Coronavírus

Pfizer deve entregar 14 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 ao Brasil

Há a possibilidade de a farmacêutica antecipar a entrega ao País (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

Governo Federal anunciou que repasse deve ser feito até junho

Na segunda-feira, 8, o Governo Federal anunciou oficialmente que a empresa farmacêutica norte-americana Pfizer vai entregar ao Brasil 14 milhões de doses da sua vacina contra a Covid-19 até junho de 2021. O anúncio foi feito após o presidente Jair Bolsonaro ter se reunido com o presidente da Pfizer, Albert Bourla, por videoconferência. O imunizante é o terceiro a ser aprovado para uso emergencial no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) junto com as vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, e a vacina Covishield, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório inglês AstraZeneca.

Segundo as informações da União, após a reunião, o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, explicou que o contrato com a farmacêutica previa a entrega de 99 milhões de doses este ano, sendo 2 milhões em maio, sete milhões em junho e o restante no segundo semestre. A Pfizer se comprometeu a antecipar cinco milhões de doses, a serem entregues entre maio e junho – totalizando 14 milhões de doses no primeiro semestre.

“Além disso, a entrega de cerca de 60 milhões de doses da vacina estava concentrada no último trimestre do ano, mas, de acordo com Soligo, também haverá um esforço para antecipar esses lotes para o terceiro trimestre. A vacina da Pfizer teve seu registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês passado”, informa a Agência Brasil.

Outro anúncio feito foi de que o presidente Bolsonaro irá se reunir com representantes da Janssen (braço da empresa Johnson & Johnson) com a intenção de adquirir 30 milhões de doses de vacina contra o Coronavírus. Soligo afirma que, até o momento, Estados e municípios já receberam 20 milhões de doses para vacinação da população contra a Covid-19.

31,8 milhões de doses até fim de março

Segundo o representante do Ministério da Saúde, até o fim de março mais 31,8 milhões de doses estarão disponíveis à população, entre elas 25 milhões da CoronaVac e 6,8 milhões da Covishield. “No caso da vacina AstraZeneca/Oxford serão 3,8 milhões produzidas pela Fiocruz e 3 milhões produzidas na Coreia do Sul e entregues pela iniciativa Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em abril, a previsão é de mais 42 milhões de doses de vacinas, sem contar os imunizantes Covaxin e Sputnik V que também estão sendo negociados pelo Governo Federal”, informa a assessoria.

“A partir de agora, o Brasil, nos próximos 60 dias, aplicará 1 milhão de doses [diárias] e, a partir de maio, passa a ser, no mínimo, de 1,5 milhão de doses por dia”, afirma Airton Soligo. “A Fiocruz já está produzindo 400 mil doses por dia formará um lote grande; o Butantan, 660 mil doses por dia. Ou seja, o Brasil apostou certo quando apostou na AstraZeneca e no próprio Butantan”, complementa.

Negociações em andamento

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a antecipação da entrega de vacinas pela Pfizer foi possível porque a farmacêutica aumentou a sua capacidade de produção de 1,5 milhão para 5 milhões de doses ao dia. “E fazendo isso deve haver mais vacina para todo mundo, inclusive para nós”, afirma. 

É válido ressaltar que as negociações para aquisição de imunizantes com a Pfizer e a Janssen aconteceram depois da aprovação de um projeto de lei que facilitou a compra de vacinas com autorização para uso em caráter emergencial pela Anvisa por Estados, municípios e empresas. “No caso do setor privado, as doses devem ser integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto o público prioritário não tiver sido todo vacinado”, informa a assessoria.

“O texto também permite que Estados, Distrito Federal e municípios assumam a responsabilidade civil por eventuais efeitos adversos provocados pelos imunizantes, desde que estes tenham obtido registro na Anvisa. Essa é uma exigência feita pela Pfizer/BioNTech e Janssen. A ausência de responsabilização ao laboratório em caso de atraso na entrega ou de eventuais efeitos colaterais do imunizante, entre outras condições, causaram entraves na negociação entre governo e Pfizer”, explica a Agência Brasil.

“Cada um tenta fazer na sua área o melhor possível para o Brasil. E, claramente, nessa negociação anterior com a Pfizer, o problema de escala foi um problema sério. Não fazia sentido 100 mil ou 200 mil doses para um País como o Brasil. Então, o Brasil o tempo inteiro pedindo [fabricação em] escala e eles, por sua vez, pedindo exigências, que, dos dois lados, demoraram um pouco na negociação”, finaliza Paulo Guedes.

Eficácia de 94% em Israel

Em uso para imunização em Israel, a vacina Pfizer produziu uma eficácia de 94% na população do País em questão. O índice demonstra que a vacina é eficaz na prática e não somente em laboratório. Em pacientes de todas as faixas etárias, o imunizante apresentou redução de 94% de casos sintomáticos do Coronavírus uma semana após a segunda dose ter sido aplicada. Além disso, a vacina diminuiu em 87% as hospitalizações e em 92% as chances de desenvolver casos graves de Covid-19. 

Com informações da Agência Brasil e CNN

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