Paranaguá possui a primeira escola de breaking para alunos surdos e também ouvintes no Brasil. As aulas são ministradas pelo professor Fabricio Fonseca, que há seis anos vem realizando atividades neste segmento.
Ele criou o projeto ‘Jump in dance’ com aulas ministradas aos sábados e domingos, das 14h às 15h30, na Escola Nydia Moreira Garcez (CEDAP) em Paranaguá. Atualmente devido à pandemia, o professor Fabricio está realizando atendimento on-line.
A atividade nasceu sem pretensão, ou seja, foi o resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que saiu do papel e entrou em prática. O professor Fabricio elaborou um projeto em 2014 quando era acadêmico na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“Elaborei dentro do módulo ‘Projeto de Aprendizagens’ e tinha o título como Breaking no Litoral do Paraná direcionado para a iniciação. Fui desafiado por um amigo acadêmico a abrir uma turma de dança e aproveitei para realizar a extensão deste mesmo projeto. No início era somente para acadêmicos, mas aos poucos foi sendo ampliado”, destaca.
Dança para surdos
As aulas de dança para a comunidade surda aconteceram no último período da graduação em Educação Física. “Fui mais uma vez desafiado, desta vez pelo professor Marcelo da Silva, da UFPR, a conhecer uma escola de surdos que havia em Paranaguá”, recorda.
Assim iniciou o envolvimento do professor Fabricio com a dança na Escola Bilíngue Nydia Moreira Garcez (CEDAP). “Fui bem recebido pela diretora Fátima de Souza Gonçalves, e iniciei assim o ensino de dança Breaking para os alunos surdos com ajuda da intérprete Sara Rafael Steinke e também a estagiária Ester Donha”, explica.
Desta experiência nasceu o artigo científico, do qual foi elaborado o ‘TCC’ com o título “Uma experiência com o ensino da Dança Breaking para alunos surdos”. Foi um artigo inovador, sendo o 1.º no Brasil. “Obtive a nota máxima na banca de TCC da UFPR e também certificação de reconhecimento pela escola CEDAP”, recorda.
Muito mais que uma experiência acadêmica, acabou sendo uma paixão que dura até os dias de hoje. Em 2018 Fabricio iniciou o estudo de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para aprender a se comunicar com os surdos.
“Já em 2019, expandimos o projeto Jump in Dance para atender a comunidade surda e ouvinte, na escola CEDAP, aos sábados e domingos, tornando-se então a 1.ª escola de dança breaking para surdos e ouvintes do Brasil. No mesmo ano fui aprovado pela banca da Feneis, como tradutor intérprete de língua de sinais”, ressalta.
São parceiros do projeto Jump in Dance: a igreja Unindo Gerações, a Instituição Libras Deaf, que dá desconto nos cursos de libras aos alunos do Projeto e a Escola Bilíngue Nydia Moreira Garcez, local atual das atividades presenciais. “Buscamos desenvolver o processo de aprendizagem de cada pessoa, seja ouvinte, ou surdo, em diferentes faixas etárias, estudando, aperfeiçoando e acreditando no melhor processo e resultado. Valorizamos cada detalhe”, finaliza. Conheça mais, acesse o instagram – @jumpindance.
Benefícios
Promove o ensino da dança breaking para a comunidade surda e ouvinte. Além disso, ajuda a descobrir novos talentos divulgando a cultura hip hop.
Oferece o desenvolvimento da coordenação motora proporcionando força, resistência e flexibilidade e também a interação na dança com outros alunos.