Paranaguá integra Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil

Na quarta-feira, 14, a Prefeitura de Paranaguá divulgou que o município integrará a edição 2024 do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI – 2024), conduzida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sendo realizada pelo Ministério da Saúde junto a famílias do Paraná com crianças de até seis anos que poderão receber visitas das equipes. Em todo o Brasil, a pesquisa irá visitar 15 mil famílias, avaliando práticas de aleitamento materno, os hábitos alimentares, o estado nutricional antropométrico e a deficiência de vitaminas e minerais em crianças brasileiras de até seis anos e suas mães. As visitas serão feitas a partir da segunda-feira, 19.

Além da UFRJ, participam da coordenação da pesquisa a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal de Goiás (UFG). “O ENANI-2024 dispõe de uma linha telefônica gratuita para tirar dúvidas da população: 0800 888 0022”, complementa.

No Paraná, o ENANI-2024 visitará 1.120 famílias com crianças de até seis anos de idade, com visitas domiciliares que vão acontecer em Paranaguá, bem como em Curitiba, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Cascavel, Colombo, Guarapuava, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. “Os entrevistadores do estudo – identificados com camiseta e crachá – vão realizar três atividades: entrevista com as mães ou cuidadores, com perguntas sobre amamentação e alimentos consumidos no dia anterior, para avaliação do aleitamento materno e do consumo alimentar; medida de peso e altura ou comprimento das mães biológicas, crianças e bebês, para classificação do estado nutricional conforme padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS); e agendamento de uma segunda visita domiciliar para coleta de sangue das mães e crianças maiores de seis meses. Serão realizados hemograma completo e análise de marcadores de deficiência de vitaminas e minerais, como ferro e vitamina A”, explica a assessoria.

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“Quando houver necessidade, a família será encaminhada ao posto de saúde para acompanhamento. E as amostras biológicas vão compor um biorrepositório, que permitirá análises complementares futuras”, afirma a assessoria do ENANI.

Objetivos e situação após pandemia

Segundo o coordenador nacional do ENANI-2024 e professor titular da UFRJ, Gilberto Kac, crianças de até seis anos são mais suscetíveis às deficiências nutricionais, especialmente em relação a crescimento linear e micronutrientes essenciais, como ferro, vitamina A e zinco. “O ENANI-2019 mostrou que, naquela época, metade das famílias brasileiras com crianças na faixa etária do estudo viviam em insegurança alimentar. A pesquisa também revelou que 80% das crianças brasileiras menores de cinco anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% dos pequenos – e metade de suas mães – estavam acima do peso. Agora, vamos atualizar e aprofundar esse quadro”, completa.

Segundo a organização da pesquisa, um dos objetivos da pesquisa é conhecer o cenário alimentar e nutricional das crianças brasileiras depois da pandemia de Covid-19. De acordo com o coordenador, a interrupção ou redução do acesso a serviços de saúde, bem como perda imediata da renda das famílias durante a pandemia, foram itens que afetaram diretamente o estado nutricional das crianças brasileiras, gerando vulnerabilidades imediatas e riscos de médio e longo prazo. “Conhecer esse cenário nos permitirá apoiar o redirecionamento de políticas públicas. Além de contribuir com a orientação de ações em nível nacional, o estudo fornecerá evidências que, somadas às produzidas em outros países, serão úteis para compreender os impactos da pandemia globalmente”, finaliza Kac.

Com informações do ENANI-2024 e Prefeitura de Paranaguá