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Empreendedorismo

Casa Poletto e a cachaça de Morretes fazem história no litoral do Paraná

Produto é levado por visitantes para os quatro cantos do mundo

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Os primeiros registros de produção da cachaça no litoral paranaense data de 1733. Com a imigração italiana, no século 19, mais de 50 produtores começaram a extrair da cana-de-açúcar a sua essência e até hoje a região é conhecida pela iguaria que impressiona os visitantes e viaja o mundo.

O produto é tão característico do litoral do Paraná que em alguns dicionários brasileiros o termo “morretiana” é sinônimo do tradicional produto. A Casa Poletto é um dos espaços que hoje produz a cachaça em Morretes. A empresa surgiu em 1990 e é amplamente conhecida pela produção.

“A empresa foi prestadora de serviços e, no momento, trabalhamos na área do turismo, temos uma pousada em Morretes e temos a produção da cachaça Ouro. Hoje, o número de trabalhadores varia, mas temos cinco pessoas permanentes, podendo chegar a dez”, explicou Sadi Poletto, proprietário da Casa Poletto.

Sadi Poletto é o proprietário da Casa Poletto
Foto: Arnaldo Alves/AEN

A Casa faz todo o processo, desde o plantio da cana-de-açúcar até a produção da cachaça. “Fazemos desde o cultivo da cana até a produção final e a distribuição”, completou Sadi.

A cachaça produzida por Sadi e sua equipe já foi premiada três vezes consecutivas no Concurso Mundial de Bruxelas, evento mais prestigiado do ramo, onde se degusta e premia destilados de todo o mundo. “Fomos três vezes consecutivas premiados. A primeira participação foi com a Cachaça Premium, envelhecida em carvalho, com medalha de ouro. No segundo ano levamos a clássica e foi medalha de prata. No terceiro ano levamos uma Extra Premium cinco anos envelhecida também em carvalho, e recebemos medalha de ouro. Isso nos diz que estamos no caminho certo”, enfatizou Sadi.

Diferencial

Segundo ele, o diferencial dos produtos da Casa Poletto é o tipo de cana-de-açúcar utilizada na fabricação. “Tem muitas nuances nos nossos produtos, se cada uva dá um vinho diferente, cada cana pode produzir uma cachaça diferente. Há dezenas de variedades de cana, quem desenvolve a pesquisa sobre a cana é a Embrapa junto com os usineiros, com o objetivo de fazer etanol e açúcar. A grande diferença nossa com as produções nacionais de cachaça é que estamos no litoral, estamos a mil ou 800 metros abaixo do planalto, então as produções são feitas em ambientes diferentes”, disse Sadi. 

A Casa faz todo o processo, desde o plantio da cana-de-açúcar até a produção da cachaça

Ele defende que os produtos fabricados na cidade litorânea precisam de mais reconhecimento e divulgação. “Nós temos uma característica que é estarmos no pé da serra e em uma altitude de 10 metros do nível do mar. O nosso tipo de cana é diferente, se faz cachaça aqui desde 1733, é lamentável que ainda no Brasil se conhece tão pouco de cachaça que é um produto legítimo nosso”, comentou Sadi.

Como Morretes é um destino turístico e recebe visitantes de vários países, ele acredita que a cachaça produzida na cidade já chegou aos quatro cantos do mundo. “Todo mundo que passa um tempo em Morretes acaba levando garrafas. Nessa última semana recebi pessoas da Bélgica, da França, Alemanha, que levaram a cachaça, tive que entregar às pressas para eles não perderem o avião, sempre temos pessoas levando nossos produtos”, destacou Sadi.

Recorde

Em 2022, a cachaça brasileira bateu recorde de exportação. Foram US$ 18,47 milhões exportados, o maior valor dos últimos 12 anos e 54,74% maior que as exportações de 2021. O levantamento foi realizado pela Comex Stat, sistema de dados de comércio exterior do governo federal, e compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

Isso mostra que o mercado da cachaça está em alta e que cresce o interesse de outros países pelo produto típico brasileiro. “A cachaça é altamente reconhecida no mercado internacional, hoje não é mais samba e Pelé, hoje é cachaça e havaianas que está na mente do mundo em relação ao Brasil e eu vejo uma dificuldade em se posicionar melhor no mercado. Mas, a luta é permanente para todos nós. Acredito que temos muito espaço para crescer”, reiterou Sadi.

Casa Poletto

A Casa Poletto está localizada na Estrada da Anhaia, km 2,4, em Morretes, próximo a Ponte do Rio do Pinto. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3462-3639 e (41) 99977-2736 ou pelo e-mail “[email protected]”. Os interessados também podem encontrar a pousada e fábrica de cachaça no Facebook (facebook.com/casapoletto) e no site www.casapoletto.com.br.

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