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Educação

Professores de Paranaguá discorrem sobre a reforma no ensino médio

Mudanças devem ser implantadas a partir de 2019

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Na última quinta-feira, o presidente Michel Temer sancionou a lei sobre a reforma do ensino médio. Considerada como a “mais estrutural mudança na educação pública do Brasil”, a reforma contraria opiniões sobre as alterações propostas que vão impactar os estudantes e os professores. Tais profissionais de Paranaguá colocaram seus pensamentos acerca do assunto e não discordaram que realmente o ensino no Brasil precisa de uma reforma, mas que as mudanças deveriam ser amplamente debatidas com quem está dia a dia nas salas de aula e conhecem a realidade de perto.

De acordo com informações da Agência Brasil, a nova legislação prevê que o currículo seja 60% preenchido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que os 40% restantes sejam destinados aos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

As escolas não são obrigadas a oferecer as cinco áreas mencionadas, mas ao menos uma delas. Em um primeiro momento, a reforma implicaria na extinção de disciplinas como educação física, artes, sociologia e filosofia da Base Comum Curricular, o que gerou muita polêmica. Mas, durante tramitação na Câmara, decidiu-se por mantê-las.

O texto final também aumenta a carga horária que os alunos ficarão na escola. Atualmente, são obrigatórias quaro horas por dia e a intenção é aumentar para sete horas de forma progressiva em tempo integral. O próximo passo do Ministério da Educação é implantar a nova Base Nacional Comum Curricular.

 

OLHAR DO PROFESSOR

A experiência pode ser válida na opinião da professora de Língua Portuguesa, Deise Benvenutti, desde que os recursos cheguem da forma como foi divulgado. “A essência da reforma é dar possibilidades de escolha aos alunos, de acordo com a sua aptidão. Mas, acho que o modo de implantação poderia ser feito com mais diálogo com a sociedade. Se houver a abertura para disciplinas como sociologia e educação física e os recursos chegarem para uma real implantação de qualidade, eu creio que a experiência pode ser válida, pois há países com sistemas semelhantes que estão tendo resultados melhores que o Brasil. Já que está feita, espero que prossiga com a maior transparência possível”, destacou.

 


Professores Deise, Cristiane e Loris, defendem uma mudança no ensino médio, desde que haja mais diálogo e que a estrutura das escolas recebam melhorias

 

A diretora do Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga e professora de Biologia, Cristiane Zanini, afirmou que o Ensino Médio precisava passar por uma reformulação, mas que é preciso investir nas estruturas das escolas. “A gente vê que a maneira como está sendo aplicadas as aulas não é mais suficiente. As escolas não tem estrutura para manter o aluno em tempo integral, com relação ao espaço físico, conforto aos alunos, essas coisas tinham que ser pensadas antes de implantar alguma coisa”, declarou Cristiane.

Segundo o professor de Filosofia, Loris Croccoli, uma hora o modelo de ensino tinha que passar por alterações, contudo o processo deveria ser mais claro. “Temos um modelo do século XVIII. Precisamos atualizá-lo, o ensino é uma das coisas que pouco avança em questão de inovação. Mas, a forma como está acontecendo parece confusa. Tínhamos algumas matérias que deixaram de ser obrigatórias, agora neste decreto diz que são obrigatórias, mas as disciplinas serão inseridas dentro de Historia. Até que ponto essas mudanças vão trazer ao jovem um benefício de senso crítico, reflexão, de construção do ser humano em sua integridade?”, indagou Loris.

O professor também mencionou a questão estrutural das escolas que não estão aptas à ampliação da carga horária. “Temos 40 alunos dentro de sala de aula, com pouca ventilação, sem ar condicionado, se formos analisar isso, como faremos um ensino integral com o que temos hoje. Tomara que cumpram com o que prometeram de fazer essa transformação”, concluiu Loris.

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