O Dia das Crianças é lembrado em todo o Brasil, em 12 de outubro, como uma data em que geralmente acontece um momento festivo com os meninos e meninas para celebrar seus desenvolvimentos, conquistas e valorizá-los em família e comunidade. Mas a data surge como momento oportuno e fundamental para repensar e conscientizar, acima de tudo, sobre os direitos das crianças e adolescentes e os cuidados necessários durante esta fase da vida.
Em 2016, um grande passo foi dado com o Marco Legal da Primeira Infância, o qual define legislações quanto à proteção de crianças até os seis anos de idade. E uma das legislações brasileiras reconhece explicitamente na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o direito de brincar. Porém, ainda não oferece as condições necessárias para que esse direito seja exercido plenamente por todas as crianças.
O que se vê, atualmente, são as instituições de ensino inserindo no contexto de desenvolvimento das crianças a ação de brincar. Muito criticado por alguns grupos, o ato de “brincar” é frequentemente tratado como um respiro da educação séria. Mas, para os meninos e meninas, brincar é em si um aprendizado sério. Brincar é de fato o trabalho da infância, já que muitas crianças no “País do Carnaval” sequer sabem o que é ter uma boneca, um carrinho e ou um tempo vago para uma brincadeira sadia. No entanto, ao menos 1,8 milhão de meninos e meninas de 5 a 17 anos trabalham no País, segundo dados do IBGE. A maioria deles, 54,4%, em situação irregular.
Em Paranaguá, o Centro Municipal de Educação Infantil Professora Denise Alboitt, no Jardim Iguaçu, tem se destacado na proposta de valorizar a infância por meio do incentivo ao ato de brincar e de ver a criança como protagonista.
É possível saber se as brincadeiras e as atividades de desenvolvimento na Primeira Infância irão influenciar no seu futuro?
Mais de 150 estudos científicos, leis e pesquisas demonstram que, apesar de não serem fatores únicos, vínculos familiares e ambientes saudáveis são essenciais ainda na primeira infância (que vai até 6 anos) para desenvolver características cerebrais presentes em adultos autônomos e com mais qualidade de vida.
Ou seja, é preciso atenção e a implantação de políticas públicas frequentes dada a relevância dos primeiros anos de vida e no desenvolvimento do ser humano. Pois, seguindo o pensamento de Karl Mannheim, “o que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade”.