O preconceito de gênero e o machismo, que por muitos anos trataram (e ainda tratam) a mulher como mera propriedade do homem, fazendo com que a sociedade fechasse (e ainda feche) os olhos para a violência e as mortes constantes de mulheres, fizeram com que se criasse um ambiente propício para agressores. Sob a falsa ótica de que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, diversas vítimas femininas foram submetidas à violência física, sexual e psicológica durante anos em lares brasileiros, ou perderam suas vidas.
A sociedade evolui e o saudosismo a este tempo de submissão constante da mulher não é “nostalgia”, é apologia ao ódio. O dia 22 de julho é uma data de reflexão no Paraná: o Dia de Combate ao Feminicídio, algo sancionado pelo governador Ratinho Júnior em 2019, e que fez com que o Governo do Paraná reforçasse ações de enfrentamento à violência contra a mulher. Neste período, também há reforço da campanha “Nenhuma Mulher a Menos”, com conscientização popular sobre a importância de denunciar esses crimes pelos telefones 180 e 181.
O crime de feminicídio, que foi incluso no Código Penal apenas em 2015, nada mais é do que o homicídio doloso contra a mulher devido a sua condição de pertencer ao sexo feminino, com menosprezo e desconsideração da dignidade da vítima enquanto mulher. Infelizmente ele é um crime constante nas páginas policiais do Paraná e do litoral, entretanto, o silêncio sobre o feminicídio não mais deve existir, pelo contrário, ele deve ser denunciado constantemente. Falar sobre isso não é mera opinião, é questão de senso humanitário.