Ciência e Saúde

Psicóloga que atua em Paranaguá é autora de livro sobre autismo

Renata Abdnor escreve um capítulo de obra que será lançada no próximo mês, em São Paulo

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“Escolhi focar nas mulheres autistas justamente porque tem aumentado muito o diagnóstico tardio das mulheres”, disse a psicóloga Renata da Cunha Abdnor (Foto:Divulgação)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido cada vez mais discutido na sociedade. O número de crianças diagnosticadas com o transtorno aumenta e, da mesma forma, também é preciso contribuir com a conscientização. Para ajudar nessa empreitada, a psicóloga que atua em Paranaguá, Renata da Cunha Abdnor, escreveu um capítulo do livro “Autismo – uma jornada de conscientização”.

A obra será lançada dia 6 de junho, na Livraria da Vila no Shopping Higienópolis, em São Paulo, pela Literare Books International, editora com mais de 20 anos no mercado editorial, pioneira em livros de coautoria.

Renata nasceu em Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro, mas veio para Paranaguá ainda com seis meses de idade, onde permaneceu até os 16. Residiu em Curitiba, Foz do Iguaçu e, há cinco anos, retornou para Paranaguá.

“É o primeiro livro que eu participo escrevendo em uma editora de mais evidência no País. O nome do capítulo o qual eu escrevo é ‘Emoções Veladas: o impacto da alexitimia nos relacionamentos e saúde mental da mulher autista’, o foco é falar sobre uma condição que consideramos subclínica, não é exclusiva do autista, mas que aparece em cerca de 45% a 60% dos autistas”, explicou Renata.

Renata é graduada em Psicologia, especialista em psicologia hospitalar, em neuropsicologia, psicologia educacional e psicologia organizacional. Com vários cursos na área do autismo e transtornos do neurodesenvolvimento, também participou de diversos congressos na área. Atualmente, faz uma formação em TCC – Terapia Cognitivo Comportamental, voltada para o público autista e também em habilidades sociais. 

O que é “alextimia”

A alextimia é a dificuldade dos indivíduos de perceber e reconhecer o que sente tanto fisicamente, quanto emocionalmente, e dar um nome ao que está sentindo.

“Percebemos, muitas vezes, que os autistas, principalmente os verbais, têm dificuldades de dar um nome para suas emoções. Temos até casos de autistas verbais e não verbais que passam mal porque sentem a sensação da fome e não sabem entender que precisam comer. Claro que, depende muito dos níveis, têm autistas que sofrem mais com esses prejuízos e outros que sentem menos”, disse Renata.

Ela reitera dizendo que não há muita literatura sobre o assunto na atualidade. “Não se fala tanto dessa condição e considero importante falar sobre esse tema para começar a pensar sobre isso. Escolhi focar nas mulheres autistas justamente porque tem aumentado muito o diagnóstico tardio das mulheres, por conta de todas as mudanças e descobertas científicas que nos levaram a poder reconhecer essas mulheres que antes estavam à deriva, fora do nosso radar”, afirmou Renata.

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Foto: Divulgação

Público-alvo

O livro é voltado para pais, psicólogos, educadores e profissionais da saúde e educação, no geral, que trabalham com autistas. “O objetivo é fazer um debate de vários temas, não somente sobre a psicologia. Quando trabalhamos com autismo, não podemos trabalhar apenas de forma isolada, precisamos trabalhar de maneira interdisciplinar, vários profissionais trabalhando com a criança, porque ela traz demandas e dificuldades que precisam ser atendidas por psicólogos, fonoaudiólogos, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta e assim por diante”, declarou Renata.

A importância da conscientização

Segundo ela, a conscientização pode quebrar mitos que ainda existem na sociedade. “Muitos ainda desconhecem o que é o autismo, tem estereótipos em mente e preconceitos. Acredito que a conscientização beneficia muito os familiares e os próprios autistas para serem mais compreendidos e incluídos para que possam receber um acolhimento muito mais adequado às suas necessidades”, acrescentou Renata.

A psicóloga salienta que a ampla divulgação do tema na sociedade contribui também para que adultos possam perceber o transtorno em si mesmos e procurar atendimento para se compreender diante do mundo. 

“O mínimo que a gente precisa compreender para que quando a gente encontre uma criança, adolescente ou adulto autista, possamos ser acolhedores e não julgadores das dificuldades que essas pessoas manifestam. Outro benefício da conscientização que tenho percebido é que quanto mais informação as pessoas têm, mais os autistas que estavam esquecidos conseguem se perceber. Recebemos em consultório adolescentes e adultos que leram sobre, que ouviu alguém falar e teve a identificação, tendo mais qualidade de vida, o diagnóstico dá a sensação de libertação para a pessoa. Quanto mais cedo a intervenção acontece, melhor será o desenvolvimento da criança”, finalizou Renata.

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Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.