O administrador de empresas, José Reis de Freitas Neto, foi empossado na sexta-feira, 12, presidente do Visite Paranaguá, um instituto criado no município para alavancar o turismo. José também é diretor financeiro da Adetur (Agência de Desenvolvimento do Turismo) e integrante do Conselho Municipal de Turismo de Paranaguá. Ações objetivas e com montagens de roteiros direcionados a públicos diferenciados podem mudar a realidade do turismo no município. O momento é considerado um dos melhores para o setor, que espera uma parceria entre os setores públicos e os empresários locais. O presidente do Visite Paranaguá contou sobre a intenção do grupo e as ideias que devem ser colocadas em práticas em breve. Confira a entrevista:
Visite Paranaguá foi criado oficialmente na sexta-feira, 12
Folha do Litoral News: No que consiste o Visite Paranaguá?
José Reis: Na sexta-feira, foi criado o Visite Paranaguá. Existem vários Convention & Visitors Bureau pelo Brasil, como Curitiba, Foz do Iguaçu, Morretes etc. Como não temos uma vocação, uma estrutura para receber grandes eventos, como em Curitiba, vamos trazer para a nossa realidade, para alavancar a movimentação de turistas na cidade, por meio de pequenos eventos. A vocação dos conventions é essa, vender a cidade e atrair eventos, por isso tudo que é ligado ao turismo o convention está inserido. É o braço privado do segmento do turismo, a função não é competir com outros órgãos, mas trabalhar junto com Adetur e Secretaria de Turismo. O foco é atrair mais pessoas para trabalhar em grupo. Temos conselheiros da prefeitura, da Aciap, da Unespar etc.
Folha do Litoral News: Quais os benefícios que as cidades que implantaram o Convention apresentam?
José Reis: Todas as cidades que têm Convention apresentam um ganho de quase 30% na movimentação, esse é um dado da própria Associação de Conventions. A partir do momento que ele é criado, recursos começam a vir para a cidade, começa a atrair eventos. Morretes, por exemplo, tem eventos realizados pelo Convention. A gente quer que o comércio local seja beneficiado. Estamos em conversa com a prefeitura, queremos que nessas feiras que acontecem no mês de julho, para isso teremos uma estrutura de cozinha com quatro cubas, quatro mesas de inox, quatro fogões e quatro freezers. Assim quando houver feiras temos uma estrutura para que o associado participe, porque desonera, é menos trabalhoso, tem equipamento bom para trabalhar. A intenção é que os empresários possam trabalhar juntos, temos que trabalhar o cooperativismo na cidade, não é fácil, temos que trabalhar essa questão. A partir do momento que a gente cria esses laços, as coisas começam a andar, outros vão querer participar e vai gerar um novo ritmo de trabalho.
Folha do Litoral News: Objetivo principal é atrair mais turistas para a cidade?
José Reis: Exatamente. Teremos uma mensalidade para os empresários. Todo o recurso será revertido para publicidade, material gráfico e divulgação na Internet para atrair o público. Essa é a forma mais rápida da gente dar um retorno para os empresários.
Folha do Litoral News: Quantas empresas podem aderir ao Visite Paranaguá?
José Reis: Eu acredito que vão se associar uma média de 20 empresas. A maioria é do setor de gastronomia, mas o interessante é que está bem diversificado, estamos com a Barcopar, as operadoras de turismo, estamos pegando todo mundo porque o interessante é que cada um tem a sua perspectiva. Sempre tive a visão do empresário de gastronomia, e assim consigo ter a visão dos barqueiros, que entendo as dificuldades, o pessoal das vans.
Folha do Litoral News: Quais os principais projetos que o Visite Paranaguá já pensou e deve colocar em prática?
José Reis: Os projetos são alinhados pelos associados. Um dos projetos é, como já temos a reabertura da visitação no porto, os hotéis e restaurantes serão os divulgadores desse passeio. Uma van fará um roteiro pelos hotéis pegando os hóspedes interessados e levar até o porto. O preço será praticamente o mesmo porque o turista tem que entrar com a van no porto, não pode entrar carro particular. Essa é uma pequena ação, rápida, mas queremos fazer várias para começar a incrementar. Podemos depois agregar o Santuário de Nossa Senhora do Rocio, a Rua da Praia.
Folha do Litoral News: O Santuário do Rocio tem recebido muitas visitas com as romarias. O Visite Paranaguá visa também ao turismo religioso?
José Reis: Hoje, eu acredito que o Rocio tem sido o principal indutor turísticos depois da Ilha do Mel em Paranaguá. Eles têm recebido uma média de 40 ônibus por mês. É muita gente e não tem nenhum trabalho sendo realizado nesse sentido. Queremos fazer essa aproximação, estamos vendo a hipótese de fazer a saída do barco pelo Rocio, porque lá tem estacionamento, tem uma estrutura com banheiro, restaurante. É uma área melhor para o turista. Temos que analisar essas questões e ver o que é melhor. Em Paranaguá, todo mundo entende um pouco de turismo, é um campo fértil de ideias e criatividade, todo ano tem propostas, mas tem que sair do papel. Queremos, com pequenas ações, montar um roteiro turístico de verdade. A principal ação vai virar o jogo para os restaurantes de Paranaguá. As escolas, mesmo de Curitiba, têm carga extracurricular e formulamos um passeio no valor de R$ 270,00, incluindo transporte, café da manhã, almoço, passeio de barco, Aquário, o MAE e o porto. É um passeio monitorado por guia, com a possibilidade de conhecer a história de Paranaguá. É algo fácil da gente atender. Temos um turismo histórico, geográfico, há várias coisas para se explorar na área da educação. Temos aqui o MAE, um dos prédios mais antigos, do tempo das missões só existe esse prédio e as pessoas pagam para ir longe ver e nós temos aqui. São Francisco não tem um prédio com essa história, vai ter no Rio de Janeiro. O Visite Paranaguá entra desta forma, pagando um vendedor para vender esse passeio em Curitiba nas escolas com um material de publicidade.
Folha do Litoral News: Resumindo, esse é um momento bom para o turismo em Paranaguá?
José Reis: A equipe da Secretaria de Turismo é muito boa, eles trabalham muito, mas no limite que podem e a gente sabe que o recurso de uma fundação de turismo faz falta. A gente vê que o empresário não quer esmola, ele quer trabalhar. As ações de apoio não são voltadas a dar dinheiro, mas ninguém vai investir na cidade se a lição de casa da cidade não for feita. A gente vê hoje que o Estado quer fazer. O Convention não é contra nem a favor de nenhum governo, a gente é pró-turismo de Paranaguá.