Major QOBM Jonas Emmanuel Benghi Pinto é natural de Curitiba, tem 50 anos e é residente em Guaratuba. É filho de Wilson Emanuel Pinto e Marlene Dinacy Benghi Pinto. Casado com Letícia Vianna Filardo Pinto e possui uma filha.
O comandante tem diversos cursos de especialização, dentre eles: Técnicas em Ambiente Vertical; Operações de Busca e Salvamento; Resgate em Montanha; Unidade de Treinamento de Escape para aeronave Submersa; Piloto Privado e Comercial de Helicóptero; Gestão de Grandes Incidentes (Preston – Inglaterra); Instrutor de Educação Física; Tripulante de Embarcação Pública; Instrutor para Emergências com Produtos Perigosos (San Angelo – EUA/2005); Curso SAR 005 (Força Aérea Brasileira/2008); Curso de Operações em Espaços Confinados; Técnicas Avançadas em Emergências com Amônia/OXIGEM 2018).
É formado em História pela UFPR/1991. Exerceu como Oficial Superior, a função de Oficial de Planejamento e Instrução e Subcomandante do 8.º GB, e desempenhou as funções de instrutor das disciplinas de Salvamento Vertical, Salvamento Terrestre, Busca Terrestre, Salvamento Aquático, Orientação e Navegação, Emergências com Produtos Perigosos, Operações em Espaços Confinados e Doutrina de Emprego BM nos cursos da Academia Policial Militar do Guatupê e Escola de Formação de Praças. Participou como um dos autores da obra Manual Técnico e Salvamento Aquático (CB/PMPR) e, no momento, finaliza a obra Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos. Major Emmanuel estará na segunda-feira, 15, às 15 horas, em cerimônia a ser realizada no Teatro Municipal Rachel Costa, assumindo o comando do 8.º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Litoral do Paraná. Confira a entrevista realizada com o novo comandante:
Folha do Litoral News: Como recebeu o convite para ocupar o cargo de comandante do 8.º Grupamento? É um sonho que realiza?
Major Emmanuel: É um sonho. Desde a época da academia, em 1994, eu já tinha esse sonho. Eu sempre me identifiquei com o litoral, com o mar e a região litorânea. Desde aspirante venho para a Operação Verão, em 1996, e praticamente a próxima será a 24.ª participação, em todas as funções que um oficial pode exercer, inclusive como piloto de helicóptero, então sou apaixonado pela região. Conheci minha esposa em Guaratuba e resido lá. Costumo dizer que sou um homem do litoral, e em 2006 recebi o convite para vir para o GDI, de vir morar aqui no litoral. Prontamente aceitei, vim para cá em 2006 e de lá para cá ocupei diversas funções de oficial de planejamento e operações, oficial de Defesa Civil e agora, recentemente, como subcomandante. Quando recebi o convite do comandante estadual, comandante Prestes, de pronto eu aceitei, porque é uma sequência lógica na minha carreira. E como tenho toda essa experiência na região, eu vi como mais um desafio, mas não vejo algo muito fora da minha realidade, porque já estou há anos aqui. Praticamente será como dar continuidade a um processo natural. Recebi esta missão com satisfação e espero atender à expectativa da comunidade litorânea.
Folha do Litoral News: Qual sua expectativa frente a este novo desafio? Quais seus planos e metas?
Major Emmanuel: Eu tenho como ação imediata recuperar a nossa frota de viaturas, de combate a incêndio, as ambulâncias, as embarcações. Como todos sabem, nós tivemos um problema sério na semana passada com atendimento, o qual realizamos, mas foi limitado em virtude da inexistência de um veículo de combate a incêndio no bairro Costeira. Estamos tentando providenciar o quanto antes os equipamentos e certamente será tema de outra matéria. Mas fui bastante claro e transparente com a nossa população, pois entendo que estamos em outro nível da administração pública. Temos que prestar contas à comunidade de forma transparente, racional e muito efetiva. Vamos procurar o quanto antes solucionar essa situação e dentro disso o principal objetivo agora é recuperar a nossa capacidade de resposta.
Outros objetivos nós temos também com a cidade de Paranaguá, e já em andamento, como a aquisição de uma lancha de busca e salvamento no valor de um milhão e meio de reais, e esse é um processo que vai ser licitado no mês de julho, vindo por meio de emenda parlamentar, já está sendo concretizado, e para o Valadares, ainda este ano, já com recurso bloqueado o valor de 500 mil reais, para aquisição de uma viatura de combate a incêndio específico para a localidade. Estamos disponibilizando estes recursos, e foi um trabalho muito grande do Capitão Gabriel, que é o componente do subgrupamento de Paranaguá. Para a Operação Verão precisamos fazer uma pequena reformulação, dentro da nova perspectiva que é a racionalização de recursos. Não podemos mais ter um grande efetivo de guarda-vidas militares na temporada, pois muitas vezes retiramos do interior, e o que vamos fazer e já que testamos nos últimos anos com sucesso, o emprego de guarda-vidas civis voluntários. O objetivo para os próximos anos é elevarmos a quantidade de guarda-vidas civis voluntários que são jovens do litoral, para que esses meninos e meninas, pois podem ser de ambos os sexos, tenham um trabalho durante verão e mesmo fora da temporada, com a remuneração muito boa, uma perspectiva de trabalho boa e muitos indivíduos gostam e fazem concursos para o Corpo de Bombeiros, de forma que nós possamos empregar esses jovens aqui no verão. Vamos também reforçar o projeto do surf salve, que já estamos desenvolvendo há um bom tempo e consiste em capacitarmos os surfistas durante dois dias, de forma que essa rapaziada na água surfando tenha uma pronta atuação em um momento de necessidade. Além disso, também temos vários projetos voltados a uma maior capacitação de efetivo de bombeiros no litoral, principalmente com relação a mergulho, operações de resgate com embarcações, então são vários projetos que temos como objetivo e vamos concretizá-los.
