Cultura

Banda “Cinza e Azul” traz rock alternativo, emo e punk com Paranaguá de cenário

Clipe e álbum foram lançados trazendo em letras temas como depressão, diversidade e fragilidade

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Assim como o Brasil, Paranaguá sempre foi um local com um cenário alternativo rico e diverso, com várias bandas surgindo em bairros, bares e casas de show, algo que ganhou força nos anos 2000, com o crescimento do rock, por meio dos subgêneros punk, emo e alternativo. Os anos se passaram e vários músicos e fãs oriundos desta época prosseguem aqui e outros novos surgem. É neste cenário que surge a banda “Cinza e Azul”, criada em 2021, mesclando o rock e os subgêneros alternativo, emo e punk com gêneros de artistas brasileiros e música eletrônica, contando com Pedro Petry na voz e guitarra, Dom Barcelos de guitarrista, Beto Takayama no baixo e Eli Roberto na bateria. 

A banda surgiu em tempos de isolamento social em plena pandemia. “Com o tempo de quarentena em casa, acabei voltando a compor músicas novas e revisitar velhos projetos inacabados. Convidei os amigos Dom, Beto, e Eli que já tocaram comigo em diversos outros projetos. O time estava pronto e com uma vontade que a gente não sabia que existia mais”, explica o vocalista Pedro Petry. “Somos uma banda de legítimos parnanguaras, o Dom é gaúcho, mas mora há tanto tempo aqui que o sotaque denuncia. Temos grande influência em diversos subgêneros dentro do rock, entre eles o alternativo, emo, punk, mas além disso influência de gêneros brasileiros e eletrônico”, explica.

Clipe e relação íntima com Paranaguá e Curitiba

Lançado em 17 de agosto, o clipe da música “Pés no Chão”, disponível no Youtube, ganhou repercussão nas redes sociais antes mesmo do lançamento do álbum da banda. Além da questão musical, o cenário não poderia ser melhor, trazendo vários locais de Paranaguá para a tela. “Foi muito desafiador iniciar o projeto com essa música. “Pés no chão” seja talvez a música mais íntima e confessional do álbum. Essa música fala sobre crescer, ver crescer e lidar com as situações de perda que temos pelo caminho. Foi gravado totalmente em Paranaguá. A parte fechada foi no barracão da cervejaria Dash, os takes abertos foram na Estação Ferroviária, trapiche, Rua da Praia e na nossa Catedral”, completa.

“Vivemos toda nossa infância e adolescência em Paranaguá, crescemos e tivemos nosso momento em Curitiba também. Cinza e azul sintetiza toda essa relação que temos com as duas cidades. No azul é um sentimento fraterno, de começo, raiz, infinito, eternidade e volta. O cinza nos remete a correria, solidão, impessoalidade, urbanidade, rotina e finitude. Temos uma música no álbum sobre as cidades e se chama Curitiba/Paranaguá, faixa 4 do nosso álbum”, ressalta Petry.

Álbum

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Clipe da música “Pés no Chão” gravado pela banda traz diversos locais de Paranaguá como a Rua da Praia, Catedral e os trapiche. Álbum “Finito” foi lançado nas plataformas de streaming (Foto: Divulgação/Juan Lima – @juanlimafilms)

Segundo o vocalista, a banda lançou na sexta-feira, 1.º de setembro, o álbum “Finito” nas plataformas de streaming, algo que, segundo ele, é atípico atualmente. “É incomum uma banda se apresentar logo de cara com um full álbum, mas também achamos que esse é o jeito correto de se contar uma história. Improvável em um mundo tão ansioso por singles e hits tiktok rápidos. Nem considero que temos fãs nesse momento, porque esse será o grande pontapé. O que temos bastante são pessoas que gostavam de nossos antigos projetos e criaram expectativas com esse lançamento, esperamos que gostem também”, acrescenta.

O pontapé foi dado e as apresentações já devem ocorrer em setembro, com Paranaguá possuindo um papel essencial nesse processo. “Os shows estão programados para logo após o lançamento. Em Paranaguá será no Queens Pub no dia 16 de setembro. Esperamos todos lá”, diz Petry.

Emo

Sobre o ressurgimento de bandas típicas do emo dos anos 2000 e surgimento da “Cinza e Azul”, o vocal salienta que a nostalgia é importante, mas a continuidade ainda mais. “Já ligamos muito pra rótulos, acho que hoje com 30 anos soa até legal. Acho bem divertido as bandas que estão voltando, mas é uma sensação de nostalgia que é passageira. Gosto de valorizar quem ficou até hoje na correria ou quem está criando, ainda somos novos e todas essas bandas tem muita lenha pra queimar, espero que não seja só nesse momento”, ressalta. 

“No movimento emo que estourou lá por 2005 rolou muito preconceito, obvio que houve muita moda, mas faz parte. O grande lance é que trouxe temas relevantes pra pauta, como depressão, diversidade, fragilidade masculina e humana. Foi um movimento jovem importante, trouxe pro debate e com certeza o jovem que viveu isso, é um adulto bem resolvido com todos esses temas”, acrescenta Pedro.

Como conferir o trabalho da banda

Lançado no dia 1.º de setembro, o álbum “Finito” da Cinza e Azul está disponível no YouTube, Spotify, Amazon Music, Tidal e Deezer, com o clipe da música “Pés no Chão” no Youtube. O Instagram da banda é o @acinzaeazul . “Nós somos a Cinza e Azul, espero que aproveitem e gostem das nossas músicas”, finaliza Pedro Petry.

Confira o clipe da música “Pés no Chão”:

Banda “Cinza e Azul” traz rock alternativo, emo e punk com Paranaguá de cenário

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Banda “Cinza e Azul” traz rock alternativo, emo e punk com Paranaguá de cenário

Leonardo Quintana Bernardi

Jornalista graduado pela PUC-PR com atuação desde 2012 no jornalismo impresso, online e em audiovisual, bem como em assessoria de comunicação. Já trabalhou em órgãos públicos, jornais locais, freelances em veículos de alcance nacional e desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2017. Defensor do jornalismo como meio de transformação social.


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