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Entrevista

8.º Grupamento de Bombeiros do Litoral do Paraná tem novo comandante

Major Jair Pereira contou sobre suas expectativas e qual deve ser a característica de sua gestão

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Natural de Paraíso do Norte, interior do Paraná, o major Jair Pereira começou sua carreira no Corpo de Bombeiros em 1986, quando passou no concurso para soldado na cidade de Maringá. Em 1988, chegou à Academia Policial Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais, onde concluiu três anos de formação. Ao longo de sua trajetória, passou também pelos municípios de Umuarama, Rolândia, Curitiba, onde assumiu como comandante do 3.º Subgrupamento, que atualmente é o 7.º Grupamento; retornando a Maringá, onde estava até receber o convite para trabalhar no litoral paranaense.

O início na carreira se deu com 21 anos, quando estava em busca de uma profissão e ouvia um familiar, que era bombeiro, contar sobre as atividades. Foi desta forma que o interesse surgiu e Jair resolveu prestar o concurso. Segundo ele, a profissão o surpreendeu, era tudo o que esperava, o que justifica os 31 anos de carreira.

Major Jair foi convidado recentemente a assumir o cargo de comandante do 8.º Grupamento de Bombeiros, que corresponde a todo o litoral do Paraná. Nesta entrevista, ele conta sobre suas expectativas para assumir o novo cargo, ressaltando as particularidades do trabalho no litoral e a importância de estabelecer parcerias para que a instituição se mantenha no mesmo patamar. Confira:

 

Folha do Litoral News: Como recebeu o convite para ocupar o cargo de comandante do 8.º Grupamento de Bombeiros?

Major Jair: Nessa fase da carreira, somos convidados a assumir algumas funções de certa relevância, então surgiu a oportunidade. Vejo como um desafio, quem entrou na carreira como soldado, pensando em apenas ter um emprego e, de repente, os desafios foram aparecendo e fui encarando cada um deles. À medida que vamos crescendo, aumentamos a responsabilidade, e vamos assumindo. Para quem passou por algumas cidades menores, a gente chega em um ponto de assumir um grupamento, que envolve várias cidades. Respondi algumas vezes pelo grupamento de Maringá, de forma interina, e chegou o momento de alçar voos sozinho.

 

Folha do Litoral News: Qual sua expectativa para assumir o Grupamento do litoral?

Major Jair: São as melhores possíveis. A principal é de manter todo essa estrutura que está muito bem organizada, muito bem montada. É preciso continuar mantendo bem tudo isso e procurar sempre melhorar ainda mais.

 

Folha do Litoral News: Em comparação com as outras cidades que já atuou, quais os diferenciais do litoral do Paraná?

Major Jair: Aqui temos uma atividade peculiar, porque não temos só a questão do litoral em si, mas também a cadeia de montanhas, que é um desafio, pois oferece riscos diferenciados, são casos de pessoas perdidas, o próprio problema dos rios que cortam e, com isso, tem a cabeça d’água, sendo que existem pessoas utilizando esses espaços e, frequentemente, há gente sendo vitimada. Temos ainda o porto, que é enorme, tem toda uma estrutura diferente de outras cidades. E isso é mais complicado, quando temos várias frentes de trabalho, pois o risco é maior, por isso temos que desenvolver um trabalho de compartilhamento de informações. Não só a equipe de Bombeiros tem que estar bem preparada, como também temos que ter parcerias, com porto, órgãos federais, estaduais e municipais, para poder desenvolver o trabalho, caso contrário a gente não consegue. O Corpo de Bombeiros tem que ser parceiro, pois a partir do momento que se firmam essas parcerias, conseguimos estabelecer uma forma de trabalho mais adequada para fazer frente a essas condições.

 

Folha do Litoral News: Qual deve ser a característica da sua gestão?

Major Jair: A minha forma de gestão é baseada no compartilhamento de informações, a parceria, pois não fazemos nada sozinhos. Buscando aquela máxima de “a união faz a força”, temos como conhecer, adentrar os locais, fazer frente a todo este trabalho.

 

Folha do Litoral News: O Corpo de Bombeiros é uma instituição de grande prestígio perante o público. Como analisa essa interação com a comunidade?

Major Jair: Esse é o próprio resultado de um trabalho, essa interação só existe porque o Corpo de Bombeiros mexe com pessoas em momentos de fraqueza. Quando estendemos a mão, qualquer pessoa é bem vista. Essa proximidade com a comunidade é natural, quando vamos ao socorro de alguém, somos a última esperança. Para isso existe todo um trabalho de planejamento. Esse prestígio não ocorreu da noite para o dia. Essa dedicação dos profissionais foi construída ao longo de muito tempo. Foi um trabalho e um planejamento muito bem feito que tem como resultado o que colhemos hoje, essa boa aceitação perante o público. O profissional que está aqui tem que estar comprometido com suas atividades.

 

Folha do Litoral News: Durante a Operação Verão, os trabalhos do Corpo de Bombeiros são intensificados, após este período qual é o foco das ações dos bombeiros?

Major Jair: Além da Operação Verão, que é uma peculiaridade do litoral e também hoje temos na costa extremo noroeste e costa noroeste, além do sudoeste do Estado, nas praias artificiais, onde os Bombeiros também estão presentes. Só que aqui no litoral, além da Operação Verão, há o trabalho de vistoria, de análise de projeto, de atendimento a socorros como é o caso de combate a incêndios e atendimento pré-hospitalar. Mas, o que acontece é que neste período o foco acaba sendo maior na Operação Verão porque temos banhistas, guarda-vidas, estatísticas, equipes que buscamos no interior do Estado para compor o efetivo. O planejamento da próxima Operação Verão já começou e já está pronto para o comandante do Corpo de Bombeiros homologar. Planejamos toda a parte de material, pessoal, logística, a quantidade de postos de guarda-vidas e quantos vão estar em cada praia. Tudo aquilo que encontramos de bom na temporada anterior é colocado e quando há dificuldades fazemos as modificações. A tendência é melhorar a cada ano, é o que chamamos de capital de investimentos, tudo que conseguimos acumular de conhecimento não pode se perder, porque nós saímos da instituição, mas ela continua. O próximo que sentar na cadeira tem que continuar o trabalho da mesma forma. Já conversei com o Paulo Henrique, peguei toda a parte de relatório, de planejamento e acompanhei a etapa final da Operação.

 

Folha do Litoral News: Deixe suas considerações finais.

Major Jair: A nossa proposta é buscar parcerias, fazer um trabalho de comprometimento, buscar fazer o melhor possível dentro daquilo para o que fomos formados, contando com meus 31 anos de experiência. Meu objetivo é encerrar aqui em Paranaguá a minha carreira, falta pouco para a minha aposentadoria e quero fechar com chave de ouro, fazendo um bom trabalho para que a instituição continue sempre em busca daquilo que é melhor.

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