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Editorial

Perdemos mais de meio milhão de vidas brasileiras para a Covid-19

Todas as mortes que acontecem e aconteceram não podem ter sido em vão. Temos que compartilhar coletivamente a nossa tristeza e dor e não relativizar este período crítico da humanidade. Mais do que isso, necessitamos ter uma nova visão humanitária após a superação da pandemia, que irá ocorrer em breve graças à vacina

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No final de semana, chegamos a um índice triste e lamentável: perdemos mais de 500 mil pessoas para a Covid-19. É impossível não relacionar estas milhares de mortes com a falta contínua de respeito às medidas preventivas contra o Coronavírus por parte da população e à demora para que a vacina chegasse mais rápido em todo o País. A crise sanitária e econômica é também uma crise de valores e de respeito ao próximo. Quando uma pessoa não utiliza máscara, aglomera e desdenha da pandemia, ela, consequentemente, está desrespeitando toda a sociedade, desde os seus familiares e amigos, até seus vizinhos e compatriotas. 

Mais do que indignação, a marca de mais de meio milhão de óbitos é algo que gera tristeza. Vidas foram e estão sendo interrompidas por um vírus cuja cura já existe: a vacina e a prevenção. São familiares, amigos e colegas que foram retirados do nosso convívio, sem chance de acompanhamento no hospital e nem mesmo de um velório digno. Uma morte solitária e rápida. Do dia para a noite um pai, mãe, filho, marido, esposa, amigo, colega de trabalho, pessoa próxima, deixa o nosso convívio. 

Os números trazem uma frieza para a morte. Por trabalhar com dados técnicos, muitas vezes o jornalismo e a sociedade acabam tratando pessoas que morreram da Covid-19 como meras estatísticas. De boletim em boletim atualizado, vidas são ceifadas pela pandemia, famílias são castigadas pela partida repentina de um de seus membros, redações ficam sem uma de suas profissionais e amigas mais ilustres, grupos de WhatsApp deixam de registrar uma pessoa que todo dia compartilhava um “bom dia” ou uma piada para aliviar o stress da pandemia. São pessoas que estão indo embora e não números.

Nós, profissionais da Folha do Litoral News, sentimos na pele a tristeza da morte ocasionada pela Covid-19 com a partida da nossa revisora, Edileusa Souza, vítima da pandemia no último dia 6 de junho. Da mesma forma, tantas pessoas que estão lendo este editorial sofrem suas perdas para o Coronavírus. É hora de todos nós entendermos que temos que, de alguma forma, sairmos melhores desta pandemia. Todas as mortes que acontecem e aconteceram não podem ter sido em vão. Temos que compartilhar coletivamente a nossa tristeza e dor e não relativizar este período crítico da humanidade. Mais do que isso, necessitamos ter uma nova visão humanitária após a superação da pandemia, que irá ocorrer em breve graças à vacina. Devemos entender que fraternidade deve ser exercida na prática e não só no discurso, que ciência está acima de qualquer opinião política e que o mundo pós-Coronavírus deve ser de valorização da vida e do convívio social. 

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