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Ciência e Saúde

Diretora da 1.ª Regional de Saúde expõe situação da dengue e pede conscientização dos moradores

Litoral contabiliza 1.489 casos, de acordo com último boletim

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O período marcado por chuvas e altas temperaturas propicia um ambiente ideal para a proliferação do mosquito transmissor da dengue. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que compreende o novo período sazonal da doença, que vai de julho de 2023 até agosto de 2024, o litoral paranaense registrou 272 novos casos de dengue.

A doença causada pelo mosquito Aedes aegypti já contabiliza índices alarmantes para a região. No litoral, são 1.489 casos, com Antonina liderando o boletim (873); seguida de Paranaguá (481); Morretes (52); Guaratuba (39); Matinhos (26) e Pontal do Paraná (18). O município de Guaraqueçaba não confirmou novos casos neste período epidemiológico da doença. 

A diretora da 1.ª Regional de Saúde de Paranaguá, Carmen Cristina Moura, explicou que todos os anos há um período mais crítico para o aumento de casos. “Nós estamos entrando em um período que normalmente a gente vê esse aumento. Neste período epidemiológico, nós já estamos com um maior número de casos comparado ao mesmo período da última epidemia que tivemos, em 2019. É um número três vezes maior, o que nos preocupa bastante”, afirmou Carmen.

Segundo ela, a situação de aumento dos casos era esperada para todos os municípios. “Em Antonina há uma incidência maior de casos que estão sendo tratados e em investigação. A gente atribui aos focos do mosquito, não tem como eliminar dengue se não eliminar os focos. Os trabalhos já foram iniciados pelos municípios há muito tempo, pelos agentes de endemias, agentes comunitários, tudo isso não pode parar”, enfatizou Carmen.

Mutirões para retiradas de resíduos são realizados em parceria com as prefeituras 
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Casos graves

Apesar do alto número de casos nos municípios do litoral, a região não possui um índice alto de hospitalizações por casos graves da doença. “Temos sim um número grande de casos, mas não graves. Temos acompanhado, obviamente o risco aumenta para pessoas idosas e com comorbidades com internações. A gente sempre procura dar uma atenção maior para as pessoas que já têm algum tipo de doença, pessoas com mais fragilidades, vulneráveis, que possam debilitar rapidamente. Pois a dengue faz uma desidratação severa”, destacou Carmen.

Procure atendimento médico

A diretora ressaltou que ao surgir os sintomas da dengue, as pessoas procurem atendimento de saúde. “A avaliação e o acompanhamento é a questão principal, porque a pessoa pode estar bem no início e depois ter um agravamento do seu quadro. É mais crítica do que as outras doenças, os sintomas permanecem até o sétimo dia”, afirmou Carmen.

Descarte correto do lixo

Carmen reforça que todo objeto, por menor que seja, que possa cumular água, pode ser um criadouro para o mosquito.  “A orientação é não deixar acumular lixo. Todos os municípios do litoral fizeram um grande trabalho agora no período de Carnaval justamente para tentar contornar essa situação dos resíduos. Durante todo o verão aconteceram mutirões para recolhimento de resíduos como para orientar a população para que façam o descarte adequado para não haver a formação dos criadouros”, lembrou.

Fumacê

O município de Antonina já recebe a aplicação do fumacê para tentar conter a reprodução do mosquito transmissor da dengue. Atualmente, não há solicitação e nem previsão para o mesmo ocorrer nos demais municípios da região.

O carro fumacê circula pelos bairros todos os dias do mês de fevereiro com o objetivo de quebrar o ciclo de reprodução do mosquito Aedes Aegypti
Foto: Divulgação/Prefeitura de Antonina

“Estamos fazendo desde o último sábado em Antonina. O fumacê é paliativo, se não eliminar os focos não adianta muito. Existem vários critérios para início da utilização, o município solicita, há toda uma análise epidemiológica, bairros por bairro, para que a gente possa analisar a situação até porque traz outras consequências. Embora não seja algo que prejudique a população, é um produto químico que está sendo jogado na natureza”, afirmou Carmen.

Vacina contra a dengue

Assim que anunciada a campanha de vacinação contra a dengue somente para alguns municípios do País, elencados pelo Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) mandou um ofício pedindo mais doses. O primeiro lote contemplou apenas 30 municípios de abrangência da 17.ª Regional de Saúde de Londrina e 9.ª Regional de Saúde de Foz do Iguaçu.

Para Carmen, a vacinação seria importante também para a região do litoral do Estado. “A vacina é sempre importante, logo que teve esse anúncio, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, imediatamente, fez uma solicitação deixando clara a posição com relação aos critérios para a escolha das cidades e que precisamos para outros locais. Temos regiões como a de Apucarana e Paranavaí que poderiam receber também pela alta incidência de casos, assim como o litoral. Pela própria condição portuária, climática e a incidência de casos. Mas, até o momento, não há previsão”, frisou.

Chance de nova epidemia

De acordo com Carmen, há a chance de uma nova epidemia de dengue na região, a exemplo do que foi registrado em 2016 e 2019. “Nós estamos em alerta, observando os números, olhando os boletins, vendo quais são os municípios que têm mais probabilidade de uma curva muito crescente. Para os municípios, em uma situação de epidemia, podem decretar situação de emergência que facilita a aquisição de insumos. Os cuidados, neste caso, continuam os mesmos, preparar os serviços de saúde para ter atendimento a um grande volume de pessoas”, explicou Carmen.

Conscientização

Diante de toda a situação analisada pela diretora da 1.ª Regional de Saúde, ela fez um pedido para os moradores do litoral e agradeceu aos gestores municipais pela parceria no combate à dengue.

“Gostaria de fazer um apelo a toda a população para que auxilie nisso, que não descuide, a gente sempre acha que acontece no vizinho, mas temos que ver sempre os objetos que acumulam água. Agradeço aos municípios pelo árduo esforço que estão fazendo, estão na rua diariamente com todas as dificuldades fazendo o trabalho de conscientização. Mas, sem o apoio da população auxiliando nisso, recolhendo resíduos, teremos mais dificuldades com relação à dengue”, concluiu Carmen.

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