Mulher realiza sonho de dançar ballet com professora que admirava na infância

Ainda que o sonho de aprender a dançar ballet parecia algo distante e guardado por alguns anos, Flávia Mariano dos Santos viu uma nova oportunidade. Com oito anos, ela já tinha o sonho de ser bailarina, pois sempre que retornava da escola, observava uma janela da casa Alfredina Lobo, em Paranaguá, onde aconteciam aulas de ballet. O encantamento pela dança fez com que utilizasse sua imaginação e imitasse os movimentos na rua.

A professora que antes observava pela janela era Jane Tarta. Anos depois, já adulta, ao se matricular em uma academia, reconheceu a professora e hoje é sua aluna.

“No começo desse ano minha filha me convidou para fazer academia, mas até aí não sabia que na academia tinha ballet. Um dia olhei para uma sala e nela tinha umas meninas de mais idade fazendo um exercício nas barras. Abrir a porta e perguntei que aula era aquela e a professora falou ‘ballet fitness’. Depois desse dia não deixei de fazer as aulas”, contou Flávia

Sua surpresa veio depois, quando descobriu que sua professora era aquela que tanto admirava na infância. “Até aí não sabia que a professora Jane era a mesma que eu via dando aulas. Em um sábado contei essa história e finalmente descobri que a professora Jane era a mesma que dava aula quando eu era pequena e ficava observando pela janela. Fiquei muito feliz, parecia que era um sonho. Fazer ballet com meus 48 anos está sendo para mim um sonho realizado”, relatou a aluna.

A advogada Cláudia Christina Castellain também é aluna das aulas de ballet fitness. Segundo ela, a revelação de Flávia emocionou a todas. “Com toda a felicidade que possa emanar em um olhar, hoje ela fala com o mesmo entusiasmo da menina de oito anos que é aluna da Jane Tarta, que é uma bailarina ou uma bailalinda, como a professora chama suas alunas. Emocionou a todos. Quem disse que sonhos não se realizam?”, afirmou Cláudia.

Inspiração

A professora Jane Teixeira Tarta dá aulas há mais de 40 anos. “Sou uma apaixonada pela dança. Acho que o encanto das pessoas está em poder se expressar sem palavras. Somente através do seu corpo. Uma pena que ainda é um pouco restrito. As pessoas acham que é chegar e sair dançando. Mas, existe muito esforço até chegar nesse ponto. O ballet clássico é algo muito exigente”, disse Jane.

Ela dança desde os seis anos. “Sempre soube que não seria uma bailarina, pois não tenho biotipo. Mas me tornei uma professora”, complementou Jane.

Para ela, deve existir várias outras mulheres com histórias semelhantes à da Flávia. “A história dela me emocionou, porque eu estava incluída e nem sabia. Quando não abandonamos um sonho, acho que o universo se encarrega de fazer com que ele se torne realidade, mesmo que seja por outros caminhos. Hoje ela não faz o ballet clássico, aquele que ela fazia quando criança na janela, mas faz o Ballet Fitness, que usa as bases do ballet com exercícios funcionais. Mas com certeza ela usa os mesmos pliés que ela fazia na janela, só que de uma forma diferente”, concluiu Jane.