Eleições 2018

Beto Richa defende seu legado

Ex-governador acredita que resultado de suas gestões o credenciam como forte candidato ao Senado Federal

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A campanha eleitoral brasileira de 2018 é a mais peculiar desde a redemocratização, há 30 anos. Fatos novos movem as peças no xadrez eleitoral a cada dia e é difícil antever o resultado das urnas.

No Paraná, a corrida pelo Senado Federal chama mais a atenção. O ex-governador Beto Richa tinha a eleição praticamente certa, mas sofreu um revés a poucos dias do pleito. Condenada por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e pela seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), a ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Paraná (MPE-PR), que acabou prendendo Richa quando ainda iniciava investigações sobre possíveis fatos ocorridos nos anos de 2012 e 2013, pode interferir diretamente no resultado da disputa eleitoral.  

 

Como fica a situação da sua candidatura neste momento?

Beto Richa – Eu mantenho a candidatura ao Senado. Continuo me reunindo com as pessoas, percorrendo as cidades paranaenses, apresentando propostas e demonstrando os resultados de mais de 7 anos de gestão eficiente no governo do Paraná. Coloquei o Estado numa condição sem igual no País, com caixa equilibrado, contas em dia com fornecedores e servidores, dinheiro para investir e obras realizadas em todas as regiões. Isso é inegável. Não se apaga. Tenho uma história, um legado a honrar. Tentaram me desmoralizar, me humilhar. Não deixaram que eu me defendesse. Atacaram minha família. Mas, a Justiça vai provar a verdade e a minha inocência. Tenho a consciência em paz. Não quero privilégio de nenhuma natureza. Só quero as garantias legais a que todos os brasileiros têm direito. Fui vítima de um estado policial que alguns querem implantar no País. Órgãos de investigação se comportam hoje como um verdadeiro partido político, só que com um poder de polícia que nem os regimes autoritários davam ao partido.

 

O que o senhor pretende fazer e como espera reverter esse quadro?

Beto Richa – Eu estou sob um ataque raivoso. Mas, vou continuar a lutar pela minha honra e da minha família. Vou lutar para preservar a memória do meu pai, o grande brasileiro que foi José Richa. E lutar por um País mais justo e mais decente. Fui preso sem haver um inquérito, um processo. Nunca fui chamado para ser ouvido. Estou falando da garantia legal a que todos os brasileiros têm direito. Não é apenas a minha liberdade que está em jogo. É a de todos. A lei precisa ser respeitada, porque caso contrário torna-se um vício, uma droga perigosa, moldada pela truculência do aparato de Estado.

Devem estar preocupados com a possibilidade de eu me eleger. Sei que eu tenho muito pra mostrar, porque fiz muito pelo Paraná. Os números estão aí para comparar. Estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, economias muito maiores que o Paraná estão quebrados, porque não fizeram a lição de casa. O Paraná fez. Sou muito grato aos paranaenses por terem me dado o voto de confiança e a oportunidade de mostrar que é possível governar para transformar a vida das pessoas. Nunca decepcionei as pessoas que confiam em mim e não será agora.

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O senhor fala de muitas coisas que fez no governo. Qual a sua principal realização no governo?

Beto Richa – Eu falo de realizações em todas as áreas da administração pública, porque trabalhamos muito e temos números superlativos e reconhecimento em todas essas áreas. Encheria páginas do jornal. Gosto muito quando as pessoas me contam como a vida delas melhorou por conta de uma ação de governo. Alguém que recebeu uma doação de órgão, que recebeu o documento de regularização da casa onde vive, ou que recebeu uma casa nova; gente que conquistou um emprego em uma empresa que ajudamos a trazer para o Paraná, ou que conseguiu começar um pequeno negócio com financiamento do governo; gente que teve problema de segurança e foi atendida por uma viatura policial. São coisas que envolvem grandes números e, também, tocam a vida das pessoas e me comovem. E temos milhares dessas histórias para contar. Essa é a principal realização. Governar para as pessoas. Isso é o resultado real do que digo sobre a transformação do Porto de Paranaguá; das milhares de viaturas e armamentos que compramos para as polícias; dos recursos investimos para criar o serviço aeromédico com helicópteros; dos recursos que investimos para melhorar o atendimento de saúde nos hospitais públicos e filantrópicos.

 

O senhor acredita que o eleitor vai lembrar disso na hora de votar?

Beto Richa – Eu confio e tenho certeza que o eleitor tem capacidade de avaliar e comparar o resultado do meu trabalho. Encontrei o Estado em 2011 com uma dívida de R$ 4,5 bilhões. Contas de água, luz e telefone atrasadas. Saneei as finanças, realizei 22 mil obras em todos os municípios e deixei o Paraná com R$ 6,7 bilhões em caixa. Então, eu sei que o eleitor paranaense vai saber reconhecer todo o trabalho que fizemos. Eu tenho o que mostrar e minha administração foi reconhecida pela eficiência. A folha de pagamento dos servidores do Estado passou de R$ 800 milhões para R$ 1,7 bilhão mensais. Dobrou, para uma inflação de 55%. O salário médio dos professores cresceu 146% desde 2011. Isso não é valorizar o servidor?

Quem anda pelo interior, e eu estive nos 399 municípios paranaenses, reconhece a melhoria das estradas. Impulsionamos a duplicação de 500 quilômetros de rodovias e a manutenção de 12 mil quilômetros de estradas estaduais.

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E como está a relação com seus antigos aliados?

Beto Richa – Esse é um momento delicado. Muitas pessoas se afastam. Mas é nessas horas que você descobre quem estava com você nos bons momentos apenas por oportunismo. Felizmente, tenho muitos amigos e parceiros. Posso percorrer o Estado e sou reconhecido pelas coisas boas que fiz. Reduzimos a miséria em 57%, reduzimos a mortalidade materna em 47%, reduzimos a mortalidade infantil em 15%, reduzimos o índice de homicídios em 33%, a menor taxa em uma década. Hoje, 36% das receitas de impostos vão para o sistema de ensino. Investimos muito em infraestrutura. É obrigação de um governante fazer direito. Mas muitos não conseguiram entregar nem uma parte do resultado que meu governo produziu.

 

Fotos: Rogério Machado

 

 

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