Muitas crianças e jovens brasileiros vivem em instituições de acolhimento, locais que recebem aqueles que foram retirados de suas famílias ou mesmo entregues para adoção. O Brasil tem mais de 46 mil crianças e adolescentes em situação de acolhimento, que vivem em quase quatro mil entidades acolhedoras credenciadas junto ao Judiciário em todo o País. Esses meninos e meninas ficam, às vezes, por anos privados de um convívio realmente familiar, com rotinas fora de casa, incluindo passeios ou mesmo atividades comuns como idas a padarias ou supermercados. Vão da escola para a instituição todos os dias.
Procurando minimizar essa situação, a Justiça criou o programa de apadrinhamento afetivo, que consiste em famílias que se dispõe a acolher por alguns momentos, como datas especiais e fim de semana, essas crianças em suas casas. Desta forma, elas conseguem ter uma vida social e ampliam sua visão de mundo e de família.
Esse trabalho tem tido resultados positivos em todo o País, possibilitando um aprendizado mútuo entre essas pessoas. Durante a pandemia, o programa tomou uma proporção e uma necessidade ainda maior. Impedidas de irem às escolas, as crianças e adolescentes ficaram mais privados de uma vida social e do convívio com outras pessoas. Os padrinhos afetivos puderam levar os acolhidos para suas casas durante esse período de pandemia, proporcionando uma experiência ainda mais enriquecedora.
Por isso, se pelo menos algumas delas tiverem a oportunidade de receber tempo e afeto por esse momento de incertezas e tenham alguém que possam colaborar com a construção da sua trajetória, o programa já terá cumprido mais do que sua missão.