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Ciência e Saúde

Chuvas e calor no litoral acendem alerta com proliferação do mosquito da dengue

80% dos criadouros estão no ambiente doméstico

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Foto: Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

A incidência de chuvas na última semana em Paranaguá e em todo o litoral, com alagamentos por diversas regiões, somada às altas temperaturas típicas do verão e que voltaram a ocorrer nos últimos dias, podem criar o clima ideal para um aumento na proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esta combinação é o cenário perfeito para a incidência do mosquito, alimentando criadouros e acelerando o metabolismo do inseto. 

De acordo com  Fabiano Carvalho, biólogo e pesquisador da Fiocruz Minas, em períodos mais frios, o ciclo reprodutivo do mosquito pode levar cerca de 15 dias para se completar, enquanto no verão, leva somente oito dias. “Ou seja, o calor reduz o tempo que o mosquito leva para se desenvolver e chegar à fase adulta. E, com as chuvas, as fêmeas têm mais facilidade para encontrar locais onde depositar seus ovos, pois a tendência é ter um aumento de lugares com acúmulo de água, que podem se transformar em criadouros”, detalha.

Eliminação de criadouros pelos moradores é essencial

Segundo Carvalho, a conhecida eliminação de criadouros segue sendo essencial para conter o avanço do mosquito e, consequentemente da dengue, visto que 80% deles estão no ambiente doméstico, ou seja, na casa das pessoas, sendo que o apoio de todos os cidadãos é fundamental neste aspecto. “Como o ciclo reprodutivo leva oito dias, se a verificação dos possíveis criadouros for realizada uma vez por semana, é possível impedir que o mosquito chegue à fase adulta”, explica a Fiocruz

“É fundamental fazer um levantamento de todos os locais onde possa haver água parada, pois a fêmea distribui os ovos em vários recipientes. É a chamada ‘oviposição em saltos’, uma das estratégias de sobrevivência do mosquito”, afirma o biólogo.

Entre as principais medidas que todos os moradores podem adotar para eliminar esses criadouros constam “manter as caixas d’água bem fechadas; limpar e remover folhas das calhas; retirar água acumulada das lajes; desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas; manter vasos sanitários limpos e tampados; lavar vasilhas de animais com esponja ou bucha, sabão e água corrente; tampar a lata de lixo; evitar utilizar pratos nas plantas”, lista a Fiocruz. “Cada pessoa deve checar os possíveis criadouros existentes em sua residência e, com esse levantamento em mãos, será bem mais fácil e rápido fazer a vistoria semanal”, completa a assessoria.

Pandemia é também hora de se preocupar com outras doenças

De acordo com o biólogo da Fiocruz, por causa da pandemia da Covid-19, muitas pessoas estão ouvindo falar menos ou dando menor importância para doenças que são transmitidas pelo Aedes Aegypti, algo que cria a falsa sensação de que a dengue, Zika e chikungunya não estariam ocorrendo. “Entretanto, os boletins epidemiológicos dos estados mostram que os casos continuam acontecendo e, portanto, é preciso manter as medidas preventivas”, informa a fundação.

“O sistema de saúde já está sobrecarregado pela pandemia. Se, além da Covid-19, ainda tivermos um grande aumento de casos dessas outras doenças, ficará ainda mais complicado. Apenas uma vez por semana, com menos de dez minutos, dá pra fazer a vistoria e evitar a proliferação do mosquito”, finaliza Carvalho.

Com informações da Fiocruz

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