Aproximadamente 200 famílias ocupam um terreno no Jardim Jacarandá, mais conhecido como Chácara do Japonês. A ocupação teve início há cerca de dois meses e grande parte do terreno de 102 metros quadrados está preenchida com pequenas casas construídas através de doações e sem muitos recursos pelos assentados. Atualmente sem energia elétrica e ligação de água e esgoto, os moradores tentam o direito constitucional assegurado de moradia.
As famílias relatam que viviam antes em casas emprestadas por parentes ou de aluguel. Sem emprego, elas ficaram sem condições de arcar com o pagamento dos aluguéis e a ocupação se mostrou como a última esperança para que pudessem ter um local próprio para morar.
Uma das pessoas que reside no local desde o início da ocupação é Vera Lúcia Gonçalves Vidal Jackis, que mora em uma das pequenas residências. A dona de casa contou que antes morava de aluguel até que a situação ficou insustentável. “Estamos desde o início da invasão. A situação para nós, principalmente mulheres donas de casa, é difícil. Tenho dois filhos, um deficiente físico e outro mental. Como a gente vive dependendo dos outros, a nossa última alternativa foi entrar aqui e garantir o cantinho da gente, pelo menos não precisamos pagar aluguel. Sofremos porque não temos água, nem luz, mas com o tempo as coisas podem melhorar”, relatou Vera Lúcia.
No caso de Janaína Paula dos Santos, que estava morando de favor na casa de familiares, a ocupação apareceu como a solução para o problema de moradia. “Já fiz cadastro no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), para conseguir uma casa do programa 'Minha Casa, Minha Vida', mas nunca fui chamada. Pediram para eu tentar novamente, porque uma hora algum lugar tem que dar certo”, disse Janaína.
Vera Lúcia declarou ainda que a Associação dos Moradores do Alvorada, está arrecadando R$30 das famílias para tentar lutar contra a causa na Justiça. De acordo com ela, quem não tem o dinheiro tem ajudado o outro para que consigam permanecer no local.
INSEGURANÇA
Para as moradoras, o maior medo agora é o de terem que sair do local. “Se realmente acontecer da gente sair daqui, nós iríamos para a rua. Quem estava morando de favor, não vai conseguir voltar para o mesmo lugar”, disseram Vera Lúcia e Janaína.