Enfrentar mais de 90 km em um curto espaço de tempo, em muitas situações em várias vezes no mês para lutar pela vida e contra doenças que podem acometer qualquer ser humano é a realidade atual de cerca de 130 pessoas de Paranaguá, as quais fazem tratamento de saúde fora do domicílio (TFD), em Curitiba e municípios da região metropolitana.
A jornada não é fácil. Porém, pode ser amenizada, caso sejam cumpridos os requisitos garantidos por lei para o Tratamento de Saúde Fora do Domicílio. E ela é clara: O TFD é um direito do usuário do SUS, instituído pela Portaria n.º 55 da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde; e é um instrumento legal que visa a garantir, através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem por falta de condições técnicas. Ou seja, quando o município não possui a estrutura para atendimento específico a determinadas doenças, como é o caso do câncer, os pacientes realizam esse tratamento em instituições hospitalares de cidades próximas.
Ontem, a Prefeitura de Paranaguá, através da Secretaria Municipal de Saúde, iniciou a entrega de kits de alimentação para os pacientes que se deslocam a Curitiba e região. A iniciativa é bastante positiva e fundamental, já que há casos de pessoas que sequer possuem condições para realizar uma alimentação nesse tempo em que estão fora do seu domicílio.
A ação, sem dúvidas, trará resultados satisfatórios para os pacientes e para o próprio município, pois investir na humanização do atendimento no setor de saúde vai além de uma ação de cidadania: é um passo que se dá para garantir direitos humanitários às próximas gerações.
Acredita-se que essa seja uma das ações que visam a contribuir com a qualidade de vida dos cidadãos num momento difícil. Hoje, sabe-se que o município deu um salto através da garantia de cinco veículos que fazem o transporte de passageiros para Curitiba.
E, certamente, ao que tudo indica, com a implantação do Hospital Erasto Gaertner em Paranaguá, uma luta da atual administração, deverá amenizar grande parte das dificuldades de quem precisa tratar essa doença fora do seu município, longe de casa. Por isso da tendência no Brasil de investimentos na humanização da área, a qual busca garantir a universalidade do acesso, a integralidade do cuidado e a equidade das ofertas na saúde.