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Ciência e Saúde

Campanha contra a pólio no litoral do Paraná alcança 57,7% do público-alvo

Pontal do Paraná, Paranaguá e Matinhos tiveram os menores índices na região

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O último caso de poliomielite, ou paralisia infantil, no País foi registrado em 1989 e a doença foi erradicada nas Américas nos anos 1990. Recentemente, dois casos foram identificados em Israel e nos Estados Unidos, o que acende o alerta sobre a necessidade de ampliar a imunização. De acordo com dados disponibilizados pela 1.ª Regional de Saúde, os municípios do litoral alcançaram apenas 57,7% das crianças até cinco anos desde o início da Campanha Nacional contra a Poliomielite, iniciada em 8 de agosto deste ano.

O índice fica abaixo da média estadual e nacional. No Paraná, foram alcançadas 70,37% das crianças e, no Brasil, 60,87%. Com a queda da cobertura vacinal contra a pólio, a Organização Pan-Americana de Saúde declarou que o Brasil e outros três países correm o risco de a doença voltar a atingir as crianças.

Apesar da campanha ter sido encerrada no País no último dia 30, as doses permanecem à disposição da população em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Isso porque, fazem parte do calendário vacinal e podem ser administradas durante todo o ano. 

Antonina se destaca

No litoral, os municípios que tiveram os menores índices de cobertura vacinal, desde o início da campanha até o dia 5 de outubro, foram: Pontal do Paraná (41,17%), Paranaguá (45,57%) e Matinhos (51,5%). Outros ficaram mais próximos de bater a meta de 95% de cobertura como foi o caso de Morretes (85,4%), Guaratuba (86,24%) e Guaraqueçaba (81,47%). Antonina se destacou pela ampla adesão dos moradores à campanha, atingindo 107,1% das crianças até cinco anos.

Município que mais vacinou durante a Campanha Nacional foi Antonina, com 107,1% do público-alvo imunizado
Foto: Divulgação/Prefeitura de Antonina

A Secretaria Municipal de Saúde de Antonina realizou, no último sábado de setembro, a vacinação volante, levando as gotinhas da vacina contra Poliomielite e também contra Covid-19, a diversos bairros e atendendo a chamados realizados via ligação e whatsapp.

Paraná 

No Paraná, dos 399 municípios, apenas 128 bateram a cobertura vacinal contra a pólio. Segundo o Ministério da Saúde, a meta era vacinar cerca de 620 mil crianças até 5 anos. Desde 2016, a meta de vacinar 95% das crianças dessa faixa etária não é atingida.

Exigência nas escolas

A carteira vacinal atualizada deve ser exigida nas escolas. Isso faz parte de uma lei estadual que considera a saúde coletiva tendo em vista a queda nas coberturas vacinais registrada nos últimos anos.

Carteira de vacinação atualizada deve ser exigida pelas escolas
Foto: Divulgação

A advogada especialista em Direito à Saúde, Renata Farah, afirmou que a declaração de vacinação é obrigatória para matrícula e rematrícula na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio nas escolas públicas e privadas no Estado do Paraná. 

“Existe uma lei que determina essa obrigatoriedade. O objetivo da medida é garantir a saúde da coletividade. A vacinação é um direito das crianças e adolescentes, as escolas devem exigir o documento e os pais e responsáveis devem levá-los para vacinar com as vacinas do calendário obrigatório do Ministério da Saúde. Caso a escola não solicite e os pais acharem que isso é um dever, podem exigir que a escola faça essa busca ativa para que estejam protegidos”, esclareceu Renata.

Outra situação é quando a escola verifica que o aluno não está com a vacinação em dia. “Nesse caso, o ideal é conversar com os pais e responsáveis para que seja feita essa atualização do calendário vacinal. Se isso não for feito, o Ministério Público ou o Conselho Tutelar pode ser acionado. Esses órgãos têm o dever de cuidar da vulnerabilidade das crianças e adolescentes. O ideal é o diálogo pensando, principalmente, na saúde da coletividade”, disse Renata.

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