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Coronavírus

Médica avalia o número de casos no litoral e a “segunda onda” da pandemia

Maior parte da população ainda está suscetível à doença

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Nas últimas semanas, o número de casos de pessoas infectadas pelo novo Coronavírus tem caído no litoral do Paraná. No entanto, o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) traz, a cada dia, mais confirmações e também a estatística de moradores que não resistiram à infecção. Ou seja, a pandemia não acabou. A médica infectologista da 1.ª Regional de Saúde, Dra. Lucia Eneida Rodrigues, esclareceu algumas informações sobre esse momento e a posibilidade de uma “segunda onda” do novo Coronavírus.

Como exemplo, em um mês, de 30 de junho a 30 de julho, o litoral do Paraná teve um acréscimo de 2.610 casos da doença, saltando de 10 para para 76 óbitos. No mês seguinte, de 30 de julho a 30 de agosto, a região teve mais 1.948 confirmações, passando de 76 para 116 óbitos. Apesar de haver uma redução no número de casos quando analisados esses dois períodos, o número de pessoas que evoluíram para a forma mais grave da doença e faleceram continuou aumentando de forma considerável.

Segundo a médica infectologista, em toda epidemia ou pandemia, sempre são esperadas uma segunda e uma terceira onda.

“Principalmente, quando não há imunidade na população. Até o momento, em média, cerca de 10 a 15% da população foi infectada, o que significa que temos a maior parte ainda suscetível. Essa grande parte suscetível, na ausência de uma vacina eficaz, é que vai ser atingida nas ondas subsequentes”, explicou Dra. Lucia.

O índice de transmissão hoje caiu próximo de um, ou seja, para cada pessoa contaminada ela passa só para uma outra pessoa. Por isso, qualquer descuido nas medidas de distanciamento até agora pode voltar a fazer disparar o número de casos e óbitos.

“É responsabilidade de cada um se cuidar e cuidar dos outros. É preocupante quando vemos o litoral lotar como no fim de semana. Por um lado, o comércio consegue uma recuperação, por outro presenciamos tanta gente se movimentando sem uso de máscara e se aglomerando, o que nos traz muita preocupação”, ponderou.

O que vai determinar se esses novos períodos serão mais graves ou farão mais ou menos vítimas, será o comportamento da população. “A depender de como a população se comporta com as medidas de distanciamento e higiene, do autocuidado e do cuidado com as doenças crônicas, que são fatores de risco, é que teremos a gravidade das novas ondas”, afirmou a médica.

Possibilidade de reinfecção

A mídia nacional e internacional tem reportado casos de reinfecção pelo novo Coronavírus, o que levanta o questionamento sobre a possibilidade de ter a doença mais de uma vez. “A reinfecção foi provada em um único caso, entre mais de 25 milhões de pessoas infectadas no mundo. É possível, mas não parece comum. É uma doença nova que está sendo estudada de seis a oito meses. Então, temos muito que aprender sobre como vai se comportar a imunidade humana frente a esse vírus”, esclareceu Dra. Lucia.

De acordo com a médica, existem, pelo menos, sete outros Coronavírus conhecidos de infeção humana. “E não temos estudos que sejam definitivos, sabemos que existe imunidade, mas não sabemos se ela é parcial ou duradoura. A imunidade vai muito além do que uma simples dosagem de anticorpos no sangue, então precisamos tomar cuidado com o raciocínio fácil e simples de dizer que tenho IgG e estou protegido. Essa resposta ainda não existe”, enfatizou.

Também nessa linha de estudo e raciocínio está a base da formulação das vacinas que estão em teste.

“A resposta ainda não chegou. Não existe segurança plena, nem risco pleno. Podemos ver que as medidas de distanciamento, com menos pessoas aglomeradas e melhor higiene estão ajudando, porém não impedem a disseminação do vírus”, analisou a médica.

Prevenção

A prevenção, por meio da adoção de medidas que todos já conhecem, ainda é a forma mais eficaz para evitar a doença. “Medidas para evitar os óbitos não são novidade: manter o distanciamento, que significa não fazer festas, apesar de isso ser cultural no Brasil; evitar grandes reuniões, por exemplo, em igrejas e associações; manter a distância de dois metros em estabelecimentos comerciais, em filas; procurar horários alternativos para ir a mercados e compras; e manter a higiene das mãos e o uso de máscaras”, salientou a médica.

Também é fundamental manter a boa saúde, controlar a diabete e hipertensão, melhorar a qualidade da alimentação e não esquecer de oferecer líquidos para crianças e idosos frequentemente. “Manter uma boa saúde faz com que o corpo reaja melhor a qualquer tipo de infecção”, destacou Dra. Lucia.

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