conecte-se conosco

Entrevista

Presidente do Conselho de Segurança fala dos desafios e expectativas da entidade

“Para ter uma sociedade mais segura precisamos que realmente aconteça uma interação de todos os segmentos e que a população venha a participar”

Publicado

em

Sami Mohamad Zahra, nascido em Paranaguá, comerciante há mais de 23 anos, filho de Mohamad Akl Zahra e Fátima Taha Zahra, tem irmãos Yasser, Faissal e irmã Ussama, é casado com Patricia Hajar Zahra, e proprietário do Facecafé. Zahra foi eleito presidente do Conselho de Segurança de Paranaguá, sendo que seu mandato frente à entidade expira em 2019. Neste ano também foi eleito presidente do Conselho Regional de Segurança do Litoral Paranaense, 1.º órgão no gênero no País a representar uma região. Exerceu em 2015, a presidência do Conselho Municipal de Trânsito. Nesta entrevista, Zahra fala dos desafios, dificuldades e expectativas frente ao Conselho de Segurança de Paranaguá. Confira:      

 

Folha do Litoral News: Como o senhor analisa a segurança atualmente?

Zahra: Analisar a segurança seria muito difícil sem falar do contexto pelo qual passa o nosso País. A grosso modo, se formos comparar com o passado, temos mais forças de segurança, mas a sensação de insegurança é maior e isso é reflexo do que acontece no Brasil como um todo. Vejo avanços na segurança em Paranaguá, tem acontecido melhorias, a Polícia Militar está mais atuante, mais presente e próxima do povo, e isso é uma coisa muito importante para todos nós. Evoluir sempre, e ter esta parceria que o Conseg possui é de suma importância para nós, como entidade, e para a população. 

 

Folha do Litoral News: O senhor acredita ser possível construir uma sociedade com uma segurança melhor?

Zahra: Para ter uma sociedade mais segura precisamos que realmente aconteça uma interação de todos os segmentos e que a população venha a participar junto aos órgãos de segurança. O Conseg não tem poder de polícia, não podemos abordar pessoas ou fazer blitze, o que podemos é fazer este meio campo entre a população e os poderes de segurança pública. Tanto que neste mês de setembro lançamos a campanha faça o BO (Boletim de Ocorrência), que é uma campanha de  grande importância para a inteligência da Polícia, para que seja possível saber onde os crimes estão sendo cometidos com maior frequência, horários, etc. A Polícia tem suas dificuldades, mas a população precisa ser mais participante dos problemas cotidianos da cidade.   

 

Folha do Litoral News: A falta de participação da comunidade é a maior dificuldade enfrentada atualmente pelo Conseg?

Zahra: Temos uma grande falta de interesse da população. Recentemente, fizemos uma reunião aberta e convocamos todos através das redes sociais, de veículos de comunicação como a Folha do Litoral News, que é parceira na divulgação das ações do Conseg, e o retorno foi mínimo por parte da população. Ali são discutidos assuntos importantes para a segurança de Paranaguá, mas só vemos cobranças nas redes sociais, mas no momento que temos que estar olho no olho, sentados discutindo alternativas, melhorias e apresentarmos sugestões, os críticos não aparecem. Apenas uma parcela mínima de moradores e comerciantes acaba colaborando. Também é bom explicar que o nosso Conseg é um órgão que não possui verbas de nenhuma esfera, seja ela federal, estadual ou municipal, sobrevive apenas dos diretores que arcam com suas despesas. 

 

Folha do Litoral News: E como funcionam as reuniões do Conseg?

Zahra: Estávamos realizando reuniões mensais da diretoria, mas para aproximarmos e fazer esta ligação que tanto queremos, começamos a fazer as reuniões abertas com a participação da população. Embora a participação esteja sendo fraca, vamos continuar este trabalho. Ontem tivemos uma reunião do Conseg com o Sindicato dos Lojistas, na qual o coordenador estadual, Coronel Nerino, esteve presente e foram debatidas questões de segurança para o nosso comércio.

Folha do Litoral News: Por que a população pouco se interessa em participar de conselhos?

