Para o crescimento ser contínuo, investir e planejar é essencial, algo evidenciado claramente na empresa pública Portos do Paraná, que administra o Porto de Paranaguá, que celebra seus 89 anos de história no domingo, 17. O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, concedeu entrevista exclusiva e destacou a expectativa na continuidade da obtenção de recordes de movimentação, relação positiva entre o Porto e a cidade, investimentos realizados e previstos para os próximos anos como o Moegão e o Canal de Acesso, protagonismo da empresa pública no cenário internacional, reforçando importância dos trabalhadores portuários, empresas e comunidade portuária para tornar o Porto de Paranaguá uma referência em logística e competitividade.
“O ano começou muito bom, tivemos um volume muito expressivo de movimentação em janeiro e fevereiro, onde somados os dois meses, nós superamos em quase 20% o movimento no mesmo período do ano passado que já foi um período de recordes. Nós fizemos ano passado mais de 65 milhões de toneladas movimentadas, um volume previsto para 2040, e nesse ano o prognóstico com base nesses dois meses, obviamente, toda a previsão do agronegócio são com base nos dados que nós temos hoje, então seguindo essa premissa desses dois primeiros meses e uma projeção de futuro, isso nos reserva bons resultados, mas obviamente, ao passar dos tempos, porque o nosso negócio depende muito de clima, de preço do produto no mercado internacional, cotação cambial, enfim, diversos fatores que não dependem só da nossa vontade. Importante destacar que a Portos do Paraná estará sempre preparada para atender todo o volume que os clientes necessitem e demandem em nossas instalações”, afirma o diretor-presidente.
Intermodal
O gestor reforça a importância da participação da Portos do Paraná na Intermodal, que ocorreu em São Paulo, no início de março, que ocorre em estande próprio junto a 25 empresas parceiras que se integram ao complexo portuário do Paraná. “Vamos todos juntos. Isso nos dá condição de oferecer um dos melhores e maiores espaços da feira, tal é que nós tivemos cerca de seis mil visitantes no nosso estande buscando negócios e parcerias, sendo um dos estandes mais demandados da Intermodal, algo reconhecido pela própria organizadora. Então, isso demonstra que cumprimos mais uma vez o nosso propósito, se não fechamento de negócios, abertura de novas discussões daquelas pessoas que se interessam pela Portos do Portos do Paraná e às vezes não tem oportunidade de estar aqui e lá na feira é o momento onde as empresas operadores, operadoras logísticas e arrendatárias estão lá fazendo seus negócios e a Portos do Paraná também dando todo esse suporte para que a gente consiga manter essa atração do público interessado em logística”, ressalta.
Porto e Cidade
“A relação entre Porto e cidade segue aquilo que temos como determinação desde o primeiro dia do governador Ratinho Júnior e do secretário de Infraestrutura, Sandro Alex, com atenção ao município. Os portos naturalmente possuem sua visão voltada ao mar, para a operação, mas dentro das nossas limitações há possibilidades de propiciarmos uma integração melhor, nós costumamos falar que nós somos um vizinho pesado, sendo que o vizinho portuário tem o seu ônus e naturalmente o seu bônus, como a geração de emprego de 50% dos postos em Paranaguá e 70% em Antonina que tem relação direta ou indiretamente com a atividade portuária. Nós também não podemos nos furtar de buscar melhores soluções e melhor integração com a comunidade. Tivemos a Corrida do Porto que foi um exemplo disso, um dia de festejo que proporcionamos àquelas pessoas que vivem e trabalham por aqui e por vezes nunca tiveram a oportunidade de pisar na faixa do cais. Então, foi uma corrida que nos trouxe um resultado muito positivo, com apoio do Governo do Estado, da Prefeitura de Paranaguá, tanto é que virou lei, onde a Câmara de Vereadores propôs e tornou lei essa Corrida do Porto sempre no primeiro semestre do ano “, salienta.
Outro exemplo positivo foi a vinda dos navios de cruzeiros com mais de 24 mil turistas vindo a Paranaguá e ao litoral. “Esta temporada proporcionou, dando um destaque maior e um entendimento daquelas pessoas que não tem uma participação no dia-a-dia portuário, compreendendo da boa vizinhança que é ter o Porto, que trouxe a cada sexta-feira aqui cerca de duas mil pessoas que saíam dos navios de passageiros e desfrutavam tudo que a cidade proporcionava, isso gerando um movimento muito intenso no comércio e todas as outras atividades. Esses são exemplos do que o Porto pode proporcionar em uma relação com a cidade”, acrescenta o diretor-presidente.
