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Entrevista

“Amigos Protetores” pode receber ajuda através do Nota Paraná

Presidente fundador, Gabriel Antunes, relata trabalho realizado pelos voluntários

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Gabriel Antunes, de 28 anos, conhecido como Gael, é parnanguara, formado em Direito pelo Instituto Superior do Litoral do Paraná (Isulpar) e analista de Licitações. Confira a entrevista como Gael Antunes, presidente fundador da ONG Amigos Protetores:

 

Folha do Litoral News: Como foi o processo para entrada da ONG Amigos Protetores no Nota Paraná?

Antunes: Desde sua fundação, a ONG Amigos Protetores nunca recebeu verbas públicas, mas a cada ano a demanda por resgates e pedidos de ajuda tem crescido significativamente. Isso ocorre devido ao nosso trabalho apresentar vários efeitos positivos em nossa cidade, porém conforme a ONG foi ganhando visibilidade e sendo conhecida, os pedidos de ajuda foram sendo direcionados para nós. Em virtude da falta de recursos, nosso trabalho é limitado. Não temos o necessário à disposição para custear consultas veterinárias, cirurgias e alimentação para animais resgatados. O programa Nota Paraná surgiu como uma alternativa para suprir essa falta de recursos e dar um fôlego para a ONG. O cadastro dependia da inscrição da ONG no Conselho Municipal de Meio Ambiente como entidade que desenvolve atividades ligadas à proteção animal e ambiental. Este cadastro também poderia ser feito no Conselho Estadual, mas como desenvolvemos atividade em Paranaguá, o mais lógico seria efetuar esse cadastro aqui.

Tivemos alguns imprevisto até a concretização do cadastro, principalmente pela falta de regulamentação por parte do conselho, mas isso foi logo resolvido e tivemos apoio do secretário de Meio Ambiente. Isso inclusive abriu um precedente para que outras entidades ligadas à proteção animal e ambiental realizassem seu cadastro junto à Secretaria e Conselho Municipal de Meio Ambiente.

 

Folha do Litoral News: E agora as pessoas já podem ajudar a ONG através do Nota Paraná?

Antunes: Com o cadastro em mãos foi rápido o passo seguinte que foi cadastrar a ONG Amigos Protetores no Programa Nota Paraná. Enviamos todos os documentos da ONG para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e em uma semana nosso cadastro no sistema do programa já estava pronto. Neste momento todos podem ajudar, basta não pedir CPF na nota, mas pedir o CNPJ da ONG nos mercados, postos de combustíveis, farmácias e demais estabelecimentos que emitem nota fiscal eletrônica. Existe também a possibilidade de guardar essa nota, desde que não tenha sido identificado CPF ou CNPJ, para depositar em uma das urnas que estamos confeccionando e iremos distribuir pelos estabelecimentos comerciais que aceitarem fazer essa parceria com a ONG, caso não haja uma urna para depositar as notas, elas poderão ser enviadas, através de foto, para a nossa página no facebook.com/amigosprotetores.

 

Folha do Litoral News: Hoje, a ONG está com quantos animais?

Antunes: A ONG hoje possui, em média, 150 animais sob sua responsabilidade, entre cães e gatos, alguns ainda não estão aptos para adoção devido ao estado de saúde em que se encontram. Porém, temos diversos outros animais aptos para adoção, já vermifugados, vacinados, desparatizados e castrados à procura de lares com famílias responsáveis e que queiram cães e gatos independente de raça ou cor. Quem for adotar um cão ou gato terá a oportunidade de levar um animal vacinado, vermifugado, e com orientações veterinárias no pós-adoção. Prezamos pelo bem-estar do animal e pedimos que os futuros tutores venham conhecer nosso trabalho e de coração aberto para adotar. Adotem por amor e sejam responsáveis.

 

Folha do Litoral News: O que é necessário para adotar?

Antunes: Para adotar um cão ou gato, basta ser maior de idade, portar RG, CPF e comprovante de residência (originais e cópias). O futuro tutor vai passar por uma entrevista e será preenchido o termo de adoção responsável.

 

Folha do Litoral News: Qual é o maior problema encontrado atualmente pelo Amigos Protetores?

Antunes: Nosso maior problema é a falta de conscientização da população quanto aos direitos dos animais. Este é o gatilho para diversos outro problemas como abandono, crueldade contra animais e superpopulação de cães e gatos. Este problema principal demanda muito trabalho e tempo para que, através de campanhas de conscientização, seja solucionado, para isso é necessário um grande esforço principalmente do Poder Público.

 

Folha do Litoral News: Deixamos o espaço para suas considerações finais.

Antunes: Nossa intenção nunca foi receber verbas públicas, nosso maior objetivo, inclusive está em nosso estatuto, é fiscalizar e cobrar a administração pública para que as leis já existentes voltadas à proteção animal e ambiental sejam cumpridas. Infelizmente nestes anos de existência da ONG acabamos assumindo parte do papel da administração pública quando resgatamos animais abandonados e criamos projetos para controle populacional de cães e gatos, através da castração. Foi decorrente disso que surgiram nossas dívidas em clínicas veterinárias e aviários da cidade. Mesmo enfrentando essa situação complicada, sempre buscamos alternativas que não envolvessem o recebimento de verbas públicas, por isso, realizamos bingos e eventos para arrecadar fundos. Quando soubemos do Programa Nota Paraná vimos uma alternativa para que as pessoas pudessem ajudar a ONG, pois os créditos doados às entidades não são verbas públicas são doações feitas por pessoas físicas através dos créditos devolvidos pelo governo a elas, a diferença é que esses valores são enviados para o cadastro da ONG. Nossa preocupação, ou até mesmo o que podemos chamar de ideologia, em não receber verbas públicas, é para que não crie uma condição em que o papel da ONG seja confundido com o da administração pública. Na prática, isso já acontece, diariamente recebemos pedido de ajuda que em um primeiro momento vem acompanhado com um tom de cobrança por parte do solicitante, mas logo na sequência explicamos nossa situação e as pessoas entendem que somos apenas

voluntários que dedicam seu tempo livre para tentar fazer a diferença na vida de seres desamparados, não pelas leis, mas pela falta de políticas públicas que coloquem em prática os direitos dos animais.

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