Paranaguá 375 anos

Paranaguá vista da água: a Cidade-Mãe do Paraná e suas belezas únicas

Por meio da canoa havaiana, praticantes desfrutam das belezas do Rio itiberê

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Conhecer Paranaguá exige compreender toda sua complexidade em belezas artísticas, culturais, históricas e naturais. No dia-a-dia, muitas vezes a população parnanguara acaba não possuindo tempo para observar o cenário onde reside, trabalha e vive, entretanto, contemplar a Cidade-Mãe do Paraná é um exercício diário que deve ser feito por todos os moradores.

Mesmo com 375 anos de história e ligação direta com a navegação desde que foi descoberta, para muitos conhecer a cidade vista da água, seja do Rio Itiberê ou da baía de Paranaguá, é algo distante, mas que, nos últimos anos, por meio da canoa havaiana, se tornou acessível e, mais do que isso, um misto de atividade física, qualidade de vida, lazer e um exercício de se sentir parte da natureza e da história de Paranaguá.

Fotos: Paraná Hoe/Divulgação

Johnatha Vaz, proprietário e fundador da Paraná Hoe – Canoagem VA’A, ressalta que a sua base de canoa havaiana em Paranaguá já existe há cinco anos. “Começamos engatinhando e hoje em dia já há muitas pessoas que remaram conosco, tudo isso vendo Paranaguá de forma diferente, com pessoas que moram em Paranaguá e não tinham a noção do que é a cidade de dentro da água, do que era chegar no Porto de Paranaguá, ir até Piaçaguera, ver a cidade da água, ver golfinhos, a quantidade de aves marinhas que possuímos como o guará-vermelho que está voltando em abundância, diversos animais, coisas que não conseguimos explicar, apenas tendo a vivência”, relata.

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“Eu vim morar no litoral a trabalho. Já remava desde os 9 anos de idade na Baixada Santista, em Cubatão, comecei a remar caiaque de velocidade e a canoa havaiana em Santos foi um dos lugares em que se iniciou, com mais de 30 bases atualmente. Em Paranaguá não tinha nada disso, havia o Clube Santa Rita que agora está voltando ainda mais forte, mas não tinha nada como isso. A canoa havaiana, além de ser um atrativo turístico, também é esporte, vamos participar de competições, mas há também pessoas que a usam para relaxar, para melhorar a qualidade de vida. Nisso pensei porque não levar a canoa havaiana para Paranaguá, que é um lugar extremamente bonito, sendo que eu já remava aqui antes da canoa havaiana. Então decidi levar a canoa e ver no que ia dar e, graças a Deus, deu muito certo”, afirma Vaz.

10 mil pessoas já remaram em águas parnanguaras

De acordo com Vaz, é um privilégio atuar com a canoa havaiana como trabalho, algo que ele já fazia antes por lazer e por esporte, sendo atualmente campeão brasileiro de canoagem oceânica, fazendo inclusive o seu treinamento na cidade-mãe do Paraná. “Sou extremamente feliz com o meu trabalho, não tem como não ser feliz com isso”, destaca.

“Em torno de 10 mil pessoas nesses cinco anos já passaram pela gente, tanto de Paranaguá como de fora, pois vem muita gente de Curitiba e outros locais que vem remar conosco. A galera de Paranaguá nós tínhamos uma pegada muito forte antes da pandemia, quando veio a pandemia diminuiu, mas no pós-pandemia estamos começando a nos reerguer com uma galera mais fixa, time de treino, começando a visar competições. Estamos com uma competição em vista para novembro com cerca de 30 pessoas”, explica, destacando que o grupo já trouxe medalhas a Paranaguá em outras competições.

“Eu não troco Paranaguá por nada, já falei isso abertamente, pode ter milhões de propostas. Paranaguá para mim é tudo de bom, meus amigos estão aqui, minha esposa e minha família é daqui, então não tenho como pensar. Santos e Cubatão são locais bonitos, com suas belezas e correria do dia-a-dia, mas Paranaguá está extremamente em crescimento, é visível essa mudança cada vez mais para melhor. Não tem como não estarmos dentro deste crescimento”, afirma Johnatha.