Moegão e Canal de Acesso
Entre as principais obras previstas pela Portos do Paraná está a construção do Moegão e do Canal de Acesso. “O Moegão é a obra pública com maior volume de recursos investidos no Paraná, ou seja, são quase R$ 600 milhões aplicados em uma infraestrutura ferroviária e a maior obra pública com recursos públicos do complexo portuário nacional, demonstrando sua significância não só pelo seu valor, mas pela importância. É uma obra que dinamizará nossa operação ferroviária ao tempo que resolverá também um dos grandes gargalos, que são as interrupções de vias por conta da paralisação dos trens para realização de manobras. O trem é uma importante ferramenta da logística, ainda com uma participação pequena na infraestrutura paranaense de movimentação, algo em torno de 20%, e a proposta com o Moegão é que a gente consiga atrair cada vez mais um volume maior de carga ferroviária, ao tempo que melhoramos a logística ferroviária, mas diminuímos também o impacto que esses trens trazem ao município”, ressalta Luiz Fernando.
“Sobre o Canal de Acesso, essa já é uma solução inédita proposta pela Portos do Paraná em conjunto com o Governo Federal, é um processo tocado pelo Governo Federal em parceria com a Portos do Paraná, mas de iniciativa nossa, há uns dois anos tivemos o início dessas discussões. Ele visa também ganhar uma maior produtividade no nosso Canal de Acesso, cada vez maiores navios transitam pela costa brasileira e vem operar tanto nos portos do Paraná, como em outros portos, mas há uma necessidade de acompanharmos também tendo uma condição de água, com uma possibilidade desses navios maiores virem e serem carregados. Para isso, lançou-se uma proposta de concessão que viabilizará R$ 1 bilhão de investimento em quatro anos, ao tempo que a ideia é proporcionamos também um valor menor ao usuário “, destaca Garcia da Silva.
Leilões
Segundo o diretor-presidente, os pilares de uma boa gestão portuária possuem em acessos rodoviários e ferroviários que precisam estar adequados para que a carga chegue, bem como acesso marítimo com segurança operacional, eficiência e profundidade adequada, onde o Governo do Estado e a Portos do Paraná está atuando com concessões, que começam a produzir seus efeitos com o Lote 2, na obra do Moegão, a Nova Ferroeste, entre outras iniciativas para o fluxo adequado da carga. “Nesse sentido, temos também o terceiro pilar que são os terminais. As cargas precisam chegar, seja pela água ou pelas vias rodoviárias e ferroviárias, mas elas precisam de terminais capacitados, modernos e eficientes. São cinco áreas que nós leiloamos desde o início de 2019, aqui eu faço uma menção, para quem não se lembra a última vez que o Porto havia leiloado uma área tinha sido entre o ano de 2001 a 2002”, detalha.
“A partir de 2019 nós proporcionamos cinco grandes leilões que geram grande volume de investimentos na obra e na operação desses novos terminais. A Klabin foi um dos exemplos que nós leiloamos em agosto de 2019, no dia do martelo na Bolsa de São Paulo, e em março de 2022 inaugurou-se o terminal, ou seja, um pátio de concreto foi trocado por mais de R$ 150 milhões em investimentos e um volume significativo de empregos. Isso dá tranquilidade para o investidor, para aqueles que olham para uma logística eficiente, que o Paraná está preparado para receber esse volume de cargas por conta desse compromisso do Governo do Estado em promover cada vez mais uma infraestrutura melhor para que a eficiência seja reconhecida. Lembrando que nós temos um ambiente competitivo muito grande, ao norte o porto de Santos, ao sul os portos catarinenses, isso faz com que nós tenhamos uma necessidade de mantermos investimentos e trazermos uma condição logística para todos aqueles que são os nossos clientes ou que possuem o interesse”, ressalta Luiz Fernando.
Mensagem
“São 89 anos de uma construção em conjunto, entre a autoridade portuária, erguida aqui com uma participação do Governo do Paraná, mas não podemos esquecer dos trabalhadores portuários e empresários que acreditam e investem aqui. Nesses 89 anos, temos que celebrar por uma conjunção de boa comunidade, a nossa representação em termos de comunidade é diferenciada no País. Se nós chegamos aqui com 89 anos pujantes, movimentando mais de 65 milhões de toneladas, é por conta da entrega dos trabalhadores, dos empresários e do Poder Público, através da atividade portuária. Fica aqui meu agradecimento em prol sempre em benefício àqueles que fazem com que essa roda gire cada vez melhor”, finaliza Luiz Fernando Garcia da Silva.