Na última semana, Paranaguá confirmou o primeiro óbito por dengue deste período epidemiológico. Na terça-feira, 28, um novo boletim com informações da doença foi divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e apontou que o litoral tem 265 casos confirmados de dengue.
Os dados são do 31.º Informe Epidemiológico, do novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 31 de julho de 2022 e deve seguir até agosto de 2023. A região litorânea tem risco climático alto para infestação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
Fumacê
O chefe da seção de Vigilância Sanitária, Ambiente e de Saúde do Trabalhador, da 1.ª Regional de Saúde, Diovaldo Almeida de Freitas, afirmou que a aplicação do fumacê depende de alguns critérios técnicos e não é a principal ação para ser desenvolvida no momento.
“A utilização do veneno, que é disponibilizado pelo Ministério da Saúde, tem eficácia para o mosquito adulto, que chamamos de alado, de até 40%. Ou seja, é baixa no combate ao mosquito. O ideal seria o trabalho de mutirão nos municípios do litoral, principalmente nos locais onde os índices de infestação são maiores para a remoção de criadouros e eliminar ovos e larvas. Se isso não ocorrer, em torno de seis ou sete dias, teremos uma nova geração de mosquitos e isso continuará trazendo problemas de saúde para a população”, explicou Diovaldo.
Segundo ele, para desencadear a aplicação do fumacê em qualquer município do Paraná, o Estado avalia os critérios técnicos, como o número de agentes em campo para fazer o trabalho de combate a endemias e número de casos.
“Se compararmos o município de Paranaguá ou outro do litoral paranaense, não está em uma situação tão grave como no norte e noroeste do Estado. Como são poucas equipes para atender os 399 municípios do Paraná, o critério é atender aqueles que apresentam maior risco de um surto ou epidemia de dengue. Neste caso, Paranaguá não seria uma prioridade de acordo com os últimos números do boletim oficial”, enfatizou Diovaldo.
A Prefeitura de Paranaguá realiza ações contínuas nos bairros e também tem organizado mutirões a partir desta semana para remoção dos criadouros do mosquito da dengue nos bairros.
Número de casos
O último boletim divulgado pela Sesa mostra que os casos de dengue no litoral do Paraná saltaram de 159 para 265. Os municípios com o maior número de casos são Paranaguá (191) e Matinhos (40). Guaratuba já registrou 14 casos, Pontal do Paraná contabiliza 12, Guaraqueçaba aparece com 2 confirmações e Antonina com 6. Somente Morretes no litoral do Estado não confirmou casos da doença.
De acordo com o chefe da seção de Vigilância Sanitária da 1.ª Regional de Saúde, esse aumento não significa que todos os novos casos surgiram na última semana. “Havia um acúmulo de fichas que ainda não tinham sido lançadas no sistema. A partir do momento que houve uma força tarefa e aceleração no lançamento dos dados de dias passados, houve esse aumento em uma semana”, esclareceu Diovaldo.
Em Matinhos, houve um aumento de suspeitas da doença e a prefeitura fez um apelo para a população. Em coletiva realizada na sexta-feira, 24, a Secretaria Municipal de Saúde de Matinhos afirmou que muitas pessoas com sintomas de dengue procuraram atendimento na UPA e nas unidades de saúde.
“Pedimos a colaboração do munícipe para que nos ajude a eliminar os focos do mosquito em Matinhos. Há muitas filas na UPA, chegou a ter até cinco horas de espera e esse é o nosso medo, que isso possa virar um surto de dengue dentro de alguns dias. Por isso, o melhor é prevenir”, disse o secretário municipal de Saúde de Matinhos, Aldemir Zwetsch Júnior.
Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou na terça-feira, 28, mais 2.379 casos e três óbitos por dengue no Paraná. Foram registradas mais de 12 mil notificações de novos casos suspeitos pela doença. Ao todo, desde o início deste período epidemiológico, foram computadas 85.204 notificações, 44.212 casos descartados, 11.102 casos confirmados e 11 mortes no Paraná.
Os novos óbitos são de dois homens (70 e 93 anos) e uma mulher (82 anos) que residiam em Lupionópolis, Londrina e Foz do Iguaçu, respectivamente. Destes, apenas a paciente do sexo feminino possuía comorbidades. As mortes ocorreram entre 26 de fevereiro e 6 de março deste ano.
As regionais com mais casos são Londrina (2.881), Maringá (1.934), Foz do Iguaçu (1.725) e Paranavaí (1.135).
“O Estado tem realizado diversas ações para ampliar o combate ao mosquito Aedes Aegypti nos municípios, que vão desde o envio de medicamentos, abertura de leitos, até a capacitação continuada nos municípios pela equipe técnica”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Segundo ele, a principal estratégia para combater a doença é a conscientização da população. “Precisamos da ajuda dos paranaenses em não deixar água parada para impedir a proliferação dos focos do mosquito. Essas ações precisam ser replicadas para que haja uma conscientização coletiva de que os maiores focos da doença estão dentro da casa das pessoas”, afirmou.
Chikungunya
O novo boletim também confirmou mais 34 casos de chikungunya, somando 77 confirmações da doença no Estado, um aumento de quase 80% comparado à última semana. Do total de casos, 43 são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência) e 30 são considerados importados, além de 4 em Local Provável de Infecção (LPI) no Paraguai. Ao todo a doença já atingiu 23 municípios paranaenses. Há 438 casos em investigação.
O litoral do Paraná não tem casos confirmados de chikungunya.
Com informações da Sesa