de transporte de carga em 450%.

Folha do Litoral News: Quais os últimos investimentos nos Portos de Paranaguá e Antonina?

José Richa Filho: Investimos R$ 657 milhões entre 2011 e 2017 e há outros R$ 725 milhões em investimentos públicos planejados até 2020.

Folha do Litoral News: Como o senhor avalia o crescimento dos portos do Paraná nos últimos anos?

José Richa Filho: Eu avalio esta evolução como altamente positiva, fruto de um trabalho sério e louvável do diretor-presidente, Luiz Henrique Dividino, e de toda a equipe da APPA nestes últimos anos. Nós fomos destaque várias vezes em veículos da imprensa do Brasil e do exterior por sucessivas quebras de recorde. A atual gestão do Governo do Estado desde 2011 fez uma verdadeira revolução na maneira como tratamos os portos de nosso Estado. Com uma gestão eficiente, a APPA realizou investimentos expressivos em modernização e ampliação da capacidade, e atingiu um nível de excelência na prestação de serviços públicos. O Porto de Paranaguá passou de 26.º, em 2012, para primeiro do Brasil em desempenho ambiental, conforme prêmio recebido da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Folha do Litoral News: Quais as mudanças já realizadas no Porto de Paranaguá com a nova poligonal?

José Richa Filho: A revisão da poligonal é uma medida prevista na nova Lei dos Portos (12.815/2013). Paranaguá era um dos últimos portos públicos do País que ainda não havia revisado sua área. A revisão da poligonal dos portos por decreto representa um avanço para a economia do Paraná e do Brasil. É uma medida que alavanca investimentos de novas empresas para melhorar a logística, gerar mais empregos e renda para as cidades e possibilitar que o Brasil continue crescendo sem filas de caminhões ou de navios. A alteração da poligonal possibilita a construção de novos terminais portuários, incluindo na área do pré-sal. Segundo a Lei dos Portos, serão exploradas, mediante autorização, instalações portuárias localizadas fora da área do porto organizado. São elas: terminal de uso privado, estação de transbordo de carga, instalação portuária pública de pequeno porte e instalação portuária de turismo.

Folha do Litoral News: Qual o panorama do transporte de cargas até o Porto de Paranaguá via modal férreo e rodoviário? Qual tem maior movimentação? 

José Richa Filho: Atualmente, cerca de 20% do que chega ao Porto de Paranaguá é transportado por linha férrea. A malha rodoviária de nosso Estado é a maior responsável por esse transporte.

Secretário lembrou que obra de revitalização da Avenida Bento Rocha vai beneficiar diretamente mais de 30 mil parnanguaras que se deslocam pela região  (Foto: Jorge Woll – DER-PR)
 

Folha do Litoral News: Há previsão de uma ferrovia que se estenda de outro Estado ao Porto de Paranaguá?

José Richa Filho: Sim, a chamada Nova Ferrovia, que é um projeto ao mesmo tempo bastante ousado e também com um “pé no chão” porque talvez seja o único projeto de ferrovia no Brasil que tem uma demanda garantida. Daqueles 20% do volume de carga que chega em Paranaguá pelo modal ferroviário que citei anteriormente, a estimativa é ampliar em 450% esta modalidade de transporte, além de aumentar o movimento em Antonina. Nós demos o primeiro passo para tirar esta ferrovia do papel. A ideia é ligar Dourados, no Mato Grosso do Sul, até Paranaguá, em um verdadeiro corredor ferroviário de mil quilômetros de extensão. O Procedimento para Manifestação de Interesse (PMI) para realizar estudos de viabilidade do projeto está em andamento. Dezoito empresas nacionais e internacionais, agrupadas em seis consórcios, participaram do processo. Destes, quatro foram escolhidos para realizar o estudo, que deve custar R$ 25 milhões. Nós temos um valor preliminar de R$ 10 bilhões para esta implantação. O trajeto busca aprimorar o transporte de cargas vindas do oeste de São Paulo e talvez até Goiás, pela hidrovia que existe naquele trecho. Esperamos atrair também a produção dos nossos países vizinhos (Bolívia e Paraguai).

Folha do Litoral News: Existem projetos para a Avenida Bento Rocha, que é de responsabilidade do Governo Estadual. Como essas obras refletirão no benefício ao trabalho portuário e ao Porto de Paranaguá?

José Richa Filho: Nos próximos dias começam as obras de recuperação da Avenida Bento Rocha. É uma importante via e precisava desta revitalização. Por ali passam todos os dias cerca de três mil caminhões, em um ritmo que só cresceu desde a última vez que a avenida passou por trabalhos de recuperação. Isso significa até 120 mil toneladas por dia, 50 milhões de toneladas durante todo o ano passado, sendo que em 2004 foram 30 milhões de toneladas. O desgaste no pavimento é natural e essa melhoria vai agilizar o escoamento da produção para o porto e também preparar a cidade para o crescimento que esperamos para o nosso Estado nos próximos anos. Mas não estamos apenas pensando no Porto de Paranaguá. Nós vamos também recuperar o sistema de drenagem e modernizar a ciclovia entre a ponte do Rio Emboguaçu até a interseção com a Avenida Portuária. Isto vai beneficiar diretamente mais de 30 mil parnanguaras que se deslocam por aquela região com frequência.

Folha do Litoral News: Como está o andamento das obras de construção do viaduto no km 5 de Paranaguá? 

José Richa Filho: A recuperação da Avenida Bento Rocha e a construção do novo viaduto na BR-277 em Paranaguá estão na mesma fase. Final da licitação e em breve ordem de serviço para o início dos trabalhos. Esta obra de arte especial terá 6 metros de altura, 7,6 metros de largura e mais de 900 metros de extensão se contarmos as rampas de acesso e a pavimentação sobre a estrutura.

Folha do Litoral News: Qual sua posição a respeito da importância da obra para desafogar o trânsito na entrada da cidade?

José Richa Filho: O Governo do Estado investiu nestes dois projetos em um contexto mais amplo, que pensou na infraestrutura do litoral paranaense como um todo desde 2011. Nós tínhamos que atuar primeiro para desafogar o trânsito de caminhões nas vias em Paranaguá e na BR-277 e isso só seria possível com a modernização do Porto. Com o sucesso deste processo nós tornamos o Porto de Paranaguá mais atrativo. Agora é a hora de dar um novo passo para garantir que não existam novos gargalos e que o Porto se mantenha como a melhor opção para o transporte de nosso agronegócio e de outros tipos de carga. Este viaduto na BR-277 proporcionará um acesso mais moderno entre as avenidas Bento Rocha e Ayrton Senna e trará uma nova dinâmica para o tráfego de Paranaguá.
 

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