Entrevista

Sindicalista fala sobre avanços e modificações nas agências bancárias

Samuel Ribeiro da Fonseca relata 30 anos de lutas em prol da comunidade

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Samuel Ribeiro da Fonseca, popularmente conhecido como Samuca, é casado e pai de uma filha. Bancário e professor, é um cidadão parnanguara que trabalha em prol da comunidade como professor do Ensino Médio (pós-técnico) há 32 anos e universitário há 26 anos e bancário há mais de 43 anos, iniciando suas atividades no extinto banco Bamerindus, passando pelo HSBC, o qual, a partir de 1.º de julho, passou a ser Bradesco. Samuca está em seu terceiro mandatos à frente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Paranaguá e Região.

Também é diretor do sindicato do Sinpropar e da Federação Contec em Brasília.

Formado em Ciências Contábeis e, em 2010, formou-se na 1.ª turma de Direito de Paranaguá. É o atual presidente da Associação de professores e funcionários da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e integrante do colegiado de ex-alunos de direito do Isulpar e incansável na luta sindical. Nesta conversa, Samuel conta um pouco de sua história. Confira:

 

Folha do Litoral News: Onde você cresceu e como foi sua criação?

Samuel: Me criei na Vila Russa, ali perto do Gregório. Por muito tempo defendi as cores do Bofe, um time muito famoso da cidade, pelo qual joguei vários campeonatos. Nunca fui titular, mas como era amigo de todos sempre participei do time e entrava no segundo tempo para ajudar o time. Deixei de bater a bolinha após uma fratura na perna. Mas tenho grandes amigos. O Samuca é uma pessoa amável, família que sempre que possível atende a todos, casado com a professora Sueli Coelho, pai de Jéssica, que já está formada e está dando continuidade ao seu estudo em Curitiba. Tenho minhas atividades todas em Paranaguá, onde coleciono muitos amigos. Só saio daqui se for vontade de Deus, senão vou ficando por aqui até quando Ele quiser.

 

Folha do Litoral News: A área sindical como entrou na sua vida?

Samuel: Devido aos trabalhos desenvolvidos, fiquei cinco anos sem poder estudar em nossa faculdade. As aulas iniciavam às 18h15 e saía do banco às 20h, e fiquei prejudicado neste tempo sem poder estudar. Fui chamado para compor a diretoria, me deu esta oportunidade e abracei pelo motivo de querer dar continuidade aos meus estudos, o que me daria a oportunidade de me qualificar, me desenvolver na profissão, para ser um melhor bancário, um melhor cidadão para minha cidade. Acabei gostando e estou até hoje dando aulas e militando dentro do sindicalismo, sempre em busca da melhoria para todos.

 

Folha do Litoral News: Como líder sindical o que foi mudando ao longo dos anos?

Samuel: No início da minha vida bancária apenas o Bradesco tinha o banco dia e noite. A informatização não era tão forte. E com o desenvolvimento da tecnologia da informação, os bancos hoje só utilizam 13% da mão de obra nossa, quando fazemos greve, 87% é realizada por terceirizados. Mas, temos uma notícia ruim à população, daqui uns quatro anos, as agências bancárias não deverão ter mais caixas físicos, só autoatendimento. As pessoas que ainda não sabem terão que se preparar para mexer no autoatendimento e na Internet. Já fomos informados pela Febraban. Acredito que os bancos queiram, no futuro, que qualquer ponto, o vendedor de cachorro-quente ou o pipoqueiro, com todo respeito às profissões, receba as contas do banco. Eles só querem ter a conta para receber depósitos e aplicar o dinheiro. Atender o cliente não querem. Esta é atual politica deles. Na sexta-feira passada, para informação da população, um dos maiores bancos bateu recorde nacional na Internet na baixa de aplicativo. A provisão que faço que futuramente as agências deverão ter de quatro a cinco funcionários só para pegar assinaturas e fazer negócios.

 

Folha do Litoral News: E este ano como está a greve dos bancários?

Samuel: Esta já é uma grave histórica. Nossa última greve durou 21 dias, e esta já está ultrapassando. Então existe este histórico que o banco é uma instituição avarenta, que gosta mais de dinheiro, e não tem o mínimo de amor ao próximo na questão do dinheiro. Hoje, o cartão de crédito tem a maior taxa de juros do planeta e o cheque especial 340% ao ano. O empréstimo se for no consignado, um dinheiro que não vai perder de jeito nenhum é de 2%, e se for no crédito pessoal em torno de 7% ao mês. O banco não tem problema de dinheiro, quanto mais crise melhor fica para o banco, pois ele tem mais lucro.

 

 

Folha do Litoral News: E a lei da fila como está? 

Samuel: Temos a Lei estadual de 20 minutos para o atendimento, para os bancos e supermercados e, muitas vezes, não vemos isso acontecer. Nós estamos nas portas dos bancos brigando para isso acontecer, para que todos sejam atendidos com respeito, e eles não estão nem aí. E nós mesmo em greve estamos solicitando aos colegas aqueles 30% que estão cumprindo o que diz a lei, pedimos que deem prioridade a pessoas mais humildes e idosas que não utilizam o autoatendimento. Vocês podem constatar que durante a greve isso está acontecendo de verdade. Podem conversar com as pessoas que estão na porta do banco

 

Folha do Litoral News: Gostaríamos de agradecer a entrevista e deixar aberta para seus agradecimentos.  

Samuel: Estamos prestes a ter uma mudança, uma reestruturação muito significativa na educação, e como sempre para pior. E nós como sindicalistas, que trabalhamos para a população, sentimos que algo deve ser feito nesse sentido também. Conquistamos esse respeito com a população que vem conversar com a gente no trabalho que também é feito em prol da população, é fruto de um trabalho que é realizado nos 365 dias do ano. Estamos com o sindicato estruturado, com duas sedes, uma social e uma campestre a qual, diga-se de passagem, é uma das melhores do litoral, e o Samuca tem amizade com todos vocês da imprensa. E o Sindicato dos bancários está de portas abertas a toda a população de Paranaguá e do Litoral e o professor sempre que qualquer aluno ou ex-aluno precisar. Trabalho entre amigos. Só tenho que agradecer a vocês esta oportunidade, faço o que gosto e sou feliz no que faço.

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