Zahra: Infelizmente é um espelho de nossa sociedade. Como já disse anteriormente participar de um conselho, na maioria das vezes, não é rentável, pois são voluntários, como é o caso do Conselho de Segurança. Quem participa é por convicção e para tentar mudar o cenário atual. Vejo que a população é muito acomodada, enquanto não acontece o problema comigo não é de importância, pode acontecer até com o vizinho ou conhecido e mesmo assim muitos não se importam, até o problema bater a sua porta. O Conseg tenta aproximar este grupo de pessoas com as autoridades de segurança, mas é muito trabalhoso e há muita reclamação. Somos questionados sobre o motivo de não fazermos, e é através de espaços como o que a Folha do Litoral News está nos dando que podemos explicar como trabalhamos e para que trabalhamos, e que a participação de toda a comunidade é imprescindível para que possamos mostrar às autoridades de segurança quais são as prioridades para o setor, só assim vamos avançar. 

 

Folha do Litoral News: Qual a ideia desta diretoria para fazer aumentar o interesse da população em participar? 

Zahra: Não falo só do nosso Conselho, mas vejo que o povo não gosta de se envolver e ter esta participação. Para criticar as forças de segurança ou o trabalho do Conseg, muitos se apresentam, principalmente nas redes sociais, mas quando é sugerido que venham debater, infelizmente a presença é mínima. A maioria das pessoas que reclamam nem aparece. Isso não fará com que a gente desista de fomentar o nosso trabalho, vamos continuar a realizar reuniões abertas e aproveito para convidar todas as pessoas que têm interesse a vir participar conosco de nossas reuniões para debatermos e acharmos soluções para uma segurança melhor.

 

Folha do Litoral News: Recentemente, o senhor assumiu a coordenação do Conselho Regional do Litoral. Quais são os novos desafios?

Zahra: Este é o primeiro conselho regional criado no Brasil, e o nosso litoral saiu na frente. O que queremos fazer é coordenar os pleitos dos Consegs dos municípios litorâneos e convergir ao Conselho Estadual. Fico grato à atribuição que a mim foi designada e sei que teremos muito trabalho pela frente. Temos projetos que vamos encaminhar o mais breve possível junto à coordenadoria estadual e Secretaria de Segurança Pública. Vamos tentar trazer para o litoral uma casa de detenção e uma casa de tratamento a dependentes químicos. Não adianta termos só uma Delegacia Cidadã se não temos local para abrigarmos os presos. Para evitarmos problemas futuros o litoral deveria ter uma unidade carcerária. Sabemos das dificuldades, mas também sabemos que é necessário que o assunto seja colocado à mesa.   

 

Folha do Litoral News: Uma de suas bandeiras é a construção de um colégio militar em Paranaguá. Fale sobre isso.

Zahra: Existe a possibilidade de se instalar uma unidade do Colégio Miliar em nossa cidade. Já participei de duas reuniões em Curitiba a respeito do assunto. Eles preferem que seja um colégio estadual que não esteja em funcionamento, temos uma estrutura na cidade assim, fica próxima à 1.ª Cia da Polícia Militar. Este é um projeto que iremos pleitear até o fim de meu mandato, juntamente com os diretores do CONSEG que abraçaram a ideia e queremos ver este sonho realizado. Temos no Paraná somente o Colégio Militar em Curitiba. Está bem encaminhado para abrir uma unidade em Londrina em 2018 e para acontecer em Paranaguá precisamos do apoio de todos. É um benefício para a cidade e, principalmente para as crianças de nosso litoral, as quais poderão estudar em um dos melhores colégios do País.   

 

Folha do Litoral News: Como presidente do Conselho de Segurança que mensagem deixa a nossa população?

Zahra: Aproveito para fazer uma agradecimento à população e ao mesmo tempo de convidá-la a estar conosco nas reuniões do Conseg. Precisamos do apoio de cada cidadão, que participem dos conselhos, sejam eles municipais ou estaduais, como é o caso do Conseg que é estadual. Estamos sempre de portas abertas para receber todas as pessoas, seja para opinar, sugerir, criticar e somar. Todos podem cobrar e queremos cobranças, precisamos de críticas construtivas, mas acima de tudo, queremos a participação efetiva da população.

Quero também agradecer aos meus companheiros de diretoria, pois sem eles nada se realiza ou funciona. Ninguém é dono da verdade, e as soluções devem ser para o coletivo. Sou uma pessoa acessível, fácil de ser encontrada e me coloco à disposição para colaborar e esclarecer qualquer dúvida.   

 

Publicidade






Em alta

plugins premium WordPress