Vídeos e fotos únicas de Paranaguá

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Outro destaque da canoa havaiana e sua prática em Paranaguá são as fotos e vídeos feitos por Johnatha e seus alunos. “Somos privilegiados pela baía que nós temos aqui, temos um nascer e um pôr do sol maravilhoso. Temos um nascer praticamente saindo do mar, chegando normalmente na nossa frente, na Ilha do Mel ou Pontal do Sul, que não é coisa muito alta, então fica fácil de ver, não precisa nem ter um equipamento muito amplo, pois temos uma beleza natural única”, explica.

“São belezas ocultas que temos em Paranaguá. Nesta semana, por exemplo, em um dia, por exemplo, que eu saí para remar, vi uma garça muito bonita, revoadas de aves marinhas em baixios, tartarugas, golfinhos e guarás, algo inclusive visto por gente de Goiás e Curitiba que estava na canoa. Tudo isso ocorreu em um intervalo de uma hora e meia. Temos sim que registrar tudo isso e mostrar o que temos em Paranaguá”, explica.

Aluno relata transformação pessoal com a canoa havaiana

Ismael Nehme Hajar, agente marítimo há 31 anos e advogado atuante em Paranaguá, aluno do Paraná Hoe, ressaltou que a canoa havaiana, em pouco mais de um ano, transformou a sua vida positivamente.

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Foto: Redação

“Tudo começou quando minha esposa fez uma remada com eles e voltou me falando que eu tinha que ir e que eu iria gostar por mais de uma hora. Até então meu esporte era jogar bola às quartas-feiras e ir para a academia de vez em quando, mas ela viu que não era aquilo que estava me mudando, algo que também foi reforçado pelo meu amigo, o advogado Marcelo Digiovanni, então decidi falar com o Vaz e fazer uma aula inaugural com ele, quando voltei, no dia seguinte já fui fazer minha matrícula para ser mensalista, daquele em dia em diante remar se tornou uma rotina”, explica.

“A canoa é algo único, você vê o mar, não tem celular nem nada, todo mundo está em sintonia, você se diverte na canoa, tudo isso com a natureza e a melhoria que a atividade física proporciona com qualidade de vida”, ressalta Ismael, destacando que o objetivo é sempre melhor o condicionamento, sendo que ele acabou comprando seu próprio remo e colete, sendo que ele começou a remar em maio de 2022 e prossegue até hoje.

Segundo Hajar, ele nasceu em São Paulo, mas se mudou para Paranaguá quando tinha sete anos, sendo parnanguara por adoção. “Eu conhecia a baía de Paranaguá de lancha, por causa do serviço, mas quando você vai remando, no nível do mar, você vê peixes entrar na canoa, espirra água, é outra sensação. Quando se afastamos da terra, vemos que é outra Paranaguá, que ninguém conhece, pois pensamos especificamente na cidade, mas quando você vai comer uma ostra na Ponta Leste, chega lá e eles estão preparando o bolinho de banana e tudo mais, algo único, com um valor agregado, que gera muito prazer e identificação”, explica. “De lancha você vê as belezas muito rápido, de canoa você é a beleza, você faz parte do cenário, algo muito diferente e gratificante”, completa Vaz, destacando que a baía de Paranaguá é abrigada e a segunda maior do Brasil.

Remada a Cananéia

“Faremos neste ano a sétima expedição de Paranaguá a Cananéia. A primeira foi para trazer a canoa havaiana a Paranaguá, que foi comprada em Cananéia e trouxemos remando de lá. Tomou uma proporção a nível nacional. Hoje temos muita gente de Paranaguá que já fez, só que temos 48 pessoas para fazer este ano. Abrimos a remada na sexta-feira de manhã, no fim da tarde já não tinha mais nada, sendo que há 12 pessoas na lista de espera, apenas duas de Paranaguá, o resto é de Salvador, Ilha Bela, Rio de Janeiro, Florianópolis, Garopaba, Espírito Santo”, explica Johnatha.

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Ele reforça que além da questão esportiva, a canoa havaiana incentiva o turismo em Paranaguá.

“Vamos até Cananéia e voltamos para Paranaguá, onde o pessoal fica um dia aqui, conhecendo os atrativos, algo que ocorre em outras remadas. São pessoas que geram renda para a cidade”, finaliza Vaz.

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