A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou na manhã de terça-feira, 10, uma grande operação contra uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e homicídios ligados à disputa por territórios na cidade de Paranaguá. Ao todo, foram cumpridos 24 mandados judiciais, sendo 13 de prisão temporária e 11 de busca e apreensão.
As investigações, conduzidas pela PCPR de Paranaguá com apoio do DENARC Curitiba, começaram ainda no início deste ano, após um homicídio ocorrido na região do Morro da Cocada, no bairro Emboguaçu. Esse crime foi o ponto de partida para o levantamento das informações que levaram à identificação dos integrantes do grupo criminoso.
“As investigações foram iniciadas ainda no começo de 2024, decorrentes de um homicídio ocorrido na região do Beco da Mostarda, ali no Morro da Cocada. Esse homicídio nos levou à identificação de indivíduos ligados ao tráfico e, a partir daí, o trabalho foi aprofundado”, explicou o delegado João Paulo, da PCPR em Paranaguá.
Segundo ele, as dificuldades da operação estiveram ligadas principalmente à geografia da região, formada por vielas estreitas que dificultam o acesso de veículos policiais. “É uma região muito dificultosa para as equipes fazerem levantamento, mas com inteligência e tecnologia conseguimos monitorar e identificar os envolvidos, inclusive foragidos”, acrescentou.
De acordo com o delegado, a organização era composta basicamente por integrantes de duas famílias, os Ribeiros e os Gonçalves, que atuavam de forma articulada. “Estabeleceram uma espécie de pacto para controlar o tráfico de drogas naquela invasão e impedir que outros grupos se instalassem ali. A estrutura familiar deles ajudava no tráfico, com esposas, maridos, cunhados, pais e mães envolvidos diretamente na prática criminosa”, destacou João Paulo.
Além do tráfico de drogas, o grupo também estaria envolvido em outros crimes graves, como homicídios e até sequestros, usados muitas vezes para cobrar dívidas ou intimidar rivais. No último domingo, por exemplo, um homem foi baleado e segue internado em estado grave, em um caso diretamente ligado aos investigados.
O delegado Victor Loureiro, do DENARC de Curitiba, confirmou o grau de organização e periculosidade do grupo. “As provas reunidas confirmam o funcionamento articulado do grupo e sua ligação com crimes graves na região. As mensagens interceptadas trazem menções a homicídios, tráfico e lavagem de dinheiro. Agora, nosso foco é descobrir de onde essa droga vinha e quem fornecia armas para eles manterem o domínio territorial”, afirmou Loureiro.
Durante o cumprimento dos mandados nesta manhã, cinco pessoas foram presas, além de uma prisão em flagrante por tráfico de drogas. Quantidades de entorpecentes, embalagens para comercialização e celulares foram apreendidos e passarão por perícia para auxiliar em novas fases da investigação.
Um dos locais onde ocorreram buscas abrigava diversas crianças e funcionava como ponto de venda de drogas, o que chamou a atenção da polícia pela presença de menores em ambiente de risco.
“Ainda que tenhamos encontrado pouca droga nesse ponto, o impacto social é grande. Essas pessoas são responsáveis por inúmeros crimes graves e nosso objetivo é desarticular completamente essa organização”, reforçou Loureiro.
As investigações seguem para identificar outros envolvidos e os fornecedores responsáveis por abastecer o grupo criminoso que, segundo a PCPR, já atuava há vários anos em Paranaguá.
