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Porto de Paranaguá - 88 anos

Diretor-presidente da Portos do Paraná tem como prioridade deixar como legado um porto forte, competitivo, moderno e inovador

“O Porto de Paranaguá do Futuro é construído no agora e em conjunto, em milhares, senão milhões, de mãos”, enfatiza Luiz Fernando Garcia da Silva, diretor-presidente da Portos do Paraná

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Foto: Fabio Chialastri

O Porto de Paranaguá é o segundo maior porto do Brasil em movimentação de cargas, e um dos mais importantes corredores de exportação do país.

No aniversário de 88 anos da empresa pública, o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, concedeu entrevista para a Folha do Litoral News, e falou da evolução, das prioridades e dos projetos para os próximos anos.

Luiz Fernando é graduado em Economia pela Universidade Federal do Paraná, com máster em Logística e Gestão Portuária pela Fundación Valenciaport e pela Universidade Politécnica de Valência, na Espanha. Antes de assumir a Portos do Paraná, em 2019, foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp); assessor especial do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil; e secretário nacional de políticas portuárias no governo federal, sendo considerado um grande conhecedor da área, e tendo com sua equipe, colocado por três anos consecutivos, os portos paranaenses reconhecidos como a melhor gestão portuária do País, segundo o governo federal. Confira a entrevista:

Folha do Litoral News: O porto de Paranaguá é um dos mais importantes corredores de exportação do país. Qual foi a evolução registrada nos últimos?

Luiz Fernando: As exportações representam mais de 60% de tudo o que é movimentado por aqui. Nos últimos, de 2019 a 2022, tivemos um salto de 9%. Considerando apenas os terminais do Porto de Paranaguá, o volume passou de cerca de 52,4 milhões de toneladas para 57,1 milhões de toneladas.

Folha do Litoral News: Qual a expectativa de cargas para este ano de 2023?

Luiz Fernando: Se, pelo menos, mantivermos o mesmo aumento que registramos na movimentação de 2022, de 1,5%, devemos movimentar mais de 58 milhões de toneladas, apenas em Paranaguá. Porém, diante da expectativa de uma safra recorde de soja que estamos começando a receber, podemos esperar um aumento ainda mais significativo.

Folha do Litoral News: Os Portos do Paraná estão em constante expansão, o senhor poderia nos falar quais são os principais investimentos para os próximos anos?

Luiz Fernando: Nossa expectativa está, principalmente, em três principais projetos. O primeiro deles é dar continuidade à regularização e ocupação das áreas operacionais com novos arrendamentos que trarão para a cidade de Paranaguá mais investimentos e, consequentemente, mais postos de trabalho e renda.

Outro, muito esperado, é o projeto Moegão, que propõe a construção de uma moegão exclusiva para descarga dos grãos e farelos que chegam pelo modal ferroviário. Além de melhorias para a capacidade e performance do Porto, o projeto quando executado irá melhorar muito a vida dos parnanguaras com a redução da famigerada espera pela passagem do trem. As interferências rodoferroviárias serão menores e a operação de descarga concentrada dos vagões será mais ágil.

Por último, mas não menos importante, eu destaco o projeto de concessão do Canal de Acesso. Esse colocaria, mais uma vez, o Porto de Paranaguá como pioneiro na atividade portuária nacional. O nosso modelo de concessão marítima prevê que a iniciativa privada realize investimentos em serviços de dragagem, derrocagem, sinalização, batimetria, programas e monitoramentos ambientais. De forma contínua, ágil e mais moderna.

Apostando em iniciativas inovadoras e novas soluções para problemas antigos não apenas destacamos o Porto, como atraímos desenvolvimento para toda a região.

Folha do Litoral News: Que avaliação o senhor faz dos últimos arrendamentos e quais são os benefícios trarão para o estado? A Portos deverá ainda ter outros leilões neste ano?

Luiz Fernando: Quanto aos benefícios, o principal é a transparência que estamos dando a todo o processo. A partir do momento que regularizamos contratos e disponibilizamos novas áreas, estamos garantindo um ambiente seguro para investimentos. Cada novo investimento que conquistamos traz com ele não apenas desenvolvimento econômico, mas também social.

Nossa expectativa é realizar pelo menos outros dois leilões: das áreas PAR14 e a PAR15 que tiveram as consultas e audiências públicas já realizadas em 2022 e que seguem com os processos em fases de análises das contribuições recebidas nas consultas e audiências públicas.

Assim que as respostas forem publicadas nos sites da Portos do Paraná e da Antaq, na sequência o processo segue para o Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão autorizando, o certame acontece na B3.

Folha do Litoral News: Uma das preocupações da Portos do Paraná são os investimentos e a expansão da infraestrutura portuária sejam sustentáveis ao longo do tempo. Como está sendo realizado este trabalho?

Luiz Fernando: Temos plena consciência do quanto a sustentabilidade é importante para que a atividade se mantenha. É por isso que pensamos cada passo que damos de olho nas questões sociais e ambientais. Temos, atualmente, mais de 20 programas que monitoram e propõem medidas e soluções em diversas frentes. Desde a qualidade da água, do ar, fauna, vegetação, até educação ambiental e desenvolvimento socioeconômico das comunidades que vivem aqui no entorno.

Folha do Litoral News: Quanto ao aprofundamento do canal e dos berços de atracação, os serviços ampliam a estratégia comercial do Porto de Paranaguá?

Luiz Fernando: A manutenção da infraestrutura marítima é fundamental para que qualquer porto se mantenha operacional e competitivo. Sem esses serviços de dragagem de manutenção permanente ou mesmo, quando necessário, de aprofundamento, o assoreamento – ou seja, o acúmulo de sedimentos que resulta do movimento natural do mar – impediria a navegação e atracação das embarcações do porto das que hoje estão no mercado. Menos navio, menos carga significa menos postos de trabalho.

Portanto, sim, é nosso dever enquanto autoridade portuária zelar pela segurança da navegação, mas também garantir o desenvolvimento da comunidade portuária e local.

Folha do Litoral News: Quais as prioridades são colocadas em sua gestão para os Portos do Paraná?

Luiz Fernando: Minha principal prioridade é deixar como legado um porto forte, competitivo, moderno e inovador. Quando pensamos no porto do futuro, aqui na administração, com toda a nossa equipe, não estamos pensando apenas no porto. Estamos pensando na cidade que, com ele, se desenvolve.

Folha do Litoral News: Fica o espaço aberto para mensagem à comunidade portuária e cadeia logística paranaense:

Luiz Fernando: Quero concluir minha mensagem, em mais um ano de trabalho, avanço e conquistas do Porto de Paranaguá, dizendo um muito obrigado a todo e cada parceiro, cliente, colaborador, trabalhador, parnanguara que acredita e se orgulha de estar construindo esse legado. O Porto de Paranaguá do Futuro é construído no agora e em conjunto, em milhares, senão milhões, de mãos. Parabéns. Felicidades e que tenhamos ainda muito mais a comemorar neste e nos próximos anos.

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