ButanVac, vacina brasileira contra a Covid-19, começa a ser produzida

Na quarta-feira, 28, o Instituto Butantan anunciou que iniciará a produção da vacina ButanVac, imunizante brasileiro contra a Covid-19 que ainda está em fase de testes. Um lote de 520 mil ovos iniciará a fabricação das doses. Mais lotes devem ser recebidos nos próximos dias. Inicialmente, o Butantan deve produzir um milhão de doses da ButanVac a partir de cada lote de ovos recebido, chegando ao número de 18 milhões de doses prontas até o dia 15 de junho deste ano. 

“O Butantan já solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para iniciar os testes da ButanVac em humanos e está em processo de fornecer documentos adicionais. As doses já em produção no Instituto serão armazenadas e fornecidas à população somente após a autorização da Anvisa, o que deve acontecer no segundo semestre”, informa a assessoria do Instituto Butantan.

Como funciona a produção

Segundo o Butantan, o primeiro passo para produção é o de recebimento e descarregamento dos ovos. “Desde o descarregamento dos ovos do caminhão até a saída da matéria-prima pronta para o envase, são em torno de 300 pessoas envolvidas no processo”, informa. Posteriormente é feito o controle da qualidade dos ovos e avaliação da qualidade do embrião. “Após o descarregamento e o preparo da solução com o vírus que será colocada em cada ovo, os ovos passam por um processo de ovoscopia, realizada por meio da aplicação de luz de forma individual, para avaliar a qualidade do embrião”, completa.

A terceira etapa é a de acondicionamento em incubadoras na área não-viral da fábrica, onde os ovos ficam acondicionados em incubadoras na área de transferência da parte não-viral da fábrica para a parte viral. O quarto passo é o de transferência para área viral e inoculação com solução contendo o vírus. “Depois de transferidos, os ovos passam pela inoculação (introdução do vírus inativado)”, informa.

“Este lote de 520 mil ovos demorará em torno de 19 horas para ser inoculado”, informa Douglas Gonçalves de Macedo, gerente de produção do prédio de fabricação da vacina Influenza, onde será fabricada a ButanVac.

A quinta etapa é a de acondicionamento e multiplicação do vírus, quando os ovos vão novamente para as incubadoras, por um tempo de aproximadamente 72 horas, para que a multiplicação viral possa acontecer. Posterior a isso, no sexto passo, é feito o resfriamento com eutanásia do embrião. “Na próxima etapa, colhe-se o líquido alantoico do ovo, onde está concentrado o vírus replicado”, detalha.

Fases finais

As fases finais contemplam a purificação do produto, inativação, filtração e acondicionamento em câmara fria. “Nas etapas de purificação, clarificação e filtração, são retirados componentes como hemácias, proteínas que não são do interesse para a produção e água. Também nesta etapa o vírus é inativado”, informa o Butantan.

“Em aproximadamente 11 dias teremos o monovalente finalizado, que fica armazenado em câmara fria”, explica Douglas de Macedo.

Por fim, é feito o envio para o prédio do Butantan de formulação e envase. “Conforme a programação do PCP (Planejamento e Controle de Produção, área responsável por planejar todo o cronograma, desde a chegada dos ovos até a disponibilização da vacina para o Ministério da Saúde), ocorre o envio para o prédio de formulação e envase, onde a solução é colocada em frascos, vedada, rotulada e embalada”, finaliza o Instituto Butantan. 

Com informações do Instituto Butantan

Fotos: Divulgação/Butantan