O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a se apresentar na Expo Dubai, o maior encontro de negócios do mundo, que começou em outubro e vai até março do ano que vem. Estavam lá semana passada 190 países. China, Rússia, Índia. Estados Unidos pertinho do Irã; Israel a menos de 100 passos da Palestina. Arábia Saudita falando em Turismo e empoderamento feminino. Potências loucas para não perder um palmo na movimentação de containeres que faz o planeta girar.
O Brasil não inovou muito em seu pavilhão, vendendo um conceito anos 70 de praia e selva. O Peru foi mais elegante em apresentar a Amazônia. Chile, Colômbia até mesmo a Venezuela correndo atrás de novos mercados.
Nas próximas semanas, São Paulo vai com garras afiadas. Depois Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins, Santa Catarina e Rio Grande Do Sul. Aliás, o governo gaúcho estava também semana passada na Espanha, correndo atrás de progresso para o estado.
Mas, por que todos podem e nós não?
Enquanto Governo, instituições e empresários do Paraná estavam lá remando pro mesmo lado, numa cidade simbólica onde um canal conectou durante centenas de anos o Mundo Persa ao Mundo Árabe, aqui os invejosos começaram as críticas míopes.
O Paraná não pode mais se submeter ao “terraplanismo” eleitoral nem ao negacionismo da estratégia global de blocos no jogo pesado do comércio externo. Chega dessa falácia.
O governador Ratinho Jr e o presidente Carlos Valter, da FIEP, estão de parabéns por abrir um escritório de negócios em Dubai. Tem que abrir um na China, outro na Índia. Nos Estados Unidos.
Quem conhece as reais potencialidades do nosso Estado não pode ser contra a excelente janela de oportunidades que o Governo do Estado, Invest Paraná, FIEP, Ocepar, Sebrae e Faciap abriram nos países árabes.
O mundo está comprador! O Porto de Dubai, por exemplo, é sozinho maior que todo o sistema portuário brasileiro.
Ouçamos mais o secretário Norberto Ortigara, talvez a pessoa com maior visão estratégica do potencial do agronegócio paranaense. Observemos a evolução exponencial das cooperativas Agrária, Frisia, Cocamar, C Vale, Coamo, LAR, para citar algumas.
O Ecossistema de Inovação de Curitiba, o Vale do Pinhão, acaba de ser premiado internacionalmente. Ponta Grossa está bombando. Maringá tem tudo pra ocupar o lugar de Campinas no mercado de carga aérea e, junto com Campo Mourão, Cianorte, Umuarama e Paranavaí, consolidar o Noroeste como bloco regional.
Guarapuava sai na frente com o primeiro bairro inteligente do Brasil, a Cidade dos Lagos!
Nosso sistema portuário vai dobrar. Antonina, Paranaguá e Pontal vão ter outro perfil econômico rapidinho. Vamos trabalhar para aumentar o valor adicionado da nossa produção. Ainda tem muito a ser exportado. Proteína animal, commodities, bens de consumo. Cascavel-Toledo num círculo virtuoso produtivo. Londrina retomando a geração de empregos em Tecnologia. Foz em 2023 terá um voo para os Emirados Árabes. O Turismo será responsável pelo incremento imediato à arrecadação das cidades.
Chega de discurso pequeno, de síndrome vira-lata. O Paraná pode e irá além. Daqui a cinco anos voltamos a conversar.
* Marcelo Cattani, empresário da área de marketing e inovação, foi secretário de Estado da Comunicação.