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Litoral

Marinha interdita duas embarcações de transporte marítimo em Guaratuba

BR Travessias afirma que uma das embarcações foi liberada após manutenção e inspeção

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Na quarta-feira, 15, a Prefeitura de Guaratuba, por meio do prefeito Roberto Justus, decretou estado de calamidade pública no município devido aos serviços prestados pela empresa BR Travessias que opera a travessia marítima da baía de Guaratuba. A ocorrência na terça-feira, 13,  envolvendo uma balsa que estava fazendo a travessia e apresentou problemas mecânicos, ficando à deriva, parando em um banco de areia e tendo que ser rebocada por um ferry boat durante cerca de 40 minutos, foi a “gota d’água” para que o município exigisse melhorias no serviço. Ainda na noite da quarta-feira, 15, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Paraná (CPPR), informou que não somente está apurando o caso da balsa à deriva, como também interditou outras duas embarcações da empresa devido a avarias e problemas nos motores. 

Sobre o caso da balsa à deriva na terça-feira, 13, a CPPR informa que o incidente ocorreu por volta das 15h30. “O rebocador ‘San Belo’, que se encontrava rebocando a balsa ‘Rainha dos Valadares’, teve uma avaria de máquinas, deixando o conjunto rebocador e balsa à deriva, ambos pertencentes à empresa concessionária da travessia de Guaratuba. O rebocador e a balsa da travessia foram resgatadas e os passageiros foram transportados, cerca de 40 minutos após o incidente, em segurança, ambos apoiados por um Ferry Boat da empresa”, explica.

“A CPPR vem realizando inspeções e vistorias regulares nas embarcações que realizam esta travessia, de forma a garantir a salvaguarda da vida humana, a segurança da navegação e a prevenção da poluição hídrica. Durante as últimas fiscalizações, não houve pendências relativas à segurança, não havendo restrições para operação dessas embarcações”, explica a nota da Marinha.

Agora, após a avaria encontrada nas máquinas da embarcação, a Marinha instaurará um  Inquérito Administrativo com o objetivo de apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades dos fatos. “Na manhã do dia 14 julho, foi enviado um Vistoriador Naval da CPPR para realização de perícia do Inquérito Administrativo no rebocador e na balsa envolvidas no incidente”, explica a nota.

Mais duas embarcações com problemas

Segundo a Marinha do Brasil, o vistoriador naval fez inspeção na ocasião também nos ferry boats que atuam na travessia. “Durante essa fiscalização, foi constatada uma avaria no costado da embarcação “Guaraguaçu” e inoperância em dois motores do rebocador “San Belo”, afetando diretamente a segurança da navegação, motivando a retirada de tráfego das mesmas, ou seja, impedindo a sua navegação até que sejam realizados os reparos necessários a fim de serem liberadas para operar pela CPPR. As embarcações ‘Nhundiaquara’ e ‘Piquiri’ não apresentaram pendências relativas à segurança e continuam autorizadas a operar”, informa.

A Capitania esclarece que, devido ao prejuízo no trajeto entre Guaratuba e Matinhos, devido à retirada de tráfego das embarcações com problemas, “como agente da Autoridade Marítima, têm como propósito assegurar a salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação, no mar aberto e hidrovias interiores e a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio”, complementa.

“A Marinha do Brasil incentiva toda a sociedade a auxiliar na fiscalização do tráfego aquaviário através do Disque-Segurança da Navegação no (41) 3721-1542 ou pelo e-mail do Fale Conosco: [email protected]. Pedidos de Busca e Salvamento podem ser feitos ainda pelo número 185”, finaliza a nota da CPPR.

Guaratuba em calamidade pública

Município decretou calamidade pública devido ao serviço de transporte marítimo na quarta-feira, 14

prefeito Roberto Justus explicou que o decreto de calamidade pública formaliza uma situação que os moradores e visitantes já estão enfrentando há semanas no transporte marítimo.. “Aquilo que em um primeiro momento poderia parecer apenas um dissabor em razão dos atrasos nas filas extrapola todos os limites, oferecendo risco à integridade física dos usuários”, afirma, destacando contínuos erros cometidos pela empresa responsável. 

Justus alertou sobre a ocorrência com a balsa que ficou à deriva. “Tivemos a sorte, inclusive, que essas balsas tenham sido empurradas para as águas internas da baía, mas não podemos contar com isso para todas as situações, sendo que, se a balsa fosse levada para as águas externas, para a nossa barra, o alto-mar, muito provavelmente poderíamos estar enfrentando uma grande tragédia, um naufrágio, quem sabe até com mortes”, destaca. “O decreto de calamidade pública vem justamente para que possamos ter liberdade e mais condições de tomar medidas mais severas como, por exemplo, a notificação que entregamos a pouco para a empresa concessionária onde estamos exigindo uma reapresentação de todos os documentos necessários para alvará e também os atestados de vistoria das embarcações, com comprovantes de que esta empresa está cumprindo todas as obrigações assumidas no contrato de concessão”, finaliza prefeito, fixando o prazo de 48 horas para o cumprimento desta notificação, ou seja, até a sexta-feira, 16.

Empresa BR Travessias se posiciona 

“Sobre o Decreto de Calamidade publicado na tarde de quarta-feira, 14, no Diário Oficial do Município e notificação expedida pelo prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, a BR Travessias Ltda, concessionária dos serviços de transporte aquaviário na Baía de Guaratuba, informa que irá cumprir com todas as exigências legais, atendendo inclusive às solicitações listadas pela Prefeitura na referida notificação. A empresa informa ainda que continua trabalhando no sentido de sanar os problemas registrados na travessia”, afirma a empresa BR Travessias em nota.

Ainda segundo a empresa, sobre as embarcações interditadas, o ferry boat “Guaraguaçu” passou por manutenção ampla feita por equipe técnica durante a noite da quarta-feira, 14, e madrugada de quinta-feira, 15, sendo liberada para o transporte pela Marinha do Brasil após inspeção durante a manhã de hoje. O rebocador “San Belo”, que opera uma balsa, segue fora de operação, aguardando a chegada de peças para a manutenção. 

DER-PR

Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) afirmou que fez uma requisição administrativa de balsas localizadas na baía e que estão sem uso, “para integrarem o serviço da travessia de forma emergencial, até que a concessionária normalize o atendimento previsto em contrato”, completa, destacando a contínua fiscalização dos órgãos competentes. O DER afirma que fiscalizará qualquer descumprimento contratual, bem como destacou avanços processuais para construção da ponte de Guaratuba.

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