As mulheres são as mais acometidas pela Síndrome do Olho Seco. Tal fato se justifica pelo contato da mucosa ocular com cosméticos e maquiagem, além da variação hormonal e fatores externos. Os principais sintomas são olhos irritados, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos e visão turva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que três mulheres para cada homem sofrem como problema.
O médico oftalmologista, Dr. Eugênio Modelli Neto, definiu o que é a Síndrome do Olho Seco. “É a redução da produção da lágrima que lubrifica o olho. Alguns fatores externos contribuem também para que a lágrima seque mais rápido”, explicou.
As mulheres são as que mais sofrem com a síndrome, esse fator está relacionado ao uso de anticoncepcional e a entrada na menopausa, quando a produção de lágrimas é menor. Outros medicamentos como antidepressivos e os indicados para controle da pressão também possuem relação. A artrite reumatoide, que acomete mais as mulheres, também leva ao problema.
O uso de maquiagem e cosméticos em geral na região dos olhos é outro fator que contribui para o aparecimento do olho seco. “É importante não compartilhar a maquiagem com outras pessoas. Além disso, ela pode cair dentro dos olhos e a remoção é mais difícil, pois a função da lágrima é fazer a proteção do olho e lubrificar. Se houver um corpo estranho dentro do olho, ele terá mais trabalho para expelir. Principalmente, com relação ao rímel, que como ficam nos cílios, podem cair dentro do olho e a dificuldade para tirar é maior”, enfatizou o oftalmologista.
Entre os fatores externos que podem provocar o olho seco estão a poluição, o clima muito quente e seco e a presença de ventos. “O que vemos muito atualmente são pessoas que trabalham muito tempo em frente ao computador ou que fazem muitas leituras, porque a gente tende a piscar menos nessas ocasiões. Piscamos de 11 a 12 vezes por minuto e quando estamos no computador isso diminui pela metade”, esclareceu Dr. Eugênio. Quando o ambiente é climatizado com ar-condicionado a situação tende a piorar.
Nos casos mais extremos, são realizadas cirurgias para obstruir o canal da lágrima. Mas, na maioria dos casos são prescritos colírios lubrificantes ou pomadas. “Sempre com orientação médica, pois a síndrome é crônica e o tratamento tem que ser acompanhado pelos oftalmologistas”, alertou Dr. Eugênio.
Para Jhenefer Caroline da Silva, compartilhar a maquiagem em casa é normal e isso nunca lhe trouxe problemas maiores. “Costumo usar maquiagem, mas em maior quantidade aos fins de semana. Acho que não sinto muita irritação nos olhos porque já estou acostumada e acredito que vai muito da qualidade do produto que se usa também. Tem gente que tem alergias e não procura saber o que é. Só sinto ardência nos olhos quando o rímel dá uma escorridinha”, relatou.