No início desta semana, o Paraná está recebendo mais de 649 mil doses de vacinas contra a Covid-19 que serão utilizadas não somente na aplicação da primeira dose, como também na imunização com a segunda dose, que é essencial para completar o esquema vacinal e garantir a máxima eficácia do imunizante diante do Coronavírus. Com a exceção da Janssen, que imuniza com uma dose única, a CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca, somente garantem a proteção ampla contra o vírus com a aplicação das duas doses. Isso é uma constatação científica e dos órgãos públicos sanitários, não um mero “achismo”.
Entre a terça-feira, 27, e a quarta-feira, 28, todo o lote chegará ao Paraná, contendo imunizantes CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, algo que reforça outra verdade que deve ser defendida por todo o cidadão que acredita na ciência: não se escolhe vacina, se toma a que nos é disponibilizada. Os “sommeliers” de imunizantes de plantão vergonhosamente, muitas vezes se negam a tomar a vacina disponibilizada no dia em que a sua faixa etária é alcançada. Isso ocorreu em Curitiba, em Paranaguá e no litoral paranaense, algo que não é somente lamentável, é desrespeitoso com todos aqueles que não estão mais aqui por não terem tido a oportunidade de tomar a vacina.
Em janeiro, na cobertura jornalística da primeira imunizada contra a Covid-19 em Paranaguá, diversos profissionais de imprensa, autoridades públicas e profissionais da saúde, se emocionaram quando a enfermeira Andrea Gomes de Moura recebeu no seu braço a primeira vacina aplicada contra o Coronavírus na população do litoral paranaense. Ninguém questionou qual o laboratório fabricante da vacina aplicada ou necessidade de segunda dose ou não, todos sabiam que a cura havia chegado e que ela deveria ser estendida o mais rápido possível para todos os cidadãos.
Parece que a chegada de diversos imunizantes nos últimos meses, algo extremamente positivo, que amplia a vacinação contra a pandemia em todo o Brasil, trouxe a diversas pessoas uma sensação de que se vacinar é como ir a uma loja e escolher a marca de roupa preferida. Esta banalização é péssima, pois pode desacelerar a imunização no País, lembrando sempre que a vacinação não é algo individual, mas sim um pacto coletivo, pois quanto mais pessoas estão imunizadas, mais perto estamos de superarmos a pandemia, de salvarmos mais vidas e evitarmos internações.
Vacina boa é a que é aplicada no braço de cada um de nós. Responsabilidade coletiva é se imunizar, com qual vacina nos for disponibilizada no tão aguardado dia da vacinação. E na hora em que for imunizado, seja grato, muitos não tiveram esta oportunidade e não poderão comemorar a futura superação da pandemia entre nós.