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Cultura

Club Litterário de Paranaguá completa 150 anos de fundação e empossa nova diretoria em sessão solene

Sessão solene acontece na noite de terça-feira, 9, às 20h, na sede urbana

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O tradicional Club Litterário de Paranaguá, um dos clubes sociais mais antigos do Paraná, está completando 150 anos de fundação, no próximo dia 9 de agosto.

Nesta data, às 20h, em sua sede urbana, fará uma sessão solene para celebrar a data, bem como para dar posse a nova diretoria que estará responsável em dirigir o clube no biênio 2022 a 2024. Os novos diretores executivos foram escolhidos em assembleia ordinária, realizada no dia 11 de julho.

Presidente Carlos Almeida assume a presidência do clube pela segunda vez

O novo presidente, Carlos Alberto de Almeida, destaca que a nova diretoria entra pensando no futuro da entidade. “A nova diretoria entra visando o futuro do Club Litterário, olhando para a frente. Em um passado não muito distante, oxigenamos um pouco o quadro social trazendo ex-diretores para o clube, com a finalidade de termos em nossas assembleias pessoas que possam decidir em conjunto com a diretoria. Também queremos trazer pessoas mais novas também para decidir junto com a diretoria o que será feito para o futuro. Nós estamos fazendo 150 anos e queremos mais 150 anos se possível”, enfatiza o presidente.

O presidente explica que além da celebração da data de fundação e posse da diretoria com a assinatura do termo de posse, dentro da programação acontecerão apresentações, entregar do título de sócio remido/patrimonial, dentre outras atividades.

Carlos Almeida assume o clube pela segunda vez, e também comenta sobre a atual situação do clube. “Fui presidente de 1989 a 1994, onde realizamos um bom trabalho. E voltando nesta data em que comemoramos 150 anos de fundação é muito importante para nós que gostamos do clube, que vivemos e estamos no clube até hoje. Estamos lutando, lutando para que tudo funcione não só administrativamente, como financeira e em nossos departamentos que têm que funcionar. O incentivo maior nosso é o departamento cultural, onde buscaremos levantar o clube no que foi criado no passado, onde os 12 fundadores tiveram a ideia de montar uma sociedade e assim aconteceu. Também temos que agradecer a todos que passaram por lá e deram a sua contribuição para que o clube chegasse nesta data. Gostaríamos de convidar a todos para posse da nova diretoria, e ficaremos honrados com a presença na solenidade que se encerrará com um coquitel”, enfatiza Almeida.

A nova diretoria está assim composta:

Presidente: Carlos Alberto de Almeida

Vice-Presidente: Azuil Paiva Vieites

1.º Secretário: Waldir Armando Vasco de Campo

1.º Tesoureiro: Marcio Tavares

2.º Tesoureiro: Carlos Humberto Zaleski

Diretor Social: José Baka Filho

Diretor de patrimônio: Elton Gebran Roth

Diretor Cultural: Ivan Lapolli Filho

Diretor da Sede Urbana: Camilo Amatuzzi Filho

Diretor da Sede Campestre: Paulo de Mello Trigo

Histórico

O “Club Litterário” nasceu de um sonho de 12 intelectuais que achavam que Paranaguá merecia ter uma biblioteca que dessa guarida aos anseios de busca de cultura e informações, numa cidade que em 1872 já era bem servida de assistência espiritual, comércio pujante, próspera, provida de recursos materiais e em efervescência.

Naquele tempo, Paranaguá tinha 224 anos, o Paraná 19 anos e a Independência do Brasil 50 anos.

Sólidas firmas de comércio atacadista negociavam diretamente com os países da Europa e da América do Norte e do Sul, distribuindo as mercadorias no interior da Província.

A vila como passar dos séculos havia se transformado em cidade importante, com ruas calçadas, largos e logradouros públicos bem cuidados, extenso cais à margem do Rio Itiberê onde atracavam barcos nacionais e estrangeiros, imponentes sobrados de arquitetura sóbria e notáveis para a época, destacando-se entre eles o palácio do Comendador Manoel Antônio Guimarães, à rua (hoje) Visconde de Nácar onde foi à prefeitura e Câmara Municipal de Paranaguá.

O Comendador Manoel Antônio Guimarães, mais tarde Barão e Visconde de Nácar, construiu esse monumental edifício para que nele fosse instalado o governo da Província do Paraná. Era velha e justa aspiração dos parnanguaras que a Capital ficasse sediada em Paranaguá, que era, em época anterior à emancipação política do Paraná, a comuna mais importante da Quinta Comarca de São Paulo.

“E assim nasceu a ideia de se fundar o “Club Litterário”, que surgiu, não como uma necessidade do meio, mas como consequência natural, lógica, insofismável do elevado padrão social e cultural da sociedade de então.”

O “Club Litterário” de Paranaguá, fundado a 9 de agosto de 1872, propunha-se congregar sócios para fins culturais, não como necessidade do meio, mas para dar expansão à brilhante intelectualidade da época, quando aqui nasciam e daqui se irradiavam para toda a Província as luzes das ciências, das artes e das letras”, nos ensinou o ex-presidente, poeta, médico e historiador Aníbal Ribeiro Filho.

A biblioteca crescia, enriquecida ano após ano, por valiosas obras doadas por sócios e benfeitores do clube, chegando a reunir em 1879 mais de 1.800 volumes, fato que mereceu ser mencionado no “Almanack Laemmert”, editado na Corte do Rio de Janeiro, situando a Biblioteca do “Club Litterário” de Paranaguá entre as mais importantes do Império, em 1880. Mais tarde, na reestruturação Nilo Cairo, antes de voltar para o Rio de Janeiro,  dedicou-se à Biblioteca do Clube.

A vida social foi crescendo, figuras expoentes, se destacavam com o surgimento da imprensa, da gráfica, na visão dos sócios Francisco José Machado da Silva, Dr. Leocádio José Correia, Dr. Eugênio Gonçalves Rebelo, Joaquim Soares Gomes, Dr. Manoel Eufrásio Correia e nele iniciaram atividades jornalísticas, Manoel do Rosário Correia, Albino José da Cruz e Manoel Correia de Freitas.

Assim, em 30 de novembro de 1874, o sócio Dr. Leocádio José Correia apresentou um projeto para criação de um Curso Noturno de Preparatórios,compreendendo o estudo de francês, de inglês, de história, de geografia,de retórica e de poética; sendo o curso ministrado na sede social pelo próprio Dr. Leocádio e pelo Dr. Moura Rezende.

Fiel a suas finalidades, que era difundir a cultura, o “Club Litterário” enveredou pelo caminho da ribalta, no intuito de oferecer aos sócios não só entretenimento sadio e instrutivo, mas também oportunidade para que os mesmos revelassem e desenvolvessem pendores artísticos em relação à arte de representar, cultivando o teatro.

Uma das belas páginas da história do clube foi, sem sombra de dúvida, a participação da sociedade no movimento abolicionista que culminou em 1888 com a libertação dos escravos, em todo o país, pela Princesa Isabel.

A vida cultural crescia demasiadamente forte. Heitor Villa-Lobos, certamente teve sua primeira regência nos salões do Litterário, assim como também foi palco para Brasílio Itiberê da Cunha.

Por isso, com o passar dos anos e dificuldades, o resgate cultural, numa espécie de volta às origens, tem sido a aposta para vislumbrar um futuro melhor para o Litterário nos seus 150 anos.

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