Ciência e Saúde

Pandemia reforça importância do descarte correto de seringas, máscaras e materiais hospitalares

Projeto aprovado em 2020 na Alep aborda destinação correta dos itens

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Na última semana, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) abordou a importância do descarte correto de seringas, agulhas e materiais hospitalares, algo ainda mais importante em tempos de pandemia, com contaminação de itens pela Covid-19 e imunização da população contra a doença. No último dia 30 de setembro, um trabalhador da limpeza pública se feriu com seringas para insulina destinadas incorretamente em um saco plástico por um morador de Araucária, trazendo à tona a importância do tema.

Segundo a Alep, é essencial discutir sobre o problema do descarte irregular de materiais hospitalares, que causa não somente prejuízos ambientais, como risco de contaminação, como no caso do coletor ferido pelas agulhas de insulina. “O Paraná tem, inclusive, uma lei aprovada pelos deputados na Assembleia Legislativa do Paraná, em 2020, que institui a Semana Estadual de Conscientização do Descarte Correto do Lixo Gerado no Tratamento do Diabetes e outras doenças, realizada anualmente na primeira semana de março. O deputado Dr. Batista (DEM) e o deputado Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia, são autores da proposta”, completa. 

A proposta foi criada após sugestão da Associação SEMPR Amigos, um serviço de referência em Endocrinologia e Metabologia ligado ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, com o apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia Regional Paraná (SBEM-PR), Associação Paranaense de Hepatologia (APH) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). As entidades criaram uma campanha permanente chamada “Agulha no Lixo é um Perigo!”.

Objetivo da lei

Segundo a Assembleia, a Lei n.º 20.130/2020 surgiu com o objetivo de alertar a população paranaense sobre  o tema e as pessoas que utilizam continuamente seringas. “Como muitos diabéticos utilizam esse tipo de material diariamente e em casa, os pacientes e seus familiares são os principais focos dessa conscientização”, ressalta o deputado Dr. Batista, que também é presidente da Comissão de Saúde Pública da Alep.

“Claro que a campanha deve ser permanente, mas ter uma data para conscientizar toda a sociedade anualmente, só traz benefícios para pacientes, para o meio ambiente e para a população como um todo”, afirma o deputado Traiano. “É com frequência que ouvimos falar de descartes incorretos. É preciso ter consciência o ano todo. As prefeituras possuem programas para o recolhimento desse material. É preciso que as pessoas pensem no próximo, no perigo do descarte incorreto e nesse momento, temos que nos atentar também para as máscaras utilizadas na proteção contra o coronavírus. Não é em qualquer lugar que ela pode ser descartada”, explica.

Descarte de máscaras

Outro ponto destacado pela Alep foi a questão do descarte de máscaras, que são utilizadas para prevenção à Covid-19. “É recomendável colocá-la dentro de um saco plástico ou de papel e depositar junto ao lixo do banheiro das residências.Como a legislação entrou em vigor no ano passado, marcado pelo isolamento social, que se estendeu para 2021, a programação para a Semana este ano também precisou seguir as orientações das autoridades sanitárias. Por isso, a campanha ficou restrita aos meios digitais”, explica.

Segundo o Legislativo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e suas 22 Regionais estão orientando pacientes sobre o descarte correto, principalmente de insumos para tratamento do diabetes (agulhas, lancetas, canetas e tiras).  “É uma orientação padrão que consta da Ficha de Apoio à Consulta Farmacêutica”, que auxilia os usuários, tais como: objetivo do tratamento, modo de usar, armazenamento, reações adversas e descarte”, salienta a assessoria, destacando a importância da conscientização via Unidades Básicas de Saúde (UBS).

“Nas próximas edições da campanha, a ideia, como prevê a lei, é promover palestras, debates e ações com a população para que ela perceba a importância da coleta segura tanto para o meio ambiente como para o ser humano”, afirma a Alep.

Multa ao infrator 

Segundo o Departamento de Limpeza Pública, vinculado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Araucária, no caso ocorrido no dia 30 de setembro do coletor ferido por agulhas, o endereço do morador que deixou o material perfurante para coleta já foi identificado e há previsão de notificação e até de multa (dentro da questão ambiental). “Essas seringas usadas nunca devem ser descartadas em coleta de orgânicos ou de recicláveis. Elas devem ser entregues armazenadas, dentro de embalagem resistente, em qualquer uma das unidades básicas de saúde do município, para ser dado o destino correto a esse tipo de resíduo”, acrescenta o Legislativo.

“O método mais simples é utilizar uma garrafa pet, recomendam. Armazenar as seringas, agulhas e outros itens hospitalares e promover a entrega na Unidade Básica de Saúde do município”, finaliza a Alep.

Com informações da Alep

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