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Ciência e Saúde

Dermatologista alerta para a escolha e uso correto de repelentes

Produto tem formulações variadas e exige cuidado na aplicação

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Foto: Ilustrativa/Freepik

Os casos de dengue aumentaram em todo o País e, com isso, a população tem procurado formas de se proteger do mosquito transmissor da doença. Uma das mais indicadas é o uso do repelente para aplicação na pele. Nas farmácias, drogarias e supermercados, a oferta é grande, são várias marcas e tipos, indicados para crianças e adultos. 

A médica dermatologista, Dra. Márcia Costa, disse que a seleção de um repelente eficaz pode ser orientada pela presença de ingredientes ativos consagrados, tais como o DEET, icaridina e IR 3535, os quais possuem propriedades repelentes comprovadas.

“Os repelentes no Brasil frequentemente contêm DEET (N,N-dietil-meta-toluamida), icaridina e IR 3535. O DEET é um ingrediente consagrado, a icaridina é reconhecida por sua eficácia e o IR 3535 é um composto que também possui propriedades repelentes. A eficácia pode variar conforme as concentrações dos componentes. Geralmente, uma concentração adequada é determinante para a eficácia do repelente”, afirmou a médica.

Com relação ao tempo de proteção, este pode variar entre os diferentes tipos do produto. “Em média, os que contêm DEET podem proporcionar proteção por 4 a 8 horas, enquanto icaridina e IR 3535 podem ter uma duração similar, dependendo da concentração presente na formulação. Deve-se consultar o rótulo da marca”, destacou a médica.

Aplicação 

A aplicação do produto é recomendada antes de atividades ao ar livre, especialmente, durante o entardecer e amanhecer, quando os insetos estão mais ativos.

“A reaplicação é aconselhável, especialmente em situações de exposição prolongada ou transpiração excessiva, para manter a eficácia do repelente”, acrescentou a médica.

A orientação da médica é para aplicar o repelente nas mãos e, em seguida, espalhá-lo cuidadosamente no rosto, evitando contato com os olhos e a boca. “Existem também repelentes formulados especificamente para a face”, destacou Dra. Márcia.

A médica alerta que os repelentes podem causar alergia. “É possível que repelentes causem reações alérgicas em determinados indivíduos. Recomenda-se a realização de um teste prévio em uma pequena área da pele antes da aplicação mais extensa”, alertou a Dra. Márcia. Além disso, também podem surgir problemas como irritação cutânea, podendo ser agravados em caso de sensibilidade individual. Por isso, o contato com áreas sensíveis, como olhos e boca, deve ser evitado.

Repelentes para crianças

Há diferença entre repelentes para adultos e crianças. “Repelentes destinados a crianças frequentemente possuem concentrações menores de ingredientes ativos. É crucial seguir as orientações específicas para cada faixa etária indicadas nos produtos. A maioria dos repelentes indica que são seguros para uso a partir de seis meses de idade, no entanto, é prudente verificar o rótulo do produto”, pontuou a médica.

Em crianças, a forma de aplicação também deve ser diferente. “Recomenda-se aplicar o repelente nas mãos do adulto e, em seguida, distribuí-lo na pele da criança, evitando as áreas sensíveis como olhos e boca. Moderação na quantidade aplicada é crucial. Também devemos manter o produto fora do alcance das crianças, evitar aplicação em áreas lesionadas e seguir rigorosamente as instruções de uso”, disse Dra. Márcia.

Formas de proteção

Além dos repelentes, a dermatologista defende outras formas de prevenção. “Alternativas incluem vestimentas de manga longa, telas em janelas e mosquiteiros. Evitar áreas propensas a insetos também é uma abordagem preventiva.

Protetor solar e repelente

É possível utilizar protetor solar e repelente juntos. Neste caso, a dermatologista recomenda aplicar o protetor solar primeiro, permitir a absorção e, em seguida, aplicar o repelente para garantir a eficácia de ambos os produtos.

Repelentes naturais

Os inseticidas chamados “naturais”, à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia. Ou seja, as velas, os odorizantes de ambientes e incensos que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Anvisa.

“Embora repelentes naturais, como citronela, possam oferecer alguma proteção, sua eficácia geralmente é inferior aos repelentes químicos”, disse a dermatologista.

Anvisa

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informa que os repelentes de insetos para aplicação na pele são enquadrados na categoria “Cosméticos” e devem obrigatoriamente ter o registro. “Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito”, afirmou a Anvisa.

Segundo a Anvisa, o uso de produtos repelentes de insetos que contenham o ingrediente DEET não é permitido em crianças menores de 2 anos. Já em crianças de 2 a 12 anos de idade, o uso de DEET é permitido desde que a sua concentração não seja superior a 10%, restrita a apenas três aplicações diárias, evitando-se o uso prolongado.

Também é importante observar que produtos repelentes de insetos devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo, conforme a norma vigente sobre cosméticos, a RDC 19/2013. O produto só deve ser aplicado nas roupas se houver indicação expressa no rótulo.

Com informações da Anvisa

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