A restinga é composta por dunas, vegetação típica, manguezais, lagoas e brejos. Seus terrenos são em grande maioria arenosos e é o ecossistema costeiro presente ao longo do litoral brasileiro.
“A restinga é essencial para a preservação da biodiversidade e proteção das zonas costeiras. Suas comunidades vegetais desempenham papel fundamental para a estabilização do solo, colonizando as faixas de areia próximas ao oceano, formando barreiras naturais e promovendo proteção contra as variações das marés e dos ventos litorâneos. Além disso, é caracterizada por grande riqueza de espécies da fauna e da flora, sendo algumas delas endêmicas nesse ecossistema”, destaca a bióloga do Instituto Água e Terra (IAT) Roberta Scheidt Gibertoni.
As características da restinga são fundamentais para a manutenção da qualidade da água, na prevenção de erosão costeira e na preservação de espécies marinhas e terrestres. As dunas e a vegetação do litoral protegem contra os fortes ventos e marés altas, formando uma espécie de barreira natural. Nesses últimos meses, acompanhamos as obras da revitalização da orla de Matinhos, realizada pelo Governo do Estado e nessas obras estão incluídas a plantação da restinga.
“Devido à perda gradual de sua área no litoral do estado, a restinga atualmente se encontra fragilizada, sendo necessário a reposição de sua vegetação degradada, provendo meios para que esse ecossistema retorne ao nível mais próximo possível de sua condição inicial. Ações de restauração são a chave para que isso seja possível”, enfatiza a bióloga do Instituto Água e Terra.
Infelizmente, a restinga enfrenta ameaças constantes devido ao crescimento das cidades de forma desordenada, poluição, extração inadequada de recursos naturais entre outros. A perda desse ecossistema gera grandes impactos na proteção da costa, na manutenção da biodiversidade e qualidade de vida.
“Por isso, a restauração por meio do plantio de diferentes espécies nativas da restinga do nosso litoral torna-se imprescindível, dada a importância desse ecossistema frágil e tão impactado pelas ações humanas. Com isso, espera-se recuperar os serviços ecossistêmicos que são prestados pelo mesmo, além dos benefícios para a fauna local”, enfatizou Roberta Scheidt.
Diversas espécies habitam essa região, sendo eles a Coruja-buraqueira, o Sabiá-da-praia e beija-flores, répteis como os lagartos, crustáceos como os caranguejos, espécies de morcegos, insetos como borboletas, abelhas e mariposas, além de ser um importante local de desova para tartarugas-marinhas.
COMO PRESERVAR A RESTINGA E DENUNCIAR SITUAÇÃO IRREGULAR
A vegetação da restinga é adaptada às condições adversas desse ambiente, incluindo a salinidade do solo e a exposição ao vento marinho. Dentre a vegetação comum na restinga, encontram-se gramíneas, epífitas, arbustos e árvores de porte baixo. Diversas são as maneiras da população ajudar na preservação desse bioma tão importante para o litoral, como:
- Não jogar lixo na praia;
- Não pisotear ou prejudicar a vegetação;
- Não jogar entulhos ou restos de outras plantas na restinga;
- Não colocar fogo na vegetação litorânea;
- Não fazer mal aos animais que habitam essa região.
E caso a população veja situações irregulares, a bióloga alerta.
“A população, ao ver alguma situação irregular, pode entrar em contato com a Força Verde, no telefone 0800 643 0304, ou ainda com os órgãos ambientais do município em questão”.