Folha do Litoral News: O senhor foi um dos idealizadores da primeira Norma Técnica do Corpo de Bombeiros para unidades de armazenamento de insumos agrícolas no Paraná. O que poderia falar sobre o tema?
Major Emmanuel: Ao longo desses últimos anos, me especializei nessa área. E a minha especialidade dentro do corpo de bombeiros é voltada a operações de busca e salvamento e operações com produtos perigosos. Desde 2011, fomos a primeira unidade a desenvolver o mapeamento de risco relacionado a produtos perigosos, principalmente aqui para Paranaguá. Em 2016, recebi o desafio de reformular a norma Estadual referente à armazenagem dos insumos agrícolas, principalmente os fertilizantes minerais. Foi um trabalho árduo que tivemos durante um ano, em parceria também que o Exército Brasileiro, alguns operadores aqui de Paranaguá e principalmente Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e conseguimos emitir npt 27 que é norma técnica do Corpo de Bombeiros que fala a respeito da armazenagem. Hoje, temos como exemplo aquele incêndio que ocorreu em Itapoá, incêndio químico com fertilizante nitrato de amônio e nitrato de potássio, nós não queremos que aquilo se repita aqui em Paranaguá, e desenvolvemos uma norma bastante segurança, uma das mais avançadas do País com relação à prevenção de incêndio e pânico em locais de armazenagem. E este ano, como o advento da lei 19.449, que regula e desburocratiza, visando a modernizar os serviços de vistoria e fiscalização do Corpo de Bombeiros e nos dá o poder de polícia, nós vamos implementar em todos operadores locais a efetivação dessa norma principalmente aqueles que armazenam o produto chamado nitrato de amônia.
Folha do Litoral News: Quais são os atendimentos prestados pelo 8.º GB no litoral?
Major Emmanuel: O 8.º Grupamento de Bombeiros é também responsável pela 8.ª Coordenadoria Regional de proteção Defesa Civil. Como grupamento de bombeiros nos sete municípios litorâneos, nós não temos um quartel do Corpo de Bombeiros em Guaraqueçaba, por uma questão logística e estatística. Um quartel de bombeiros é relativamente caro, envolve equipamento muito caro, o pessoal e o nível de ocorrência em Guaraqueçaba neste momento ainda não justificam a implementação, mas é claro que nós apoiamos Guaraqueçaba, com embarcações, aeronaves e veículos, mas, de uma forma geral, no litoral nos seis municípios que nós temos as guarnições de bombeiros, Morretes, Antonina, Paranaguá, Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba nós desenvolvemos diretamente as operações de combate a incêndio, atendimento pré-hospitalar, busca e salvamento e serviços de prevenção de incêndio e pânico. Isso durante o ano inteiro com ênfase na Operação Verão. Somos a única unidade do Estado do Paraná que tem a responsabilidade de desenvolver a Operação Verão, que é a maior operação do Estado. Inclusive temos maior contingente de servidores públicos do Estado empregados em uma operação, para que você, leitor, possa ter uma ideia, hoje nós temos o efetivo do Corpo de Bombeiros aqui, fora da operação, girando em torno de 220 homens, e na operação vamos para um efetivo de 670 pessoas, incluindo os guarda-vidas civis. É um efetivo realmente muito grande durante a Operação Verão, e para ver a nossa responsabilidade. Temos também como responsabilidade, além da operação verão, busca e salvamento, atendimento pré-hospitalar, busca e salvamento ano inteiro, as ações de proteção e Defesa Civil. Por sorte nossa, e depois do dia 11 de março de 2011, tivemos uma evolução muito grande da Defesa Civil, não só nossa, mas a regional. Para ter uma ideia, Paranaguá conta com uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil muito avançada, e esse é um desafio nosso também, de mantermos essa estrutura de proteção e defesa civil para pronto emprego e isso nós temos conseguido.
Folha do Litoral News: Fica o espaço para suas considerações.
Major Emmanuel: Agradeço à população litorânea, que muito bem me acolheu, só que agora a responsabilidade é bem maior. Estou consciente da responsabilidade que nós estamos assumindo com toda a nossa população, a residente e a veranista. A gente não pode esquecer da população residente, pois eu também sou residente aqui, eu não estou de passagem, após a minha reserva vou continuar morando aqui. Então tenho uma responsabilidade grande com a nossa comunidade. E mais do que nunca o serviço público tem que ser de excelência, tem que ser racional, transparente e eficiente, aquela questão de serviço público moroso e fora da legalidade tem que ficar para trás, o serviço público hoje é outro, a cara dele é outra e vamos estar fomentando isso para as próximas gerações.